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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

The body in the library - Um corpo na biblioteca



SPOILER FREE

Tentando colocar o atraso em dia, esse é o livro que escolhi para o tema de Outubro, um livro com um protagonista idoso. Confesso que fui preguiçosa e não pesquisei muito, simplesmente escolhi um livro da Agatha Christie que tivesse a Miss Marple.

É aquilo, tudo da Agatha Christie é um clássico, não tem como errar etc. E, sim, "Um corpo na biblioteca" não foge à regra. É um livro curto, razoavelmente leve (ainda tem assassinatos, né?), fácil e tranquilo de ler e com a qualidade esperada da autora inglesa.

Mas é preciso lembrar que Agatha trabalha com fórmulas nos seus livros, isto é, todos eles seguem um padrão, de acordo com o detetive escolhido. E Miss Marple não é uma detetive que envolva ação ou perseguições, afinal ela é uma velhinha que tem "apenas" um grande poder de observação e conhecimento sobre a natureza humana. Em outras palavras, depois da adrenalina da trilogia "Millenium", eu confesso que achei "Um corpo na biblioteca" um tanto devagar.

Nesse livro, os Bantry acordam certo dia e encontram a casa em polvorosa por conta da descoberta do corpo de uma linda jovem na sua biblioteca. Dolly Bantry não hesita e chama imediatamente sua amiga, Miss Marple, para ajudar a resolver o mistério e limpar a reputação do casal.

O mistério em si é bem intrincado e interessante, claro, mas o fato da história toda ser baseada em conversas dos policiais e da Miss Marple com os suspeitos e outros personagens envolvidos deixa o ritmo meio lento e um tanto datado. Confesso que precisei ficar me lembrando que o livro foi publicado na década de 40, tanto por conta do elitismo dos personagens, quanto por conta das limitações dos policiais com relação à cena do crime.

Mas isso sou eu sendo chata e cri cri. O livro vale a pena a leitura.

Nota 8.


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Trilogia Millenium

 
SPOILER FREE

Depois de ficar alguns anos na minha estante, finalmente peguei para ler a trilogia "Millenium". Isso porque o tema de setembro (estou atrasada demais, ó céus) era uma protagonista lésbica, e eu havia lido em algum lugar que a heroína da saga era lésbica (aviso logo: é mentira).

Independente de orientações sexuais, a protagonista de "The girl with the dragon tattoo" ("o homem que não amava as mulheres em português" - de onde será que esses tradutores arranjam títulos????) é simplesmente inesquecível. A trama é tão envolvente que eu fiquei doidinha enquanto eu não terminava  de ler a série inteira, o que demorou um pouquinho, visto que são 3 livros bem grandes.

Apesar do tema dos mistérios que envolvem a trilogia ser bem pesado, visto que os crimes se tratam basicamente de violências contra mulheres, com atenção especial a violência sexual, os livros são tão bem escritos e os personagens são tão interessantes que não dá para parar de ler.

Apesar de todos os livros da trilogia serem muito bons, é necessário avisar algumas coisas. O primeiro livro funciona bem como uma obra separada. Se você quiser parar de ler ou fazer uma pausa para uma leitura mais leve logo aí está ótimo, é bem tranquilo. Porém, caso você comece o segundo volume fique atento que é improvável que você consiga fazer a pausa entre o segundo e o terceiro livros, visto que o final do segundo é um gancho daqueles que dá ódio.

Mas existe uma razão para isso, enquanto o primeiro livro trata mais do jornalista Blomkvist, e a maravilhosa Lisbeth é quase um personagem secundário que chama muita atenção, os livros seguintes tratam praticamente só da Srta Salander. Sua história é absurdamente improvável, mas o autor tira proveito justamente disso para criar a grande trama, o que tem um resultado surpreendentemente bom.

Outro aviso importante, caso você ainda não tenha visto os filmes, espere para ver depois de ler os livros, senão certamente vai perder boa parte da graça da leitura.

Como a história é de mistério/detetive/suspense, é complicado ficar explanando sem dar spoiler, então vou me ater a minha nota para a série:

Nota 10!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

The Duke and I



SPOILER FREE

O outro tema de desafios literários para setembro (ó atraso que me persegue!!!) foi "um livro que vi num blog". "The Duke and I" foi indicado no blog da Coruja em Teto de Zinco Quente e como eles costumam fazer boas indicações e eu gostei do tema do livro, resolvi encarar.

E gente, que surpresa mais agradável! Sabe aquele livro que veio na hora certa? Então, eu estava precisando de uma leitura EXATAMENTE ASSIM.

Eu fico imaginando que Julia Quinn seja famosa pelos livros extremamente açucarados, daqueles bem "mulherzinha" (olha o sexismo aí...) estilo livro de banca de jornal, mas gente, ela tem diferencial. O livro é de rolar de rir, passar vergonha gargalhando no metrô e assustar os vizinhos com ataques histéricos incontroláveis de riso.

E não é só água com açúcar, tem pimenta no meio! E pimenta bem escrita, raridade em épocas de Christian Grey.

A leitura é leve, divertida ao extremo, mas fugindo dentro do possível, quando se trata de um romance que se passa na Inglaterra vitoriana, dos sexismos exagerados, e o mais importante: do abuso disfarçado de romance. Não há panos quentes, tem casamento arranjado e é isso que ele é, sem disfarces, mas tem casamento com pessoas que se amam de verdade e é fofo demais.

O livro foi tão divertido que antes mesmo de terminar "The Duke and I" eu já comprei o livro seguinte na coleção The Bridgertons, crente que não conseguiria fazer uma pausa entre um volume e outro. Mas qual foi a minha surpresa quando descobri que o livro pode ser lido como uma obra independente! Não tem final com gancho, nem final "sacanagem" que parece que está no meio de um capítulo. O livro termina de verdade!

Pelo o que entendi, lendo sobre os demais volumes, cada livro da série fala de alguns personagens na família Bridgerton, então a ordem pode ser importante por conta dos personagens secundários e para não ter spoilers, mas não é necessária e nem deixa o leitor para morrer porque ainda não conseguiu o livro seguinte.

Entretanto, a leitura é tão agradável que não há como não querer ler mais. Espero conseguir ler o segundo volume da série o mais breve possível, assim que eu conseguir colocar as leituras em dia. Torçam para que isso aconteça ainda esse ano!

Informação importante: o livro foi lançado em português com o título "O Duque e eu".

Nota 9.

Kindred



SPOILER FREE

Então, o segundo livro que escolhi para ler em setembro, mas que só terminei de ler em outubro, foi selecionado por conta da autora negra (tema de um dos desafios literários desse mês), Octavia E. Butler, que é não só uma autora fabulosa (que descobri lendo Bloodchild), mas por conta da sua importância como uma das primeiras mulheres a escrever ficção científica. E a primeira mulher negra!

"Kindred" é considerada uma das suas obras mais importantes, e, gente, que leitura! Na verdade o livro é tão forte que é mais uma surra do que uma leitura. Num misto interessante de auto-biografia e de ficção científica, o livro narra a história de Dana, uma mulher negra que vive nos EUA nos anos 70, mas que inexplicavelmente começa a viajar no tempo para a Louisiana escravagista por conta de um dos seus antepassados.

O livro então é narrado pela própria protagonista, que tenta se moldar à época em que se encontra mas sem perder os seus valores, o que não é uma tarefa nem um pouco fácil. Levando em consideração que nos anos 70 ela é casada com um homem branco, e que há uma onda forte do movimento negro nos EUA, viver na época da escravatura norte-americana pode ser não só extremamente complicado, mas ela também corre o risco de mudar totalmente as suas crenças e sua forma de ver o mundo e as pessoas.

"Kindred"  é um livro extremamente centrado na questão dos negros, especialmente das mulheres, da forma inumana que a escravatura funcionava e como o ser humano é capaz das coisas mais abjetas. Uma das características únicas desse livro é o choque de realidade, porque quando se lê um romance histórico dessa época ou um relato de um ex-escravo é como se nos distanciássemos de alguma forma daquela narrativa, mas "Kindred" trabalha o contato com o passado de uma forma diferente, a distância simplesmente some e tudo o que o leitor vê é a ferida aberta. É um livro chocante nesse sentido.

Levando isso tudo em consideração, a leitura é obrigatória para quem quer entender um pouco mais as raízes do racismo (que aqui no Brasil é igualzinho...), porém aviso que o livro pode te deixar deprimido. Foi o que aconteceu comigo, achei o livro fantástico, mas confesso que foi um exercício de força de vontade, porque é uma pancada emocional. Muito necessária, mas não menos pancada.

Leitura recomendada para todos que querem se tornar seres humanos melhores.

Nota 10.

LOL - Lying Out Loud



SPOILER FREE

Gente... estou super atrasada nas resenhas... esse ano tá complicado, já não é a primeira vez que me atraso demais no blog. Vamos tentar correr atrás do tempo perdido... e põe perdido, pois estou atrasada nas leituras também! Afe!

Então, escolhi esse livro porque eu já conhecia a autora por conta de "The Duff", que foi um livro para adolescentes que eu não canso de elogiar, e também porque eu precisava ler algo mais leve. Claro que por conta disso eu esperava algo muito bom, e infelizmente "Lying out loud" não é tão bom assim.

Veja bem, dentro do universo de livros para adolescentes e do universo de livros escritos por adolescentes (ou recém saídos da adolescência), "LOL" é excelente. De forma geral, a autora consegue escapar de alguns dos grandes problemas típicos desse tipo de literatura (excesso de drama, enrolação para ficar com o cara, slut-shaming, relacionamentos abusivos sendo retratados como românticos etc), mas não chega a ser um livro tão equilibrado e com uma mensagem tão legal.

O problema de "LOL" é que todo o drama se baseia unicamente no medo da protagonista de dizer a verdade, ou de simplesmente contar as coisas, o que faz sentido quando se trata do garoto que ela está a fim, mas não faz sentido quando se trata da melhor amiga que a trata como se fosse irmã e que ela conhece desde bebê. Tudo bem que a premissa é justamente a protagonista ser "viciada em mentir", mas, gente, para tudo tem limite, senão a coisa desanda e fica exagerada demais, e é nesse momento que o livro ou fica chato ou o leitor perde a sensação de realidade da história.

Tem o problema extra de eu, pessoalmente, abominar enredos que dependam unicamente de mentiras ou falta de comunicação proposital entre os personagens. Pensando bem... Talvez eu tenha escolhido mal o livro.

Mas, o "LOL" tem sua graça. Se passa no mesmo universo de "The Duff", o que significa que diversos personagens fazem aparições especiais, o que é divertido e bastante fofo. Além disso, mantém a mensagem principal da autora, que advoga firmemente pela sororidade feminina e pela autoestima das meninas, o que por si só já é o máximo e o deixa acima da média (mundo triste esse em que nós vivemos, né?) dos livros para o público jovem. Então, continuarei lendo mais da Kody e indicando os seus trabalhos.

Nota 7.