Pesquisar este blog

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Professor Feelgood (Masters of Love #2)



SPOILER FREE

Como estou tranquila com os temas dos Desafios Literários de julho (tudo andando direitinho e adiantado), mas continuo meio doente, resolvi me dar uma folga e continuar lendo coisas leves. Como li há menos de um mês o meu primeiro livro da australiana Leisa Rayven e fiquei positivamente impressionada, e eu já tinha o volume seguinte da coleção Masters of Love por motivo de promoção, achei que era a hora de emendar.

Professor Feelgood traz a história da irmã da personagem principal de Mister Romance, a aspirante a editora Asha Tate. E num momento de ousadia, por conta de uma possível promoção, ela resolve entrar em contato com um poeta/fotógrafo do Instagram chamado Professor Feelgood, que além das fotos de babar, ainda escreve de um jeito que derrete as calcinhas das suas seguidoras.

O problema é que ele não era exatamente do jeito que ela imaginava, e agora ela precisa dar um jeito de fazer o tal livro que ela prometeu e eles assinaram um contrato milionário sair do papel.

Além das características típicas desse tipo de livro e suas coleções, Leisa Rayven me parece especialista em adiar as cenas tórridas nas suas histórias. Só que, ao invés de todo suspense e momentos animados mas sem grandes ações de Mister Romance, em Professor Feelgood ela não consegue manter exatamente o mesmo nível de temperatura até o grande momento.

E sério, diferente do primeiro volume, depois da primeira vez ela resolve dar uma economizada. Gente, eu pego esse tipo de livro pra ler cenas de sexo, no plural, não no singular. Tudo bem que uma boa história e bons personagens acrescentam muito e fazem tudo ficar melhor, mas sem a motivação principal perde boa parte da graça.

E tem a questão da história. Ela é fofa, não vou implicar muito, mas é muito batida e clichê perto do livro anterior. Parece que Leisa gastou toda a sua ousadia no primeiro livro e resolveu descansar no segundo, o que é uma pena. E o pior é que o livro nem é ruim, seu maior defeito é não ser tão bom quanto o primeiro.

Por isso ainda darei o benefício da dúvida para a autora e pretendo ler mais dela.

Nota 8.

domingo, 7 de julho de 2019

Guadalupe



SPOILER FREE

O tema do Desafio Literário Popoca de julho é Graphic Novel, e estou aproveitando para tirar várias leituras atrasadas da estante. Entre elas o quadrinho nacional Guadalupe!

Escrito pela poetisa Angélica Freitas (que eu já li um dos livros de poesia) e desenhado por Odyr Bernardi, ambos gaúchos, Guadalupe me pareceu uma escolha fantástica.

Mas nada me preparou psicologicamente para dois gaúchos escrevendo sobre cultura mexicana. Conhecendo um pouco os clichês que os norte americanos usam do México, confesso que eu esperava algo mais interessante do que encontrei em Guadalupe. Fiquei chocada em ver basicamente os mesmo clichês com um toque um tanto brasileiro em cima e com jeito de tentar parecer um pouco mais moderninho.

Não ajuda o fato que a melhor personagem de toda a história é a que está no caixão durante toda a viagem que realmente é a história por trás da Graphic Novel.

Talvez se a obra fosse mais longa e se aprofundasse nos dramas apresentados apenas de relance, o resultado fosse melhor, mas do jeito que ficou, mais parece um esboço de uma história com potencial do que uma Graphic Novel bacana de ler do início ao fim. O pior é que nem chega no final com jeito de quero mais, isso seria legal se tivesse mais para ler depois, mas com a sensação de "mas é só isso?", e sim, é só isso.

Confesso que esperava mais de Angélica. Do Odyr nem falo nada porque desconheço o seu trabalho, e esse não me ajudou a querer conhecer mais. 

Nota 4.


terça-feira, 2 de julho de 2019

Poemas da recordação



SPOILER FREE

Cheguei a escritora brasileira Conceição Evaristo através de amigas feministas, e preciso agradecer a indicação. Tenho por hábito marcar as páginas de livros de poesias quando vejo um poema particularmente bonito ou que me toque. Minha estante de livros de poesia é bastante colorida por causa disso, inclusive, utilizo a quantidade de marcadores para ver o quanto gostei do livro.

Poemas da Recordação não tem um único marcador. Porque não fazia sentido marcar todas as páginas, seria ridículo e um desperdício de material.

É extremamente raro encontrar um livro de poesia que você pode abrir totalmente a vontade e de forma aleatória e garantir que você vai encontrar uma boa poesia. Conceição Evaristo conseguiu essa façanha aqui. E ainda por cima tratando de temas complicados, como a pobreza, o preconceito e o machismo.

Fiquei tão abobalhada com o seu trabalho que mesmo antes de terminar o livro comecei a catar outros volumes da autora. Aguardem muitos livros dessa mineira, mulher, negra e poetiza espetacular.

Nota 10, mas se desse, dava 11.

Inside Out & Back Again

Resultado de imagem para Inside Out & Back Again by Thanhha Lai




SPOILER FREE

Estava "folheando" o kindle em busca de algo leve para ler quando me deparei com Inside Out & Back Again, que não lembro mais quando ou porque comprei, mas, lembrava que era literatura infantojuvenil. Pensei comigo mesma, perfeito!

Daí comecei a ler e não só descobri que era uma coletânea de poesias que contam uma história, mas também que a história é sobre uma menina vietnamita refugiada da época da Guerra do Vietnã. O livro é muita coisa, exceto leve.

A autora, Thanhha Lai, refugiada vietnamita da época da guerra, traz uma história linda, contada do ponto de vista de uma menina que precisa aprender a lidar não só com a perda do seu país, com tudo o que isso acarreta, mas também a se adaptar a uma nova realidade nos Estados Unidos. Não só ela, mas também sua mãe e irmãos. Nesse sentido, o livro é maravilhoso, não é a toa que ganhou o prêmio National Book Award for Young People's Literature (2011) e foi nomeado para diversos outros.

Apesar do tema pesado, a autora consegue tratar dele da uma forma quase leve, pois quem conta a história é uma criança. Mas a situação em si não é nada leve e os acontecimentos também são bem complicados. Contudo, considerando o mundo de hoje, esse é o tipo de história que se torna relevante e importante de ser tratada. É uma pena que o livro ainda não tenha sido traduzido para o português.

Apesar de todos os prêmios, a qualidade da história e tudo o mais, preciso dizer que não gostei do livro como obra poética. Talvez se a autora tivesse utilizado outro formato o resultado teria sido perfeito, mas do jeito que ficou...

Nota 8.