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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

The Book of Life



SPOILER FREE

E depois de alguns meses aguardando no meu kindle, peguei o último livro da trilogia da Deborah Harkness (composta também por "Descoberta das Bruxas" e "Sombras da noite"), que ainda não saiu no Brasil, mas deve estar chegando.

Dessa vez, Diana e Mathew estão de volta ao presente e precisam lidar com a perseguição e a chegada dos seus filhos gêmeos, além de encontrar as páginas perdidas do livro da vida para restaurar o livro e provavelmente garantir o futuro tanto dos vampiros quanto das bruxas e dos daemons.

Sabe aquela sensação de que o autor teve uma ideia brilhante mas não tinha talento suficiente para realizar a sua própria ideia? É bem isso que você tem ao ler a trilogia. O livro tem um ritmo interessante, e e difícil parar de ler (no último dia da minha leitura fiquei acordada até 2h da manhã para terminá-lo), porém, contudo, entretanto, todavia, ele não é lá grandes coisas.

Depois de ler os 3 livros, cheguei à conclusão que o grande problema é que falta foco à autora. Ela começa um monte de histórias paralelas ao longo da trama principal, mas nenhuma é concluída, da mesma forma que os personagens são confusos e diversas vezes agem de forma incoerente com as suas supostas características. E aqui não se trata apenas de traços de personalidade, mas também de limites dos seus próprios poderes, que às vezes eles mesmos esquecem.

Um outro problema correlacionado é o excesso de informação. Porque não basta ser uma história de bruxas, vampiros e daemons, precisa ter humanos como personagens importantes também, grandes descobertas genéticas e históricas, viagens no tempo, problemas políticos de segregação, controle populacional e controle de "pureza de raça", romance que não sabe se é mesmo romântico ou uma relação abusiva (ou uma relação abusiva disfarçada de romântica), problemas de relacionamentos com os pais, mistério e investigação, terror, e uma infinidade de referências mitológicas e religiosas. Além, claro, de personagens poderosos demais para o bem do sentido da narrativa.

O resultado inevitável do excesso de informação com a falta de foco é uma quantidade incômoda de buracos. 3 livros jamais seriam suficientes para quantidade de histórias presentes na trilogia serem finalizadas de forma satisfatória e terem sentido entre si, ou a autora cortava algumas coisas e fazia direito ou ela escrevia pelo menos mais 3 livros com um time de ajudantes para verificar a continuidade. Da forma como ficou, deixa a obra mediana para ruim.

Acho uma pena, tinha muito potencial.

Nota 6,5. Nota 7 para a trilogia como um todo.

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