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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

50 tons de liberdade



Agora que eu finalmente terminei essa coisa vou poder falar mal à vontade! E ninguém terá a desculpa de que eu não li até o final e que depois as coisas mudam!

Não, as coisas não mudam! O livro continua machista até a última letra, e continua sendo uma afronta para quem curte BDSM, pois a prática continua sendo tratada como doença até o final, só é "permitido" o uso de instrumentos exóticos no ato sexual sem a questão da dominação/submissão.

A última parte da saga de "50 tons" é chata, muito chata, a autora consegue fazer até as cenas de sexo parecerem repetitivas, e nada realmente acontece até o último quinto do livro. Christian continua um maníaco controlador, possessivo e ciumento ao extremo (ainda não sei o que tanto se alardeia sobre ele, ele só tem 2 atrativos: é bonito e rico), e Anastasia continua uma menina que vive fazendo merda e justificando o papel controlador do agora marido. Porque, sim, uma história que começa de forma tão "audaciosa" só pode terminar da forma mais tradicional possível: com troca de aliança e filhos, afinal esse é o único sonho de toda mulher. Só que não, mas enfim... esse é o público alvo do livro.

Não bastando isso, o livro é uma grande masturbação mental do que se pode fazer quando se tem uma quantidade absurda de dinheiro, se é jovem, bonita e gostosa. Tudo isso regado a cenas grotescas como a da boate, onde um cara chega na Ana e é recebido com um tapa, porque ela acha que se alguém tocar nela o marido vai ficar possesso e se alguém deixa o marido dela possesso ela também fica possessa com a pessoa. Sério gente???? Foi a esse ponto que chegamos??? A mulher fica puta da vida não porque recebeu uma cantada grosseira ou indevida mas porque isso vai chatear o marido??????? É demais para a minha cabeça.

Fora os clichês que doem no coração, como a satanização enlouquecida das ex-namoradas do cara. Sério, TODAS as ex do Christian são LOUCAS MANÍACAS e devem ser mantidas o mais longe possível!!!! E claro, isso tem explicação em uma sigla: BDSM. Todas as praticantes são pervertidas e ensandecidas e devem ser mantidas à distância de um recém "convertido" ou "curado" Christian Grey, e, por consequência, da imaculada e totalmente desinteressada em dinheiro Ana (desinteressada da boca pra fora, porque ela passa o livro inteiro se esbaldando, diga-se de passagem).

Ana continua esquisofrênica como sempre, sua subconsciente (é uma mulher, por isso o "sua") passa o livro inteiro lendo Charles Dickens (com direito a volume 1, 2 e 3 sendo mencionados), e a deusa interior continua uma consumista insaciável, viciada em sexo e acrobata. E apesar de ser inteligente, Ana não fica muito tempo refletindo sobre como ela ganhou o emprego porque é esposa do chefe, apesar de dizer a torto e a direito que ela queria fazer a sua carreira sozinha. Até a discussão sobre manter o seu nome de solteira para conseguir isso dura apenas 5 minutos! E eu não preciso dizer como ela terminou, não é?

As tensões do livro se limitam a tentativas de sequestro (claro, é o único tipo de perigo que se corre quando se é trilhardário), acidentes de carro que deixam a pessoa apenas 2 semanas no hospital, e se alguém vai casar ou não, e o pior de tudo: quando será essa festa??? Porque claro, não pode ser na mesma data do nascimento do filho do casal 20.

Agora a cerejinha foi o que veio no final do livro: uma amostra do que seria a mesma história só que contada pelo Christian. Alguém viu Twilight por aí? Acho que troquei novamente de livro no final e não percebi...

Nota 1.

Stonehenge


SPOILER FREE

Bernard Cornwell me salvou com esse livro! Pois algo tinha que aliviar a leitura dos livros de "50 tons de cinza"! E, como sempre, o autor inglês deu um banho de história e literatura!

Mas é um livro peculiar, pois o autor é muito bom descrevendo cenas de batalhas e elas são extremamente raras nessa obra, além da dificuldade de se manter fiel aos fatos históricos (outra marca do autor) quando se trata da construção de um templo na época neolítica, é claro. Mas Bernard Cornwell supera a dificuldade criando uma história absolutamente fantástica de uma tribo cujo destino é construir um templo único e fabuloso que será objeto de culto e assombro por milhares de anos! E muitos personagens são importantes nessa narrativa, desde a criança aleijada que conseguiu sobreviver, o irmão mais novo que escapa da sede de sangue do irmão mais velho, até uma mulher de tão rara beleza que é considerada uma deusa. E assim, Bernard Cornwell conseguiu criar uma história onde se percebe que os grandes anseios do homem sempre foram os mesmos, a diferença são as ferramentas disponíveis para atingir os seus objetivos.

E tudo isso lindamente adaptado à forma como as pessoas viviam no final do terceiro milênio antes de Cristo! Com todas as limitações e dificuldades, pois essa era a era de bronze na Inglaterra, então as melhores armas e ferramentas eram feitas desse metal, que é bastante macio e pouco afiado em comparação com o seu sucessor: o ferro. Apoiado em diversas pesquisas arqueológicas, o autor cria uma trama que justifica a necessidade de se construir um templo daquele porte e trazendo pedras pesadíssimas de distâncias absurdas para a época, e nos conta uma versão muito verossímil de como o templo foi construído e para qual propósito.

É uma leitura muito intrigante, eu realmente fiquei surpresa com as possibilidades levantadas pelo autor! E em diversos pontos da história a minha vontade era de estar lá só para dar uma surra bem dada em alguns personagens! Afinal, desde sempre existiram pessoas que são boas de coração, enquanto outras são tão más que não conhecem limites para suas ambições, e outras são simplesmente loucas.

Mas o mais incrível é o que a união pode fazer! Stonehenge está de pé até hoje como prova disso!

Nota 9

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

50 tons mais escuros


SPOILER FREE (KIND OF)

Não sei porque fiz isso comigo mesma... depois de ler o primeiro eu tinha certeza de que o segundo não podia ser bom, mas tudo bem, de vez em quando é bom ler algo tão ruim assim, faz a gente apreciar muito mais o que é bom.

Mas "50 tons mais escuros" conseguiu superar a minha expectativa, só que de uma forma ruim. A escrita é melhorzinha, apesar de ainda ser repetitiva, a autora aprendeu palavras e expressões novas, ou quem sabe ela mesma se cansou das que ela usava e simplesmente cortou do texto, afinal, não faziam a menor falta. Em compensação a história....

Eu já tinha achado "50 tons de cinza" um livro machista, mas que parecia se esforçar para não ser, mas a continuação é infinitamente pior, o que confirma a minha teoria. Triste isso. Depois de ver um livro que falava de um assunto tão pouco comentado como BDSM, eu imaginava, inocentemente, que por mais que tivesse poucas informações e por mais que a protagonista/narradora conhecesse nada do assunto, que caso o tópico continuasse em pauta que a coisa seria mais esclarecedora. Pelo contrário! É um livro extremamente preconceituoso com a prática. Deu vergonha alheia de ler. Até porque depois de 370 páginas degradando as pessoas que praticam BDSM e classificando-as como doentes, não é uma página do psicólogo do Christian Grey dizendo que não é considerado doença nem algo anormal que vai convencer os leitores, não é mesmo? Nem a protagonista se convence! E o pior, os praticantes que aparecem no livro se acham doentes também! Vergonhoso... vergonhoso.

Mas voltando ao problema machista da situação, apesar de Bela, quer dizer, Ana, passar o livro inteiro dizendo que ama o cara e não liga para o quão rico ele é, a autora trai a personagem, pois a história toda se prende ao que eles fazem com o dinheiro de Christian: mansões, festas de caridade (menos mal), lanchas, carros conversíveis dados de presente, jantares caros, guarda-roupas recheados de roupas de grife... dinheiro sendo colocado na conta da Ana sem ela pedir... e claro, toda a dúvida que surge sobre o quão justa foi a promoção dela no trabalho. O caso do carro eu achei especialmente vergonhoso, a tal deusa interior dela não é nenhuma deusa, é só uma viciada em sexo que gosta de ser mimada. Toda a forma como ela se derrete quando vê que vai ganhar um conversível é de doer. A promoção eu achei difícil de engolir, como alguém que não acredita que o cara gosta dela mesmo quando ele diz que a ama pode acreditar nele quando ele diz que não mexeu nenhuma palhinha para ajuda-la? Não faz sentido.

Fora todos os clichês machistas de sempre: ele acha que ela não dirige bem, reclama de roupas curtas que ela usa, morre de ciúmes dos amigos dela e ela das amigas dele (especialmente das ex), ele quer controlar o que ela come e bebe (?!?!?!?!?!?), ela cozinha ele não, ele sabe tudo de sexo por causa das suas relações anteriores e isso está tudo bem, enquanto ela só teve ele na vida e ele acha isso fantástico (e ela não liga, claro), ele é forte e sabe fazer de tudo (menos cozinhar), ela é uma coitada que precisa de ajuda para tudo senão mete os pés pelas mãos (menos para cozinhar, e,ok, sabe se defender minimamente quando é atacada). E, claro, o maior deles: ela quer se casar com um homem rico! E gato, claro. Que ele queria bater nela por prazer próprio no início não importa. Que ele é extremamente controlador e ela tem medo dele também não. Faz parte do papel de macho-alfa.

É com muito pesar que vou abrir o terceiro livro, e vou tentar ir até o fim. Se eu consegui ler "Twilight" até o fim, também consigo ler "50 tons", apesar de "Twilight" ser pelo menos engraçado de tão ruim, o que "50" não consegue ser... salvo alguns momentos genuinamente trágicos.

Nota 1.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Oriente, Ocidente


SPOILER FREE

Esse livro foi a minha boia salva-vidas na última semana enquanto eu estava lendo "50 tons de cinza", mas vou ser sincera com ele, apesar da comparação ser completamente desleal.

"Oriente, Ocidente" é um livro de contos do maravilhoso escritor Salman Rushdie, e contem 9 contos, os 3 primeiros são contos exclusivamente Orientais, tanto no tema quanto no estilo de narrativa, os 3 contos seguintes são Ocidentais, no tema, Salman Rushdie não consegue não ter um pezinho lá no Oriente quanto a sua forma de escrever (o que eu gosto muito, diga-se de passagem), e os 3 últimos são uma mistura do Oriente com o Ocidente.

E claro que todos os contos contem críticas extremamente mordazes tanto ao leste quanto ao oeste. Mas, não sei se é porque eu sou ocidental e a carapuça caiu direitinho, fiquei com a sensação de que ele pega mais pesado com o Ocidente. Enfim, isso não vem ao ponto.

O livro vem mais para mostrar como estamos mais próximos do que imaginamos e como um lado acaba por influenciar o outro, e como alguém como Salman Rushdie pode se sentir meio perdido, como se no final de tanta mistura de influências ele acabasse por não pertencer de verdade nem ao Oriente nem ao Ocidente (sensação muito bem descrita no último conto "O Corteiro"). E claro que tudo isso no melhor estilo do indiano, cheio de palavras inventadas, aquele ar místico oriental e o humor trágico característico do autor.

Com personagens tão variados como um porteiro do leste europeu vivendo em Londres, um embaixador indiano envolvido em conspirações, um pseudo-escritor inglês e um ladrão, Salman Rushdie nos leva numa viagem pela sua imaginação dividida entre o que é oriental e ocidental, e nos coloca numa encruzilhada para escolhermos o que preferimos, só para depois nos mostrar como isso não é importante, pois o ser humano continua igual, com os mesmos anseios e desejos, não importa onde ele vive ou qual é a sua cultura.

Nota 10.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

50 tons de cinza


SPOILER FREE (KIND OF)

Eu sei que me adiantei no tema de livros com cores no título, mas eu precisava de uma distração no trabalho (estava muito estressante) e eu tinha o livro em pdf... já viu, né? Por mais que tenham me falado para ficar longe dele eu não resisti à tentação e li.

E rapidamente eu entendi porque tinham me dito diversas vezes para ficar longe desse livro. Ele é tão ruim, mas tão ruim que eu não sei bem nem por onde começar essa resenha. Não sei se começo pelos diversos drinking games que descobri que podem ser jogados durante a leitura, garantindo um porre de tal tamanho que a experiência fique menos dolorosa, ou se é pela esquizofrenia da personagem principal, ou se é pela pobreza da história.

Acho que vou começar dizendo como o livro é IGUAL a Crepúsculo. Sério, é igual mesmo! Troque  vampiro por rico que curte BDSM, lobisomem indígena norte-americano por fotógrafo latino-americano e as consequentes adaptações e você terá exatamente a mesma história, com direito a cenas exatamente iguais. Aí você acrescenta sexo com alguma pimenta de BDSM (nada muito diferente não, as coisas mais "exóticas" são apenas mencionadas mas não testadas pela/na personagem) e você tem "50 tons de cinza".

O pior é que o sexo não é nem tão legal nem tão apimentado assim, Anaïs Nin, que nasceu lá no início do século XX, tem livros muito mais interessantes nesse sentido. Além, é claro, de "50 tons" ser piorado pelo vocabulário limitadíssimo da autora, que só sabe descrever um pênis de uma forma.

Ah, sim, aí chegamos nos drinking games! O livro é tão repetitivo (novamente igual a Crepúsculo), que você pode fazer diversos joguinhos para encher a cara! Se a cada vez que você ler a expressão "Oh, my" (algo como "ó, meu deus" em português) você tomar uma dose, você não chega no final de capítulo nenhum em pé! Garantido! Porque E.L.James usa "Oh, my" para tudo! Daí você tem a segunda expressão mais recorrente "that's so hot" (algo como "isso é tão excitante"), que é praticamente o segundo nome de Christian Grey, e a única forma que a autora encontrou para descrever tudo o que ele faz, além da sua aparência, é claro. E, essa é uma pérola, "that's so unexpected" ("isso é tão inesperado"), que a personagem principal, Ana, cisma em repetir toda vez que algo óbvio acontece. E claro, nós temos os combos!!!! "Oh, my, that's so hot"; "That's so unexpected, and hot", e a melhor de todas: "Oh, my, that's so hot and unexpected"! E eu certamente estou esquecendo de mais alguma expressão... enfim, não falta diversão etílica no livro.

Mas deixando esse detalhe de lado, a história podia ser interessante, mas não é. É mais uma história de uma menina virgem que se acha a pessoa mais feia, deselegante e indesejável do mundo, quando na verdade ela é gostosa. Ah, e ela tem uma auto-estima tão baixa que por mais que o cara diga pra ela o quanto ele gosta dela ela só consegue entender que ele quer fazer sexo com ela só porque sim. Porque convenhamos, se ela parasse um segundo para pensar, teria chegado a conclusão que ele certamente já teria mudado de mulher-objeto pra fazer sexo, porque ela não é nada daquilo que ele diz pra ela que ele espera. E mesmo assim ele quer ficar com ela! E ela acha que é por causa do sexo. Ahãm. Enfim, ela não é uma pessoa brilhante nesse aspecto. Mas mesmo assim o cara mais lindo e rico do planeta se apaixona por ela.

E já que estamos falando da Anastasia (ou Ana), vamos aproveitar e falar sobre esquizofrenia! Alguém tinha que explicar para ela a definição de subconsciente. Veja bem, você não vê ou bate-papo com o seu subconsciente! O dela é uma entidade completamente separada dela mesma, usa até óculos e se esconde atrás dos sofás na casa dos outros. Sério. Para mim isso é esquizofrenia, e no caso da Ana é grave, pois ela não só vê, conversa e interage com o seu Subconsciente (uma menina muito certinha que usa óculos de leitura), como ela também vê, conversa e interage com outra entidade: a Deusa Interior (não sei como ficou na tradução para o português, mas em inglês é "inner goddess"), que é uma atleta e acrobata viciada em sexo.

Enfim, me senti lendo uma mistura de pornô de quinta categoria com "Uma Mente Brilhante", só que ainda por cima mal feita, porque não se salva nem a parte da esquizofrenia.

Nota 2. Porque explica para os leigos o básico do que é BDSM.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Skin of Glass


SPOILER FREE

Eis um livro extremamente diferente que me foi indicado por uma querida amiga da dança, "Skin of Glass - finding spirit in the flesh" de Dunya Dianne McPherson. Eu achava que era um livro sobre dança-meditação, mas descobri que é uma mistura de autobiografia com memórias.

O livro é emocionante do início ao fim, pois a vida Dunya é realmente fora do comum. Tudo começa com a dança clássica (balé) na sua infância, e na sua transformação em bailarina profissional. E tudo muda quando, em plenos anos 70, época do amor livre, Dunya acaba por sofrer um trauma na coluna que a impossibilita de dançar. Nessa época ela conhece um Mestre Sufi que a apresenta ao caminho da dança como forma de meditação e busca pela espiritualidade, através não só dos tradicionais giros sufis mas também da dança do ventre.

Dunya conta com detalhes como foi essa mudança de paradigma: a dança que era feita apenas para o olhar dos outros passa a ser feita apenas com o intuito de se olhar para dentro. E o que foi que ela encontrou dentro de si mesma nesse processo. Tudo isso narrado de forma extremamente poética e cheio de citações sufis e do Corão.

O interessante não é só o fato dela narrar toda essa transformação, mas ela também fazer isso do ponto de vista feminino, que contesta a espiritualidade "masculina" imposta a ela como sendo o único caminho a ser seguido pelo ser humano, além de estudar o papel da mulher na sociedade e nos relacionamentos. E nós acompanhamos a autora nessa viagem ao seu passado, que nem sempre traz boas lembranças, pois o caminho da espiritualidade não é desprovido de dor e decepções, tanto novas quanto desenterradas.

Fiquei absolutamente extasiada com o seu relato, e triste quando o livro acabou. Eu queria mais, muito mais. Agora vou correr atrás dos DVDs da autora, pois o livro não é sobre como meditar dançando, e sim como isso nos leva numa viagem para dentro de nós mesmos. E agora eu quero saber o caminho das pedras!

Quem curte autobiografias e memórias vai adorar esse livro. Quem gostaria de saber como é se entregar completamente à dança, leia o livro também. Quem gosta de livros sobre a espiritualidade também vai gostar. E para quem curte poesia, também é um ótimo pedido.

Nota 9 com muito zagroota*!


* nome dado ao grito ululante que as mulheres árabes fazem que denota contentamento, muito presente em festas de aniversário, casamento, e, no contexto da dança do ventre, de aprovação à bailarina. O famoso "lilililililililiiiiiiiii"

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

The Book of Lost Things


SPOILER FREE

Com o nome em português traduzido para "O livro das coisas perdidas", esse livro me chamou atenção por causa 1) da capa e 2) do título. Quando descobri que era um infanto-juvenil de fantasia resolvi que valia a pena comprar usado no Better World Books. E valeu mesmo!

O livro é uma grande mistura de diversos contos de fadas, meio que lembra a série "Once Upon a Time", só que no livro a ligação entre os contos é muito mais bem construída, divertida e original que na série de TV. David é um menino de 12 anos apaixonado por livros que acabou de perder a mãe durante a II Guerra Mundial. Quando o seu pai casa novamente e tem um novo filho com a mulher, David começa a ter surtos e num determinado momento as histórias que ele mais gosta passam a ter vida.

Apesar da estrutura da história ser voltada para o público jovem, achei o livro muito violento, com descrições detalhadas de muitas cenas de violência. Mas o mais incrível é como o livro consegue ser poético no meio de tanta brutalidade e perversidade. A história é muito bonita e mostra como David vai amadurecendo ao longo de todos os problemas pelos quais ele é obrigado a passar, começando a rever a forma como ele vê a sua vida e a sua relação com a sua madrasta, Rose, e o meio irmão Georgie.

E Connolly mostra essa transformação de forma linda e gradual, de forma que o leitor mal percebe o que está acontecendo e quando vê David já não é o mesmo menino do início do livro. O final é especialmente bonito, um pouco triste, mas lindo de morrer. Sabe aquelas histórias que te deixam com um sorriso bobo quando você termina de ler? "The Book of Lost Things" é uma delas.

Nota 10, para começar bem o ano!


Livros lidos em 2012

Só para não dizer que é outra retrospectiva!

2012 foi um ano em que eu realmente me superei! Nunca imaginei que fosse alcançar a marca de 52 livros lidos num ano, o que dá aproximadamente um livro por semana! E, como sendo o primeiro ano em que participei do Desafio Literário, tendo a creditar boa parte desse aumento na leitura ao Desafio.

Mas nem tudo foi bom ou fácil. O ano começou meio mal, com "Homens, dinheiro e chocolate", um chick flick bem ruinzinho, mas pelo menos contou para o Desafio, que em janeiro o tema foi literatura gastronômica, e a história de uma mulher dona de uma confeitaria se encaixava muito bem. Mas, graças a deus, outro chocolate, dessa vez, mexicano, veio salvar a pátria, e "Como água para chocolate" foi uma deliciosa surpresa, pois eu confesso que esperava uma novelona mexicana, mas me deparei com literatura de alto nível! Já tenho outros livros da xará Esquivel na estante, esperando para serem devidamente devorados.

Mas janeiro não terminou aí, depois fui fazer uma "viagem à Turquia" (o que acabei por fazer literalmente em julho, e o livro foi muito determinante nisso) com "A ponte das turquesas", um achado que minha sogra me deu de presente e que eu amei cada linha! E que vontade de fazer aquelas  receitas... nada como um livro de história com receitas para te convencer a visitar a Turquia!

E ainda janeiro (que foi cheio de leituras por eu ter ficado uns dias em casa por conta de um monte de problemas de saúde), li "Eat, pray, love", que também me surpreendeu! Afinal o filme é um lixo, mas o livro é simplesmente outra coisa! Outra história, outra personagem principal, outro clima... enfim, gostei! Mas não sei se lerei outros livros da autora... eles não me parecem tão interessantes.

Cansada de ler sobre comida, resolvi dar um tempo e ler algo completamente diferente, com "Eu matei Sherazhade", da Joumana Haddad, mergulhei no universo da mulher árabe, me divertindo e me revoltando no meio do caminho. E ainda por cima fiquei com vontade de ler os livros que ela menciona na sua deliciosa narrativa sobre como é ser uma mulher árabe revoltada. Recomendo muito!

E, finalmente, terminando janeiro, resolvi que era hora de mudar minha alimentação (afinal passei o mês doente, né?) e tirei da prateleira "Candidíase, a praga", que vem com explicações bem completas mas que eu já esqueci, do porque alguns alimentos não devem ser consumidos por quem tem cândida com frequência. E sigo a dieta (de uma forma menos rígida do que na época) até hoje! E como minha qualidade de vida melhorou! Obrigada, Sonia Hirsch!

Animada com o ritmo feroz de leitura de janeiro, entrei em fevereiro com uma meta: ler os 3 volumes de Musashi em um mês! Confesso que não sei como consegui (eles são grandes), mas independentemente da meta, fiquei satisfeita com a leitura! É uma narrativa extremamente oriental, onde se conta a história do samurai mais famoso de todos os tempos! Deliciosa! Vale a pena carregar os tijolões por aí.

Mais surpresa ainda eu fiquei quando vi que ainda sobrava mês de fevereiro para continuar o Desafio, e saíram da estante mais dois livros com nomes próprios como título: "Salomé" e "Peter Pan". O primeiro é a famosa peça de Oscar Wilde, e confesso que eu esperava mais, porém não deixou de ser uma leitura interessante, especialmente para uma professora de dança do ventre. E "Peter Pan" é um clássico que eu adorava quando era criança, porém nunca tinha lido o original, apenas adaptações para livros infantis, e confesso que AMEI.

Chegando em março, o tema era serial killer, e comecei com "O Perfume", que foi um livro chocante! A narrativa é tão envolvente que você não repara nas partes absurdamente fantasiosas da trama (meu maridão serviu de termômetro para isso), e o final é simplesmente repugnante. Depois, peguei algo mais "leve" dentro do tema, "Eu mato", do italiano Giorgio Faletti, não chega aos pés de "O Perfume", mas a história é interessante. Mas não pretendo ler mais nada desse autor tão cedo. Finalizando o mês, eu havia comprado especificamente para o Desafio "Criança 44" (o tema certamente não faz parte das minhas leituras normais), e novamente me surpreendi! A trama, passada na antiga União Soviética, é de arrepiar, e não consegui desgrudar do livro até terminá-lo. Apesar de ser melhor do que o livro italiano, ainda ficou abaixo da melhor leitura do mês. Mas pretendo mais tarde ler a continuação da história, que veio no mesmo livro (uma daquelas edições estilo "vira-vira").

Enquanto isso, li o primeiro livro da saga "Hunger Games" no tempo livre do trabalho, apesar de não fazer parte do Desafio, e fiquei impressionada com a distopia misturada com ficção científica da Suzanne Collins. Dá para entender porque o livro é um best seller. E amei o fato da personagem principal ser uma mulher tão forte. Da-lhe Katniss!!!

Abril foi um mês que eu adorei o tema do Desafio, pois amo literatura oriental, e aproveitei o mês do escritor oriental para ler TODO o quinteto islâmico do Tarik Ali. Fazia anos que eu esperava o lançamento do último livro da saga para completar a coleção e começar a ler! E finalmente o livro saiu um português no final de 2011, e fiquei namorando os títulos até abril... e li os 5 vorazmente! Fiquei surpresa ao descobrir que as histórias de cada livro não tinham conexão nenhuma uma com as outras (isto quer dizer que eu podia ter lido mais cedo!), mas ler todas de uma vez é uma experiência única! Tarik Ali nos mostra um lindo mosaico do mundo islâmico através dos séculos e de diversas nações, nos mostrando um mundo lindo, rico e absolutamente desconhecido da maioria dos ocidentais. Algumas histórias são baseadas em personagens reais, outras não, mas em todas o contexto histórico está bem próximo da realidade, o que é muito informativo!

Mas dessa vez, a leitura acabou por durar mais tempo do que o previsto, e em maio só consegui ler um livro  com o tema romance histórico. Dessa vez, nada de Bernard Cornwell, o escolhido foi Christian Jacq, pois eu estava no clima orientalista, e li "O Faraó Negro" só para me lembrar como adoro ler tudo desse autor francês, e de quebra aprender mais sobre o Egito Antigo.

Depois de tanta leitura oriental e voltada para o Desafio, resolvi aumentar a lista de livros lidos no ano lendo um livro pequenininho, o inglês "Flatland", que acabei por odiar com toda as minhas forças. Quem diria que uma história que prometia tanto (como não se interessar por um mundo feito apenas de formas geométricas? Linhas, pontos, quadrados, círculos...) poderia ser tão machista ao ponto de estragar tudo? Todas as ideias interessantes apresentadas pelo autor são eclipsadas pela forma absurdamente machista de ver a vida. Triste demais.

Mas graças a deus, o tema do Desafio Literário para junho era interessante: viagem no tempo. E eu pude ler dois romances "A mulher do viajante do tempo" e "Em algum lugar do passado". O primeiro título me surpreendeu muito, pois eu esperava mais um chick flick e encontrei uma boa teoria de viagem no tempo! Com direito a personagens apaixonantes e um final dramático! Já "Em algum lugar do passado" não me agradou, a narrativa é arrastada e por vezes chata. Foi para pilha de livros a serem doados assim que terminei de ler.

Em julho o tema era Prêmio Jabuti, e, como eu tinha viagem marcada, só consegui ler dois livros: "Budapeste" e "A hora da estrela". Confesso que me decepcionei demais com o Chico Buarque, afinal o outro livro que eu li dele ("Leite derramado") era muito bom, e nada nem ninguém havia me preparado para a m... que é "Budapeste". A história parece ter sido bolada numa viagem ruim de álcool com drogas. Mas graças a Deus Clarice Lispector veio me salvar e me apaixonei por "A hora da estrela" e a forma como ela conta a triste história de Macabéa... a prosa de Clarice mais parece poesia!

Voltando da viagem a Turquia, o tema que me esperava era terror! Então peguei o último livro da Charlaine Harris da série da Sookie Stackhouse (que deu origem ao seriado "True Blood") e devorei com gosto! "Deadlocked" não é o melhor livro da série, nem de longe, mas também não é o pior, e deu para me divertir com ele. E claro que ele só entrou nessa classificação porque tem vampiros e outros seres sobrenaturais, porque não chega nem aos pés do mestre do terror Stephen King, de quem eu finalmente consegui ler "O Iluminado"! Fazia tempo que eu não lia um terror de respeito como esse, de tirar o sono e dar pesadelo! Eu precisava conversar com o maridão para tirar aquelas imagens da minha cabeça antes de dormir!

Em setembro eu precisei esfriar a cabeça depois de tanto terror, e como o tema era mitologia universal, resolvi encarar Neil Gaiman (eu não podia ler qualquer coisa depois do mestre King) e o seu "Deuses Americanos", que é uma obra-prima! Só mesmo o Mr. Gaiman para misturar tanta mitologia e fazer dar certo! Shadow é um dos melhores personagens de todos os tempos, e Mr. Wednesday é um sacana de marca maior, como era de se esperar. Tomara que alguém tenha coragem de filmar essa história, porque merece! Em seguida li outro livro da mesma linha, "Anansi Boys", que inclusive tem um mesmo personagem em comum com "American Gods", o deus africano Anansi. Não é um livro tão bom, mas é extremamente divertido! Ninguém é mais "troll" do que Anansi, nossa senhora! Também acho que merecia um filme! Inclusive, talvez funcionasse melhor em filme, com o Will Smith como Spider!

Em outubro o tama foi Graphic Novels, o que era uma novidade para mim, pois eu nunca tinha lido uma. E comecei um pouco bem demais, com "Habibi" (digo isso porque mais nada chegou aos seus pés). Escrita e ilustrada pelo americano Craig Thompson, ela é linda: a história é linda, os desenhos são lindos, o texto é lindo, e a pesquisa que ele fez para montar essa narrativa foi tão ampla que é de chorar de emoção. "Habibi" é uma grande homenagem à arte árabe e ao mesmo tempo faz uma crítica pungente à sociedade. (não só a árabe!)

Depois de "Habibi", mergulhei de cabeça em outras Graphic Novels: "Isadora Duncan a Graphic Biography", "Persépolis", "Lost Girls" (os 3 volumes) e "Histórias para não dormir". A da Isadora Duncan era muito bonita também, com desenhos que pegam bem o espírito da bailarina, incluindo passos típicos da sua dança, mas eu achei muito superficial para contar toda a sua história conturbada. Já Marjane Satrapi me conquistou com sua autobiografia em "Persópolis"! Que figura que é essa mulher! Adorei tudo! Agora quero outras Graphic Novels dela! Em seguida, peguei emprestado "Lost Girls", uma trilogia do mestre Alan Moore, que me surpreendeu e chocou com o excesso de putaria (não tem outra palavra para descrever). O que salva são as ilustrações delicadas da sua esposa (isso mesmo, ele se casou com a ilustradora depois de fazer os livros, o que é compreensível...), que dão um ar mais poético às intermináveis cenas de sexo. E por fim, já no apagar das luzes do mês, li "Histórias para não dormir" numa festa de aniversário (um amigo veio me mostrar todo animado e eu acabei sentando durante meia hora só para ler o livro), e achei bonitinho! Algumas histórias são realmente boas, outras nem tanto, mas no geral o livro é realmente assustador e muito bem ilustrado.

Enquanto eu devorava Graphic Novels em casa (não dá para ler uma no metrô), adiantei a leitura do mês seguinte com "Miramar", do egípcio Naguib Mahfouz, e para variar AMEI o livro! A estrutura da narrativa contada diversas vezes, cada hora pela perspectiva de um dos personagens envolvidos é simplesmente cativante! Já concluí que tudo o que esse autor escreve é maravilhoso. E agora estou catando livros dele em outras línguas, já que já li tudo o que ele escreveu e que foi lançado no Brasil...

Enquanto isso, no trabalho eu continuei com tempo livre, e com isso li "Catching Fire" e "Mockingjay", as continuações não tão boas assim de "Hunger Games". O pior é que cada vez que penso nesse livro acho que ele é um pouco pior do que eu julgava anteriormente... a autora não fez boas escolhas e não quis inovar nesses livros, que acabaram sendo uma cópia do primeiro. Uma pena, tinha muito potencial. O final do último livro é especialmente frustrante, com um final absolutamente "normal" para uma personagem tão extraordinária quanto Katniss, ela merecia muito mais do isso.

Ainda em outubro, resolvi tirar um tijolão da estante: "Inheritance". Afinal "Miramar" durou apenas uma viagem a São Paulo, e eu precisava de algo para ler no metrô no dia a dia. Como capítulo final da saga que começou com "Eragon", "Inheritance" não é o melhor livro da série, e como o autor não é mais criança, eu esperava muito mais dele. Achei algumas escolhas que ele fez simplesmente sem sentido, e a sua tentativa de aprofundar os personagens não foi muito bem sucedida. Mas ele continua escrevendo belas cenas de batalha, e isso salva o livro (são muitas batalhas). A batalha final foi melhor do que eu esperava, pois do jeito que as coisas estavam evoluindo eu não via como ele ia conseguir explicar o final (que era óbvio), mas ele deu um jeitinho. Ficou igual ao final de História Sem Fim II, mas e daí, né?

Chegamos em novembro! Autores Africanos! Como sou louca pelos egípcios, e tinha um monte (ainda tenho) de livros para ler de autores desse lindo país, resolvi que esse mês seria dedicado ao Egito. Depois de já ter lido "Miramar", recomecei com "Woman ai Point Zero", da psicanalista e feminista Nawal El Saadawi, um relato absolutamente obrigatório para quem quer entender o drama da mulher árabe. Mas não só árabe, pois muito do que está descrito ali na história de Firdaus se aplica às mulheres do mundo inteiro. Não satisfeita com apenas um livro sobre a mulher árabe, continuei com "The Story of Zahra", da libanesa Hanan Al-Shaykh. Pena que não contou para o desafio, pois confesso que fiz confusão achando que Hanan era egípcia... vergonhoso isso! Mas voltando ao livro, o relato de Zahra é igualmente recheado de absurdos que só acontecem com as mulheres ao redor do globo, mostrando como muitas vezes não somos vistas como nada além de um pedaço de carne que fala. Terminei esses dois livros me sentindo enraivecida com o mundo, claro.

Mas ainda tinha muito livro egípcio para ler (e ainda tenho...) e continuei com o delicioso "O Beco do Pilão", o último dos moicanos das edições brasileiras do Naguib Mahfouz. Claro que depois de ler as mulheres árabes falando dos seus problemas, achei que isso não era suficientemente mencionado em "O Beco", mas ainda é Naguib Mahfouz, e ele escreve muito. Já menos enraivecida, entrei de cabeça então no "The Yacoubian Building", que já virou até filme (que está lá em casa esperando para ser assistido), e lá pude ver uma história bem mais moderna da sociedade egípcia. Eu gostei tanto do livro que procurei a edição traduzida para dar de presente à minha mãe. Espero que ela leia logo para podermos conversar sobre o livro! Para finalizar a segunda sessão oriental do ano, escolhi "Harem Years", um livro muito especial, que conta as memórias (reais!!!) de uma feminista egípcia do século XIX, que não só foi importante para o movimento feminista egípcio e mundial, como também participou ativamente do cenário político do Egito, num momento em que eles tentavam deixar de ser um protetorado da Inglaterra! Como eu gostaria que Huda Shaarawi tivesse escrito mais sobre a sua infância e juventude! As informações contidas nesse livro são preciosas!

E finalmente chegamos em dezembro! Foi um mês cujo tema era poesia. Não que eu não goste de poesia, mas eu realmente não ando no clima, fora que ler poesia no metrô não é tão legal. Então resolvi ler outras coisas e deixar apenas um livro para cumprir o Desafio Literário todo. Então, comecei o mês com "Miss Peregrine's Home for Peculiar Children", um livro muito interessante, que conjuga narrativa com fotos vintage procuradas entre acervos de colecionadores. As fotos são realmente perturbadoras (ainda mais se você pensar que a maioria não foi modificada digitalmente!), e a história é muito sombria mas cativante!

Depois li o pior livro do ano (não conto "Flatland" porque o autor tem a desculpa de ter vivido na época vitoriana), "Como ser mulher" da inglesa Caitlin Moran. A autora mistura diário de adolescente com autobiografia para falar de feminismo sem ter lido sobre o assunto, não podia dar um bom resultado, não é mesmo? E depois desse "trauma", só mesmo lendo os poemas do persa Rumi para me sentir melhor. A edição de "Poemas Místicos" é simplesmente primorosa, com direito a diversas explicações sobre simbologia sufi nas notas e diversas ilustrações de arte islâmica. Valeu a pena, mesmo encarando o metrô com ele e lendo devagarzinho por causa disso.

Como o ano ainda não tinha acabado, saquei da estante "Por favor, cuide da Mamãe", da coreana Kyung-Sook Shin, e fiquei super feliz por ter comprado esse livro por impulso no aeroporto de São Paulo, pois o livro é muito bom! A história de cada membro da família lembrando dos momentos da Mãe depois que ela desaparece numa estação do metrô em Seul é simplesmente emocionante! E faz você sentir culpa também, pois a desculpa de todo o mundo na história é a mesma que todos usam hoje em dia: falta de tempo.

Mas como eu ainda tinha tempo antes do mundo acabar, acabei lendo mais dois livros antes do final do ano: "Luka e o fogo da vida" e "As memórias do livro". Luka é de outro mestre, Salman Rushdie, e é uma espécie de continuação de "Haroun e o mar de histórias", que eu tive o prazer de reler em 2011, e o livro é muito fofo! Se um dia eu tiver filhos é esse tipo de livro que quero ler com eles. Já "Memórias do Livro" foi indicação da sogra, e mesmo com a indicação me surpreendeu! Que livro bom de ler! Seria ainda mais legal se a história fosse real, mas pelo menos a Hagadá de Sarajevo existe :-)

E assim terminei 2012 com o meu recorde de livros lidos: 52! Agora a lista completa para quem quiser contar...



  • As Memórias do Livro - Geraldine Brooks
  • Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
  • Por favor, cuide da Mamãe - Kyung-Sook Shin
  • Poemas Místicos - Rumi
  • Como ser mulher - Caitlin Moran
  • Miss Peregrine's Home for Peculiar Children - Ransom Riggs
  • Harem Years - Huda Shaarawi
  • The Yacoubian Building - Alaa Al-Aswany
  • O Beco do Pilão - Naguib Mahfouz
  • The Story of Zahra - Hanan Al-Shaykh
  • Woman at Point Zero - Nawal El Saadawi
  • Histórias para não dormir - Pedro Rodríguez
  • Inheritance - Christopher Paolini
  • Lost Girls vol 3 - Alan Moore
  • Lost Girls vol 2 - Alan Moore
  • Mockingjay - Suzanne Collins
  • Miramar - Naguib Mahfuz
  • Persépolis - Marjane Satrapi
  • Lost Girls vol 1 - Alan Moore
  • Catching fire - Suzanne Collins
  • Isadora Duncan a Graphic Biography - Sabrina Jones
  • Habibi - Craig Thompson
  • Anansi Boys - Neil Gaiman
  • American Gods - Neil Gaiman
  • O Iluminado - Stephen King
  • Deadlocked - Charlaine Harris
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • Budapeste - Chico Buarque
  • Em Algum Lugar do Passado - Richard Matheson
  • A Mulher do Viajante no Tempo - Audrey Niffenegger
  • Flatland - Edwin A. Abbott
  • O Faraó Negro - Christian Jacq
  • A Noite da Borboleta Dourada - Tariq Ali
  • Um Sultão em Palermo - Tariq Ali
  • A Mulher de Pedra - Tariq Ali
  • O livro de Saladino - Tariq Ali
  • Sombras da Romãzeira - Tariq Ali
  • The Hunger Games - Suzanne Collins
  • Criança 44 - Tom Rob Smith
  • Eu mato - Giorgio Faletti
  • O Perfume - Patrick Süskind
  • Peter Pan - J. M. Barrie
  • Salomé - Oscar Wilde
  • Musashi - livro 3 - As duas forças . A harmonia final - Eiji Yoshikawa
  • Musashi - livro 2 - O vento . O céu - Eiji Yoshikawa
  • Musashi - livro 1 - A terra . A água . O fogo - Eiji Yoshikawa
  • Candidíase a praga, e como se livrar dela comendo bem - Sonia Hirsch
  • Eu matei Sherazade - Joumana Haddad
  • Eat pray love - Elizabeth Gilbert
  • A ponte das turquesas - Fernanda de Camargo-Moro
  • Como água para chocolate - Laura Esquivel
  • Homens, dinheiro e chocolate - Menna Van Praag