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quinta-feira, 12 de junho de 2014

O museu da inocência


SPOILER FREE

Então, esse foi o livro responsável pelo meu primeiro atraso nos desafios literários desse ano. Com quase 600 páginas, eu sabia que estava me metendo em confusão, mas eu também fiquei tão curiosa com ele quando o ganhei de presente em setembro do ano passado (dica, é meu aniversário tá?), que não pude resistir a lê-lo no mês de livros ganhos de presente.

Entenda a minha curiosidade, o tal museu que dá o título do livro realmente existe, fica lá em Istambul, e foi criado especificamente por causa do livro. O autor foi louco o suficiente para isso! Claro que no livro dá a entender que é o contrário, mas faz parte da ideia, né? Ah sim, e o museu é sobre o amor e a obsessão (e põe obsessão nisso) de um homem por uma mulher que, socialmente falando, ele não deve casar.

Então, depois de alguns meses namorando o tijolo na estante, resolvi encarar o desafio. E me dei mal, como é fácil de perceber, demorei quase um mês para ler o elefante adormecido. Parte da culpa é minha, confesso, pois fiquei doente no meio do caminho, mas parte é culpa do livro, claro.

Foi meu primeiro livro do Orhan Pamuk, o lendário escritor turco, mas eu imaginava algo mais palatável. O livro beira o genial, mas o que ele tem de genial é justamente o poder do autor de fazer com que o leitor se sinta como se fosse o personagem principal, que está na merda na maior parte da história. Se você curte livros que façam você se sentir na pele do personagem, e não se importa de se sentir deprimido por um bom tempo, esse é o livro perfeito pra você.

Pessoalmente, me senti extremamente dividida com o livro, porque gostei muito do primeiro e do último terço da história, mas quis jogar o volume pela janela durante o meio do caminho. Confesso que pensei em desistir no meio da leitura. Mas também confesso que fiquei extremamente feliz de não ter feito isso quando cheguei no final. Em outras palavras, apesar de ter sofrido para conseguir ler o livro, e ter detestado o meio dele, achei o conjunto da obra fantástico. Apesar de não ter gostado da experiência, achei genial a forma como o autor consegue fazer você sentir como se fosse mesmo o personagem.

Outro ponto que me fez gostar do livro é que ele se passa em Istambul, e foi uma delícia reconhecer os nomes de diversas ruas, praças e bairros da cidade turca... confesso que quase peguei o meu guia com os mapas para acompanhar a história! E de cerejinha, o autor aproveitou para fazer um retrato muito interessante sobre as mudanças que a sociedade turca passou desde os anos 60, um prato cheio para quem gosta de estudar Oriente Médio.

Nota 9,5.

2 comentários:

  1. Eu conheço o autor por causa de Neve, que está na minha lista de futuras leituras, mas nunca tinha ouvido falar nesse livro. Istambul também é uma cidade que me fascina e sua resenha me deixou curiosa... Mas não estou exatamente numa boa época para ler livros que me deprimam, então vou deixá-lo para dar uma olhada mais para frente.

    Sua lista de livros lidos para o desafio corujesco está me inspirando toda vez que venho aqui olhar...

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    Respostas
    1. Que bom que está gostando da minha lista de livros! Até o momento também estou muito satisfeita com minhas leituras esse ano!

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