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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

The king of Taksim Square



SPOILER FREE

Esse livro foi escolhido para o tema de novembro, um livro sobre ou que se passe num lugar para onde você viajou. Confesso que fiquei muito na dúvida do lugar (são tantos com literaturas maravilhosas!), e fiquei na dúvida se classificava "Notre Dame de Paris" nesse tema também. Mas achei que seria roubar e que seria uma boa oportunidade para ler mais alguma coisa da literatura turca, que nem sempre é traduzida para o português.

"O Rei da Praça Taksim" (em tradução livre minha) foi um achado que fiz no Kindle, para variar, e que me surpreendeu. O autor é um jovem turco e essa foi a primeira obra dele lançada em inglês, e, gente, eu acho que passei mico sorrindo para o texto boa parte do tempo em que eu o li.

Explico, as línguas árabe e turca têm algumas características distintas, e os árabes e turcos se apegam a um tipo de imagem linguística que é extremamente característica. Nem sempre faz muito sentido em outras línguas, e muitas vezes simplesmente soa brega, MUITO BREGA. Você se depara demais com essas coisas nas traduções de letras de músicas dessa região, especialmente as músicas românticas, e mais especialmente ainda nas traduções mal feitas.

Agora, imagina ler um livro inteiro assim. Sério. Com direito a "noites e dias que se misturam em sofrimento" e outras coisas extremamente açucaradas. Agora, acrescente que o livro é narrado em primeira pessoa por um adolescente de 17 anos que vive no interior da Turquia, que ama um pouco demais a irmã dele, que é uma menina de 9 anos que está tentando fazer sucesso dançando em vídeos no youtube, e que o sucesso não vem porque a Turquia está sendo balançada por uma onda de protestos contra o governo e a tal Praça Taksim está ocupada (para quem não lembra: em meados de 2013 os turcos ocuparam durante semanas uma das principais praças de Istambul, primeiramente por conta do fechamento de um parque e da derrubada de árvores, posteriormente para tentar derrubar o governo, que, infelizmente, continua aí até hoje).

Eu simplesmente deitei e rolei com o livro, que é bom, veja bem, bem escrito e muito divertido, apesar do estilo meio antiquado (mas comum na literatura oriental), mas que simplesmente exalava Turquia e mundo árabe para mim. Talvez outros leitores não curtam justamente por causa dessas coisas, mas para mim foi um prato cheio. Deu uma vontade enorme de voltar para Istambul ao ler os nomes dos bairros da cidade, das estações de metrô, e aquele linguajar absolutamente específico. Coisa de quem é meio apaixonado, sabe?

Eu só não dou nota 10 porque sei que não é nenhuma obra prima, o livro tem lá os seus problemas e é meio lento em algumas passagens, além de ter um certo excesso de drama (característica dos árabes e dos turcos, além dos adolescentes). Mas que em alguns momentos eu fiquei com vontade, fiquei.

Nota 9.

2 comentários:

  1. Caramba, tu já fosse à Istambul??? Quero ir também!!!

    Gosto de livros de temática (e autor) oriental. Tô agora às voltas com 'O Alif', que é um juvenil - e morro de vontade de ler Neve... Sempre bom encontrar dicas de livros que saem da nossa usual zona de conforto...

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    1. "O Alif" é escrito por uma norte americana, eu li a autobiografia dela ano passado, se chama "A Leitora do Alcorão", é interessante. Do Orhan Pamuk eu li "O museu da inocência", que eu achei muito legal, só fiquei triste de só descobrir o livro depois de ter ido a Istambul, visto que o tal museu EXISTE!

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