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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O retrato de Dorian Gray


SPOILER FREE

Eis um livro que ficou muito tempo na minha lista de leituras/estante. Mas só depois que baixei uma versão grátis para kindle e surgir o tema "clássico - época vitoriana" em um dos desafios que estou seguindo esse ano, que realmente peguei o volume para ler. Quer dizer, abri a versão no kindle e devorei em 2 dias (é que eu demorei muito para escrever essa resenha, por isso as contas não batem com os livros que já resenhei esse ano).

O enredo é muito conhecido, e pode até mesmo soar batido hoje em dia, mas na época era uma ideia muito original, por isso não vou ficar fazendo resumos ou introduções. Então, indo direto ao que me interessa ;-) , o texto é recheado de críticas ácidas à sociedade da época, o que é hoje muito engraçado e divertido, e faz você entender facilmente porque Oscar Wilde foi perseguido e considerado uma figura, no mínimo, controversa. Além das críticas, o autor aproveita para falar de diversas ideias (imagino que suas) sobre o que é a arte, e digamos que suas ideias quanto a isso podem ser consideradas até hoje como radicais. Alguém que consegue essa proeza após mais de 100 anos é no mínimo alguém interessante, não é mesmo?

Mesmo não sendo a primeira obra que li dele (li Salomé há quase dois anos atrás), fiquei impressionada, até porque Salomé é bem simples e suave perto desse romance (e olha que Salomé não é simples nem suave). E apesar de ter adorado o livro, a estória contada e as ideias loucas apresentadas, confesso que lá pelo meio do livro fiquei com muito sono. Explico: no meio da estória do Sr Gray, Oscar Wilde resolve fazer descrições detalhadas e cheias de analogias das loucuras e manias do personagem. São páginas e páginas recheadas de citações ou menções a outras histórias, livros etc. Nada de andamento do que acontece com Dorian Gray. Tudo bem que aparentemente nada acontece mesmo durante muitos anos, a não ser a alternância entre coleções absurdas e leituras bizarras, mas precisava enrolar tanto para dizer isso?

Enfim, dá uma sensação ruim de quebra de ritmo no livro, mas passando por esse obstáculo, o livro retorna ao delicioso ritmo inicial, culminando num dos clímax mais clássicos da literatura inglesa. Sensacional.

Para quem acha que clássicos são chatos ou difíceis, "O Retrato de Dorian Gray" está disponível em qualquer biblioteca ou livraria ou na internet para provar que existem exceções. Boas exceções.

Nota 9 só por causa do soluço no meio do caminho.

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