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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Poemas

As três palavras mais estranhas


Quando pronuncio a palavra Futuro,
a primeira sílaba já se perde no passado.

Quando pronuncio a palavra Silêncio,
suprimo-o.

Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não ser.


SPOILER FREE

Depois de devorar o meu primeiro livro de Wislawa Szymborska eu juro que tentei me controlar para o segundo durar mais, mas não deu. A poetisa polonesa é tão maravilhosa que não dá para ler um poema só, e quando vi o livro já tinha acabado.

Entre as duas seleções de poemas confesso que gostei mais da primeira, mas o fato dela ser maior pode ter uma alta correlação com isso. Afinal, quanto mais poemas, maior a quantidade de marcadores de poemas de que gostei.

Wislawa é uma poetisa extremamente moderna, no sentido de que foge dos temas tradicionais da poesia e incorpora elementos da vida contemporânea de forma muito original e até mesmo inusitada. Como uma polonesa que viveu durante a segunda guerra mundial, as problemáticas da violência e especificamente das ocorridas nessa época, o que inclui a questão do racismo/xenofobia, surgem com frequência em sua poesia, o que gera algumas obras um tanto quanto pesadas ou sombrias. Mas extremamente necessárias, e por que não dizer, importantes nos dias de Trump.

Como acabaram as suas obras traduzidas para o português, agora estou apelando para as lançadas em inglês. Virei fã.

Nota 10.

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