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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Notre Dame de Paris - O Corcunda de Notre Dame



SPOILER FREE

Seguindo a onda dos clássicos, para o mês de novembro (atraso pouco é bobagem! pelo menos ainda estamos em 2015), cujo tema era um livro com protagonista deficiente, eu confesso que não pesquisei e simplesmente achei que era um bom momento para ler "Notre Dame de Paris", ou "O corcunda de Notre Dame".

Não foi uma escolha muito sábia. Depois da leitura lenta de H. P Lovecraft, Victor Hugo foi uma péssima escolha, visto que é outro autor lento.

Ler a história de Quasimodo e Esmeralda foi quase uma tortura. É um clássico, eu sei, com todo o direito de ser, Victor Hugo é um gênio em alguns aspectos, mas, porém, contudo, entretanto, todavia, seus livros são lentos. Talvez lento não seja suficiente para descrever o real andamento da história, visto que lento é algo que vai devagar, mas não para. O texto de Victor Hugo para, isto é, faz pausas imensas para falar de outras coisas que foram apenas mencionadas e não realmente fazem a menor diferença na história, só porque sim, ou talvez para que o autor possa mostrar todo o seu poço de conhecimento acerca de outras coisas absolutamente irrelevantes para a história que ele se propôs a narrar.

Em comparação com a sua obra prima, "Os Miseráveis", "Notre Dame" tem um outro problema. Enquanto os personagens do primeiro são incríveis em termos de profundidade e ambiguidade e, digamos, não serem preto e branco, os personagens de "O Corcunda" são absolutamente sem graça e sem cor. Na verdade mesmo, são todos maus, com a única exceção de Esmeralda, que é tão pura e inocente (e burra, vamos combinar?) que dá um nervoso terrível vê-la no meio de todo aquele drama novelesco. Tá, Gringoire também é bonzinho, mas ele não faz grandes esforços para ajudar ninguém, eu o classificaria mais como neutro.

Para coroar todo o excesso de drama e lentidão da obra, Victor Hugo parece ser o tipo de autor que gosta de torturar com requintes de crueldade os seus personagens. Chegou um ponto que eu juro que fiquei me perguntando para quê ele estava fazendo aquilo. Talvez fosse uma forma de mostrar com excesso de eloquência e exemplos que a Idade Média foi a Idade das Trevas por muitos motivos. Talvez fosse moda na época em que ele publicava, uma espécie de competição entre os autores: quem é capaz de bolar a história mais sofrida e que faça chorar mais. Talvez ele fosse somente um sádico. O que importa é que o resultado é absolutamente depressivo.

Então, "Notre Dame de Paris" é um grande clássico, vale a pena ler, mas aconselho cautela, lê-lo em determinados momentos da sua vida pode ser um tiro no pé na sua capacidade de aproveitar a leitura.

Nota 8,5.

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