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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Salomé


SPOILER FREE

Eis outro livro que ficou alguns anos na estante esperando o momento de ser lido... e foi tão rápido! Li de uma vez só, enquanto esperava meu vôo em Sampa e durante o dito cujo para o Rio. A peça é muito mais curta do que eu imaginava...

Mas a edição é MARAVILHOSA (essa aí em cima mesmo)! Quanto cuidado... primeiro a tradução é feita diretamente do francês (apesar do autor ser inglês ele resolveu escrever Salomé em francês, vai entender...), o que é muito melhor, visto que a tradução original do francês para o inglês é horrorosa segundo o próprio autor. Segundo, os editores fizeram um belíssimo trabalho de citações de fontes bíblicas e literárias para diversas passagens da peça, o que traz uma profundidade fantástica para a obra de Oscar Wilde... e para finalizar, essa edição ainda tem uma linda seleção de poesias com o tema Salomé/Herodíades! É de babar, não é mesmo? Ah, e como se não fosse suficiente, ainda tem as ilustrações feitas originalmente para a peça, que o autor não gostou (eu entendo o porquê...), mas que, bom, fizeram história, né?

Mas vamos à obra! Apesar de curta, Salomé é uma peça chocante, dá para entender perfeitamente porque foi censurada tantas vezes, especialmente por conta da cena final (que eu não vou contar!!), mas fora isso não tem nada que chame tanta atenção... o que é bacana nela é que pela primeira vez alguém deu um nome para a filha de Herodíades (na Bíblia ela não é chamada pelo nome), e mais importante ainda: Oscar Wilde resolver fazer a sua Salomé mais independente, pois aqui quem tem vontades é ELA, o que é fantástico levando em consideração a época em que a peça foi escrita (1880 e muitos).

Além disso, essa é a primeira obra que menciona com todas as palavras a misteriosa Dança dos 7 Véus... que obviamente não é descrita (só para ninguém ficar chateado achando que vai achar uma descrição bacana ali), mas os editores fizeram novamente um bom trabalho nesse ponto e colocaram uma linda nota explicando as possíveis origens dessa dança (eu, como professora de dança do ventre, aprovo o que eles escreveram).

Enfim, é um clássico. Confesso que esperava mais, mas gostei mesmo assim.

Nota 8

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