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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Syngué sabour - pedra-de-paciência

SPOILER FREE

Outro livro vindo diretamente da última Primavera dos Livros! Dessa vez o autor afegão decidiu pegar ainda mais pesado nas suas descrições sobre as penúrias da sua terra natal. Ee Terra e Cinzas já é triste, Syngué Sabour é de cortar os pulsos.

Contando a história de uma mulher quase viúva (só lendo para entender, eu não vou contar), ele faz um apanhado de tudo de ruim, humilhante, triste, injusto e inaceitável que pode acontecer a uma mulher afegã. Tudo isso com uma guerra fratricida de pano de fundo. Para piorar, na contra-capa do livro ainda vem explicando que ele escreveu essa história em homenagem a uma amiga que foi espancada até a morte pelo marido.

Adoro o mundo árabe, mas essas coisas me deixam furiosa.

O livro faz você ter vontade de matar esses homens covardes que tem por aí, não só no mundo árabe não, porque é hipocrisia achar que só eles são assim. Aqui não é tão diferente. Ao invés de burcas, usamos minisaias e shorts que mostram até o útero. Não vejo diferença. É tudo prisão.

Mas, voltando ao livro, depois desse desabafo. A história é só tragédia, uma atrás da outra, quando você acha que não pode piorar, o autor te mostra errado. Ainda bem que o livro é curto, senão eu não sei onde Atiq conseguiria chegar. Para quem quer saber o que pode acontecer de ruim quando as mulheres são mal tratadas, diminuídas e inferiorizadas, é um prato cheio. Para quem nunca refletiu sobre o assunto, recomendo ler o livro ou assistir Monólogos da Vagina (a peça original, faz favor, nada daquela palhaçada que o Miguel Falabela montou aqui em terras tupiniquins).

O final é meio brochante, confesso que esperava mais do autor. Mas, a viagem é mais importante que o destino.

Nota 9

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