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quarta-feira, 2 de julho de 2014

To all the boys I've loved before


SPOILER FREE

Então... julho, além de ler um livro grande (estou lutando com Os Miseráveis, aguardem), eu precisava ler um chick lit. Como vocês já devem saber, eu sou uma ratinha da Amazon, sempre à caça de um livro a um bom preço, e no começo desse ano me deparei com esse título aí, que me deixou curiosa por conta da premissa: jovem adolescente de 16 anos tem como costume escrever cartas para os meninos de quem ela gosta para desabafar e "superar" o seu amor, depois ela guarda as cartas e segue com a vida. Tudo vai bem até que um dia alguém encontra essas cartas e as envia pelo correio.

Pois é... achei a ideia extremamente instigante! O que você faria quando algum antigo namorico seu resolvesse te abordar porque recebeu uma carta dessas? Olha a situação! E curiosa do jeito que eu sou não resisti e comprei o livro, estava barato mesmo...

E confesso que me surpreendi! É bem draminha adolescente? É. Tem momentos extremamente constrangedores? Claro, com essa premissa não tinha como não ter. É divertido? Muito, mas muito mesmo, em um momento o meu marido veio ver se eu estava passando bem de tanto que eu ria. Sério.

Mas o livro é mais do que isso, porque para deixar as coisas mais interessantes, ele foi escrito por uma americana que é descendente de coreanos, e claro que a personagem principal e sua família tem essa mesma característica, então temos um retrato muito interessante do que é ser uma adolescente com o "estigma oriental", que, por exemplo, não pode se fantasiar de qualquer personagem da Disney no Halloween porque é confundida com personagens de mangá, e que mantem o contato com sua cultura ancestral através da comida. É muito bacana ver esse tipo de coisa sendo retratada num livro para adolescentes, por mais que a autora não ofereça nenhum tipo de reflexão sobre o assunto, é importante e interessante ver isso sendo mostrado.

Seguindo o mesmo tipo de raciocínio, o livro também acaba abordando (ainda que sem refletir, mas pelo menos apontando e deixando bem claro) situações de machismo e de bullying pelas quais as meninas adolescentes passam nas escolas americanas, o que também achei muito válido, ainda mais em conjunto com a questão étnica. Por isso que é um livro muito legal para adolescentes lerem, afinal não vem "cheio de lição de moral", mas como tem as situações explícitas tem como tratar desses assuntos por fora da leitura, o que pode ser muito enriquecedor.

Agora, o livro não é perfeito. O problema maior, na minha opinião, está na falta de consistência da personagem principal, que na verdade mesmo não sabe muito bem o que está sente pelos meninos para os quais escreve. Se você acha que adolescentes são assim mesmo, não é um problema, mas sei lá, achei meio superficial nesse sentido.

O resultado final é um livro muito divertido e com grande potencial de agradar.

Nota 9.

5 comentários:

  1. Gostei do seu blog! Por acaso acabei aqui hoje e vou deixar na barra de favoritos para, quando tiver um tempinho, dar uma espiada, até porque não tenho muitas pessoas com quem conversar sobre os livros que leio, não que eu vá conversar muito, mas é bom ler outras críticas e opiniões...

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  2. Qual é o nome em portugues e onde vende ?

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    Respostas
    1. Infelizmente o livro ainda não foi traduzido para o português, visto que foi lançado em abril de 2014, mas fique de olho na editora Novo Conceito, que publicou as últimas obras da Jenny Han :-)
      Beijos!

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  3. Estou curiosa para ler esse livro, nunca li um livro para jovens que falasse sobre questões étnicas/culturais, e acho importante essa representação.

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  4. Na verdade, já li livros para jovens com questões culturais (li há pouco tempo "Vaclav & Lena", sobre imigrantes russos), mas não me lembro de ter lido sobre asiáticos, e acho importante porque sou mestiça, um lado da minha família é japonesa.
    Enfim, gosto bastante das suas resenhas. :)

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