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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Barbe Bleue



SPOILER FREE

Então, Julho é mês das autoras nos meus desafios literários! E, como não podia deixar de ser, tinha que ter Amélie Nothomb no meio! A escritora belga está no meu Top 10 de autores favoritos e também na lista de "autores dos quais eu leria qualquer coisa, até lista de compras" e de "autores que eu indico para qualquer um".

Seu único defeito é ter poucas obras traduzidas para o português, o que dificulta a indicação de livros e as consequentes conversas pós leitura, o que é simplesmente uma pena, seus livros dão pano para manga para altos papos.

Mas graças aos deuses ela é famosa o suficiente na Europa para que seus livros cheguem na Livraria Cultura daqui. E assim eu consigo me manter à par do que ela está lançando. Acho que ela é o único autor que eu tenho a obra completa em livros físicos e no original (mentira, está faltando só um livro dela na minha coleção, o que eu pretendo corrigir em breve).

Mas, então, "Barbe Bleue" é um romance de Amélie lançado em 2012, onde ela revisita a famosa história de Barba Azul. Seguindo bem o seu estilo, a história em si é curtinha, e o ponto focal é o seu humor extremamente ácido, com toques de surrealismo, e não o enredo em si, já que a história é famosa o suficiente para alguém duvidar de como as coisas irão caminhar. Amélie transporta a famosa história para a França de hoje em dia, mais especificamente Paris, atualizando os personagens para o mundo moderno em diversos aspectos, o que a deixou mais interessante que o conto de fadas original.

Dentro da sua bibliografia, "Barbe Bleue" não está entre os seus melhores romances (meus favoritos continuam sendo os autobiográficos), mas não está entre os piores também. A leitura, como sempre, é muito dinâmica e extremamente divertida, o que achei que ficou faltando é um quê a mais. Diferente de outros livros de Amélie, talvez por ser uma releitura, este não surpreende, não tem a mesma loucura entranhada, não tem um brilho próprio. Ficou parecendo um exercício literário de acidez. Veja bem, é Amélie Nothomb, o resultado desse exercício é obviamente sensacional, mas já a li fazendo muito melhor.

Nota 9.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pó de lua



SPOILER FREE

Um dos meus desafios literários desse mês tem como tema "um livro ilustrado". Fiquei tentada em ler uma graphic novel, mas depois pensei, preciso de algo mais inusitado. Daí lembrei-me de um livro que comprei por impulso numa visita a uma livraria, simplesmente porque o achei diferente.

"Pó de lua", da brasileira Clarice Freire, é um livro realmente inusitado. É um livro que reúne uma espécie de poesia desenhada que a própria autora gosta de rabiscar em seus cadernos estilo moleskine, e mais tarde passou a postar na internet. A coisa fez tanto sucesso online que virou livro.

E a ideia é realmente fofa e diferente, entendo porque tenha feito sucesso. Funciona bem na internet e como meme.

Não sei se a seleção é que não foi boa, ou se a autora precisa amadurecer um pouco mais, mas confesso que achei o livro e as tais poesias desenhadas muito sem graça. Fiquei meio decepcionada, pois lembro de ter visto o livro na livraria e achado muito legal, então quando vi que das mais de 100 páginas de rabiscos fofinhos apenas uma meia dúzia era realmente interessante, me perguntei o que tinha acontecido.

Talvez eu seja muito chata ou exigente, mas o fato é que achei "Pó de lua" muito fraco. É diferente, original, sim, mas não é bom. Outro problema é que achei o livro repetitivo, tem uma quantidade enorme de trabalhos muito parecidos, e os dizeres, na maioria das vezes, são muito bobos ou óbvios ou sem graça. Os únicos que realmente me chamaram atenção foram as poesias da autora sobre as fases da lua, desses eu gostei, mas são só 4, né? Dava para ter lido na livraria sem comprar o livro.

Nota 4.

Real vampires do it in the dark



SPOILER FREE

Então, como eu disse anteriormente, eu fiquei doida com o final do primeiro livro da série, "Real vampires don't sparkle", acabei comprando a continuação, e, claro, a peguei correndo para saber como a história continuava. Continuava porque, claro, a autora não termina a história aqui.

A sequência começa exatamente onde o primeiro livro termina (me lembrou demais "A hora das bruxas" da Anne Rice nesse sentido, é uma maldade com o leitor), e a história continua divertida, afinal os personagens são a melhor parte do enredo, e isso continua sendo verdade. O humor da autora continua um ponto muito forte também, e é o que me manteve interessada no início desse segundo volume, pois logo no primeiro capítulo a coisa dá uma esfriada terrível, e eu cheguei a achar algumas passagens muito chatas, mas, tem a promessa do personagem principal ser tão divertido, daí você aguenta e, depois que a história desenrola, volta a ficar interessante.

Uma melhoria com relação ao primeiro livro é que dessa vez a história é realmente mais interessante e tem algumas reviravoltas que me pegaram de surpresa, o que foi uma mudança agradável. Em compensação, a autora continua com a mania de terminar o livro com um final sacana pro leitor ficar com vontade de ler o volume seguinte. É uma estratégia suja, na minha humilde opinião. E fiquei muito chateada quando vi que o próximo livro ainda não tem data prevista para lançamento. Sério, o que eu faço agora? Não é à toa que detesto ler séries sem elas terem sido publicadas até o final.

Depois de Mathews virar líder de um coven de vampiros (ah, as ironias da "vida"), praticamente brigar com toda uma cidade, e fazer grandes sacrifícios por Quin, eu PRECISO saber como ele vai resolver mais esse último problema. E eu ainda arrisco dizer que a complicação que surge no final desse livro é ainda mais interessante que os dilemas que surgiram no primeiro, e olha que nem o plot do primeiro volume foi resolvido ainda! Hum... pensando nisso, espero que seja uma trilogia. Estou começando a farejar uma série interminável de livros, e elas NUNCA dão certo.

Fora os pontos positivos e negativos, a versão em kindle precisava de uma revisão básica. Tem uns errinhos chatos que um editor qualquer poderia ter dado um jeito.

Nota 9 no gênero "livro pipoca-trash". Fora dele acho que nem seria considerado avaliável!