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domingo, 26 de janeiro de 2020

The Ten Thousand Doors of January



SPOILER FREE

Para abrir o Desafio Literário Popoca 2020, cujo tema é livros com números no título, resolvi escolher um livro aclamado pela crítica, apesar de ainda não ter recebido nenhum prêmio literário, sem contar o merecido Goodreads Awards (que é de público, não de crítica) de melhor livro de estreia. A autora americana Alix E. Harrow traz uma história sobre Portas. Nada como começar o ano abrindo portas.

The Ten Thousand Doors of January engana com o seu título. Apesar de realmente terem Portas no enredo, o livro é sobre o poder das Histórias, e é contado do ponto de vista de January, uma menina órfã de mãe, cujo pai corre o mundo capturando artefatos para um homem rico, que em troca cuida dela. É uma história sobre aventura, escolhas, imaginação, preconceito, o perigo de uma única história (vide aqui Chimananda Adichie sobre esse tema), amor, família e superação.

E é lindamente escrito, daqueles livros que dá vontade de sublinhar um monte de passagens. Não é exatamente uma história feliz, mas isso não é importante, a grande lição de January não é sobre felicidade, e sim tomar as rédeas da própria vida, mesmo que ela tenha que lutar para isso.

Confesso que a princípio eu não gostei muito de January, ela não é uma protagonista de história de aventura comum. Mas como o texto alterna entre ela e um livro que ela está lendo, meu desgosto foi facilmente superado, e como valeu a pena. A menina me surpreendeu no final, que eu não vou contar, óbvio.

Como o livro foi lançado em setembro de 2019, ainda não há tradução para o português, mas espero que acertem isso até o final desse ano, quero comprar várias cópias para dar de natal para a família. Livro bom se compartilha!

Nota 10!


Coral e outros poemas



SPOILER FREE

E o primeiro livro de poesia de 2020 é da portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. Nem lembro mais quando comprei o livro dela, mas, preciso dizer que foi uma escolha acertada.

A poetisa tem uma certa paixão pelo mar que se repete por toda a coletânea Coral e outros poemas, o que é algo muito português, diga-se de passagem, e um jeitão um tanto quanto clássico de escrever poesia. Mas quando ela acerta, ela acerta muito em cheio. Fiquei positivamente surpresa com o trabalho que a Companhia das Letras fez. E agora tenho vontade de ler mais obras da autora.

Além da paixão pelo mar e mitos gregos, nesse livro você encontra poesias sobre a pobreza, guerra, fascismo, esquerda e, quem diria, sobre o Brasil. Aparentemente, Sophia gostava de diversos autores brasileiros, o que foi uma agradável surpresa.

Para quem gosta de poesia é uma excelente escolha, fica a dica.

Nota 9.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Ask Me



SPOILER FREE

Impressionante. Toda vez que entro na onda de dar uma boa relaxada com leituras eu exagero. Tanto na quantidade, quanto na qualidade duvidosa dos livros eróticos.

Ask Me, da americana M. Malone, foi a gota d'água desse início de ano. Não só o livro não é exatamente bem escrito (onde estava o editor? os amigos que fazer leitura de teste?), como ele é recheado de clichês, e não estou falando dos bons, e de machismo disfarçado de romance. 

Pelo menos os meus olhos fizeram algum exercício, de tanto revirar.

O livro traz a história de Andre, um italiano que é designer de roupas masculinas, rico, famoso e gostoso. E hétero, porque não? E de Casey, uma jovem recém chegada do interior dos Estados Unidos, sem dinheiro, sem educação, e que dá a maior sorte de virar recepcionista numa mega agência de publicidade.

Toda a história dos dois à parte, se pelo menos o objetivo do livro, as cenas picantes caso não esteja claro, estivesse bem feito, ainda dava para relevar o resto. Mas não, a maior parte delas inclusive está cortada. Olhem a capa do livro, porque diabos a autora acha que ele vende? E ela ainda por cima não entrega? Se a história fosse boa até rolava, mas definitivamente não é esse o caso, é só ler o parágrafo anterior.

Depois dessa, sei que M. Malone pode sair da minha lista de escritores de erótica que podem ser lidos. Sim, eu tenho uma lista dessa, e uma dos autores para manter a distância.

Nota 3.

Josh and Hazel's Guide to Not Dating



SPOILER FREE

Depois de dois livros mais ou menos abrindo o ano, finalmente acertei um. A autora Christina Lauren, que na verdade é o pseudônimo de duas irmãs, traz uma história fofa e absurdamente divertida em Josh and Hazel's Guide to not dating.

Ainda sem tradução em português, porque o livro foi lançado em janeiro de 2020, temos a história de Hazel, uma jovem maluquinha beleza (bem maluquinha, mas do bem, adoraria ter uma dessas na minha vida) que é apaixonada por Josh, apesar de ter certeza que não há a menor possibilidade deles funcionarem como casal. Já Josh, filho de um casal de coreanos, redescobre Hazel, depois de ter histórias épicas dela na época de faculdade, porque sua irmã se tornou a melhor amiga dela.

Por questões de destino,ou enredo, os dois começam a conviver e fazem um pacto para se auto ajudarem em blind dates. A partir desse ponto, ou até antes, a dupla de autoras consegue criar uma história romântica, sem machismo, divertida, com momento de risadas de encher os olhos de lágrimas de rir.  

Todas as personagens são interessantes e divertidas. As situações podem ser um tanto quanto estranhas, mas como Hazel é doidinha, elas passam como críveis. O relacionamento de Josh e Hazel é um dos mais fofos que já li, com direito a lição de como ter um relacionamento saudável, seja como amigos, seja como algo mais.

Excelente leitura.

Nota 9,5.

The 48-Hour Hookup (Chase Brothers #4)







SPOILER FREE

Continuando na minha fase de manter as leituras leves, resolver me manter numa busca por bons livros de literatura erótica. Uma pena que The 48-hour hookup não entrou nessa lista, apesar de uma premissa no mínimo interessante.

A autora, Sarah Ballance, traz a história de uma jornalista famosa por ter fugido de três cerimônias de casamento, onde ela era a noiva, claro, e de um meme de internet. Isto é, um cara bonitão que viralizou por conta de uma foto sua enquanto malhava. Os nomes não são importantes, porque os dois personagens são muito mais conhecidos e mencionados por seus apelidos de internet.

Todo o drama ocorre porque, como os dois são famosos, e os dois querem deixar de ser, eles não podem ser vistos juntos.

É um drama fofo para um primeiro encontro. Até dá para enrolar pelo final de semana que eles passam juntos. Mas, depois que o final de semana (as tais 48h do título) mais parece meses de namoro com direito a uma repetição pouco saudável do drama, deixa de ser divertido, ou dramático, e passa a ser só chato.

Se ao menos as cenas picantes fossem boas... mas, elas são basicamente inexistentes.

Tem comédia. O livro tem excelentes passagens cômicas, daquelas de gargalhar, mas elas são curtas, e não chegam a redimir a chatice. Achei uma pena, porque a premissa é divertida e podia ter rendido coisas muito mais interessantes.

Nota 6.

Moonlighter (The Company #1)



SPOILER FREE

Resolvi começar 2020 de forma leve, porque de pesado basta todo o resto. Então, nada como ler um romance, quer dizer, literatura erótica, com um jogador de hockey. Hockey porque meu marido joga, claro.

Em Moonlighter, a autora americana Sarina Bowen traz a história de Alex, uma jovem com um ex um tanto quanto perigoso, que resolve gastar seu dinheiro com segurança privada. Algumas mulheres podem, mas não vamos problematizar. 

Entra em cena Eric Breyer, jogador de hockey e irmão do responsável pela segurança de Alex. Por questões de destino, Eric e Alex são conhecidos de longa data, e por isso, Eric acaba sendo arrastado para o esquema de segurança. Mas quem acaba em risco é a cama do hotel que eles dividem. Piada infame, eu sei, mas não resisti.

Considerando o estilo literário, Moonlighter é divertido e com excelentes cenas picantes. Tem os seus defeitos? Claro. Alex não é exatamente uma personagem que gera empatia. E para quem trabalha com software, sua falta de percepção de segurança da informação não é lá muito realista. Mas Eric e o sistema/aparelho tipo mordomo compensam.

No geral, é uma boa leitura para quem curte o estilo. Sem grandes pecados, mas sem grandes pontos fortes. Excelente para matar tempo nas férias.

Nota 8,5.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019




RETROSPECTIVA 2019


Eu sei que está tarde para isso. Mas 2019 foi um ano muito difícil, mais do que a média. E eu comecei 2020 com umas sete resenhas atrasadas. Não dá pra fazer retrospectiva sem as resenhas todas, não é mesmo?

Apesar do ano complicado, em temos de leitura 2019 foi lindo, consegui bater meu recorde pessoal de livros lidos: 132 livros. Li livros muito bons, aumentei a leitura de poesia e de literatura brasileira. Li meu primeiro livro em espanhol, e consegui completar o Desafio Literário Popoca.

Pelo menos algo se salvou nesse ano!

Como boa estatística que sou, seguem alguns números importantes:

Total de páginas lidas (contadas pelo Goodreads): 33.491
Livro mais longo: The Legend of Holly Claus, com 554 páginas (eu sabia que ele era longo demais!)
Livro mais curto: Crafting a daily practice, com 32 páginas
Média de páginas por livro em 2019: 253 páginas

Total de livros escritos por mulheres, que era uma meta pessoal minha para esse ano: 99, equivalente a 75% dos livros lidos!

Total de livros brasileiros, outra meta pessoal: 12, equivalente a 9,1% dos livros lidos, um recorde pessoal!

Total de livros de poesia, porque leitura diária é importante computar: 24, equivalente a 18,2% dos livros lidos, nada mal!

Livros de fantasia: 51, equivalente a 38,7% dos livros lidos, uma preferência óbvia, né?

Livros de autores orientais (me chamaram atenção que é orientalista isso, mas eu simplesmente não quero listar os países): 9, acho que é a primeira vez que leio mais autores brasileiros que orientais.

Quadrinhos: total de 16, o que me surpreendeu, achei que fosse menos.

2 livros de autores africanos e 3 de autores latinos, não brasileiros.

Livros de temática LGBT: 10! Mais uma meta batida!

Normalmente aqui eu faria um comentário rápido sobre os livros todos de 2019, mas sério, não vou escrever sobre 132 livros, viraria um livro por si só. (eu sei que tem gente que já escreveu livros sobre isso, quem sabe um dia?)

Então, falarei apenas de alguns livros que me marcaram positivamente ou negativamente. Aviso que me recuso a apontar o melhor livro do ano, tem livros que não são comparáveis.

Mas, eu tenho um pior do ano, que nem cheguei a resenhar aqui, por uma mistura de pena e não querer brigar com minha sogra (não literalmente, ok?) ou causar algum problema. O balão caiu, da brasileira Claudia Ildefonso, é o pior livro que li esse ano, e ele briga pelo posto de pior livro que já li na minha vida. Conta a história de como Claudia foi cuidar da sua mãe, que caiu num balão na Turquia. Sugiro lerem as notícias na internet se ficaram interessados e passem longe do livro.

Entre os pontos altos do ano estão livros de alguns autores que eu amo de paixão e que gosto de ler com frequência: A máquina de fazer espanhóis do Valter Hugo Mãe, que vale demais a leitura, recomendo. Belas Maldições, de Neil Gaiman e Terry Pratchet, uma releitura muito bem escolhida, não só porque o livro é divertido demais, mas por conta do lançamento da série de TV baseada nele. Esse ano descobri a brasileira Conceição Evaristo, li um livro de poesia e um romance meio biografia. Ela entrou no meu hall pessoal de autores favoritos por causa deles.

Entre os quadrinhos, vou ressaltar Nimona, que me surpreendeu, e a série Monstress, que ainda está sendo publicada e continua partindo meu coração por causa disso. Leituras muito recomendadas. No ramo comédia, descobri uma série sensacional, chamada Superheroes Anonymous, estilo indie, ninguém conhece e não está na lista dos mais vendidos, mas foi das melhores leituras desse tipo para mim esse ano.

No quesito livro infantil e infantojuvenil, tenho duas indicações sensacionais de 2019, A Day in the Life of Marlon Bundo, encomendado pelo John Oliver, cliquem no link do livro para entender, vale a pena. E o outro é A garota que bebeu a lua, um dos melhores livros do ano, de tão maravilhoso.

Livros que olhando na minha lista eu queria ressaltar aqui: O alegre canto da perdiz, da autora africana Paulina Chiziane, o livro com a maior quantidade de marcações que li em 2019. As primeiras quinze vidas de Harry August, que foi um dos livros mais bem escritos que já li, a autora Claire North fez milagre ao criar 15 vidas diferentes e mistura-las num só livro, incrível. The particular sadness of lemon cake, da Aimee Bender, foi um dos livros mais lindos que li esse ano, apesar de ter lido num momento pouco propício, por isso a nota que dei na época, ele é daqueles livros que fica com você e conforme o tempo passa você gosta mais e mais dele. E, por último, porque sei que todos nós temos que ler os livros de 2020, This song will save your life, da Leila Sales, outro livro muito lindo e maravilhoso, que indico para quase todas as idades.

Ufa! E essa foi a retrospectiva de 2019! 

E para 2020? Bom, 2020 promete ser um ano complicado, mas é para isso que serve o escapismo da leitura. Esse ano pretendo seguir o Desafio Literário Popoca, mas, para facilitar minha vida, não pretendo escolher os livros de antemão, até porque já reparei que nunca sigo mesmo o que eu pretendo ler. Então, que 2020 seja cheio de leituras maravilhosas!

domingo, 19 de janeiro de 2020

Feline the Flames (The Firehouse Feline #2)



SPOILER FREE

Depois de um primeiro volume muito divertido, apesar dos problemas, as autoras Lacey Carter Andersen, L.A. Boruff e Laura Greenwood retomam a história de Callie, a jovem que vira um gato por conta de uma maldição e que está começando a se envolver com três bombeiros. Sim, três, é um reverse harem!

Como o primeiro livro é muito curto, o segundo também, e a proposta é não dar spoiler, não posso falar muito do enredo. Mas posso adiantar que continua muito divertido, com mais adrenalina que o volume anterior, e finalmente com o que todo leitor de literatura erótica quer.

Como também é uma história de aventura, entendo que não tenha tantas passagens calientes quanto eu gostaria, até porque não tem muitas páginas para isso. Apesar de que já li alguns young adults que tem mais sexo que Feline The Flames, o que é muito triste.

Mas, a história é divertida o suficiente para me manter como leitora, pelo menos por enquanto. Até porque o terceiro volume ainda não foi publicado. Ainda bem que os personagens masculinos são todos iguais, dá menos trabalho para lembrar quem é quando quando o livro sair.

Nota 8.


Feline The Heat (The Firehouse Feline #1)



SPOILER FREE


Quem segue o blog sabe que há algum tempo descobri um estilo de literatura erótica chamado reverse harem, que é exatamente o que o nome sugere. De vez em quando eu me aventuro buscando novos livros desse tipo, Feline The Heat foi um dos últimos que encontrei e que resolvi experimentar.

Escrito a três mãos pelas autoras Lacey Carter Andersen, L.A. Boruff e Laura Greenwood, o livro traz a história de Callie, uma jovem órfã que sempre teve dificuldades nos seus lares adotivos porque ela foi amaldiçoada quando criança. Por causa da maldição ela vira um gato nos momentos mais loucos e inapropriados. Manter seu segredo por tantos anos não só foi difícil como também a tornou uma criança e uma adolescente complicada.

Agora já uma jovem adulta, ela busca respostas de um mundo sobrenatural que faz de tudo para se manter escondido, atrás de alguma bruxa que possa remover a sua maldição e responder o que houve com os seus pais, que ela tem certeza que foram assassinados. Ao chegar numa nova cidade, sua forma felina resolve visitar com frequência os bombeiros locais, onde 3 homens acabam por se envolver com ela e tentam ajuda-la. Reverse harem, lembram?

Confesso que quando descobri que o livro era sobre uma mulher que vira um gato e se envolve com três bombeiros eu nem pensei duas vezes e comprei. Não me arrependo, o livro é muito divertido. Em termos de regras de magia e como o mundo funciona, ele é até bem escrito. Também, com 3 autoras para se vigiarem, não podia ter buracos óbvios, certo?

Diversão e cenas quentes à parte, meu problema com Feline The Heat é que os personagens masculinos parecem todos os mesmos, o que, pelo o que já li, é um problema comum em reverse harem. Outro problema é que o livro é curto demais, mais parece uma novela do que um livro, e como é uma série, que realmente é uma série com diversas continuações, nada de outro casal que conhece a galera dos livros anteriores, achei sacanagem dividirem a história para ganhar mais dinheiro.

E por fim, o pecado capital em literatura erótica: prometer e não cumprir o objetivo da literatura erótica.

Espero que lancem logo a coleção num volume só para justificar a compra e a leitura. Porque apesar dos diversos problemas, confesso que gostei do enredo e de Callie, e pretendo continuar lendo a série.

Nota 8.


sábado, 18 de janeiro de 2020

My Name on His Tongue: Poetry (Arab American Writing)



SPOILER FREE

Na minha eterna busca por livros de literatura árabe, por vezes me contento com autores de origem árabe que vivem ou nasceram em outros países. Laila Halaby nasceu nos EUA, mas seu pai é de origem árabe, o que a torna uma mestiça que sofre um preconceito especial desde setembro de 2001.

Nesse livro de poesias, Laila fala justamente disso, da sensação de não pertencer a lugar nenhum, e como sua vida mudou desde a queda do World Trade Center. Com um texto pungente e poderoso, ela evoca sensações, histórias e sentimentos de perda, tristeza, incompreensão, pertencimento e não pertencimento.

É sempre enriquecedor descobrir textos assim, especialmente quando a autora consegue fazer poemas soarem tão verdadeiros e sentidos.

Apesar desse volume em particular não ter recebido nenhum prêmio, Laila já ganhou diversos prêmios com outras obras, e a razão para isso transparece no seu trabalho em My Name on His Tongue.

Fica a dica para quem curte poesia, pois vale cada palavra.

Nota 10.

Undead Girl Gang



SPOILER FREE

Esse livro entrou na minha lista de leituras assim que foi publicado e fiquei sabendo que era sobre uma adolescente wiccan que resolve trazer sua melhor amiga de volta dos mortos para descobrir que a matou. Como passar por essa sinopse e não querer ler?

A história é contada do ponto de vista de Mila, uma adolescente gordinha e de origem latina, que tem como melhor e única amiga Riley, filha dos únicos agentes funerários da cidadezinha de Cross Creek. Além de inseparáveis, as duas são as únicas adolescentes wiccan da escola. Isto é, até Riley morrer, a terceira morte em menos de um mês no colégio.

Mila tem certeza que sua amiga, e as demais meninas, June e Dayton, foram assassinadas, e apesar dos conselhos contra da dona da única loja esotérica da cidade, ela resolve fazer um ritual de ressurreição. Que dá certo, talvez um pouco demais. Agora Mila precisa lidar com três adolescentes mortas vivas enquanto tenta descobrir quem as matou.

O livro é fofo. Não tem como não se apaixonar pelas personagens, tanto as vivas quanto as mortas. O mistério em si não é lá grandes coisas, o assassino me pareceu muito óbvio, apesar do esforço da autora Lily Anderson em disfarçar. Mas, a graça do livro não está no mistério, e sim nas descobertas de Mila sobre quem ela é e quem os outros realmente são. A melhor parte está justamente no seu amadurecimento. E de quebra, o texto em si é bom.

Undead Girl Gang não é nenhuma obra prima, mas é uma leitura leve, divertida e interessante. Vale a pena pegar para ler, apesar de ainda não ter sido traduzida para o português.

Nota 8,5.

Monstress, Vol. 4: The Chosen



SPOILER FREE

E no final de setembro de 2019 finalmente saiu o volume 4 de Monstress! Como o ano foi meio complicado, apesar de ter comprado no lançamento, demorei para conseguir pegar para ler.

Mas a espera valeu muito a pena! Sana Takeda continua com seu trabalho visual absolutamente perfeito em Monstress. Depois de ver tantas personagens femininas, finalmente alguns homens aparecem com jeito de que vão ficar por um certo tempo, e eles são tão maravilhosamente desenhados quanto as mulheres. Estou simplesmente apaixonada pelo trabalho dessa japonesa.

Mas Monstress não vive apenas do visual incrível, a autora americana Marjorie Liu sabe o que está fazendo. Todos os prêmios que os volumes anteriores de Monstress ganharam são muito merecidos. Marjorie criou um mundo com um viés matriarcal muito rico, interessante, cheio de violência, intriga e mitologias próprias. Suas personagens são apaixonantes, complexas e a história promete ir longe.

Já perdi as esperanças de ser uma série mais curta, acho que ficarei alguns anos sofrendo entre os lançamentos dos seus volumes. Mas se a cada lançamento eu puder ler algo tão bom quanto todos os volumes lançados até agora, vai valer a pena. O prazer de ler tantas personagens femininas maravilhosas, com direito a casamento real lésbico é indescritível.

Nota 10!

Em tempo, o terceiro volume já saiu em português (em Portugal, pela editora Saída de Emergência) com o título Refúgio, no Brasil a editora Pixel está lançando a série, mas até o momento só tem 2 volumes publicados.


Rat Queens vol 6



SPOILER FREE

E finalmente cheguei no último volume que tenho de Rat Queens. Depois de vários altos e baixos, entendo porque as personagens fazem sucesso e têm um fandom tão grande e dedicado, mas, vou terminar a minha aventura nesse sexto volume.

Nessa coletânea temos uma história que une o passado de Braga e Orc Dave, que é uma aventura interessante e com muita adrenalina. Em paralelo, uma história mais focada em Dee vai se desenvolvendo, e que tinha muito potencial. Na verdade, os dois arcos são interessantes, mas, mal explorados e trabalhados de forma corrida e superficial.

Sabe aquela sensação de é só isso? Cadê o resto? Infelizmente esse é o gosto final de Rat Queens para mim.

No final desse volume tem também uma história especial, totalmente a parte de todas as histórias até aqui. Numa vibe futurista, as Queens são apresentadas como personagens de um mundo repleto de realidade virtual e seus poderes e características são adaptados para isso. E o visual também é completamente diferente.



Pessoalmente não me agradou. Não curti o visual, achei masculinizado demais, o que tira a graça original do grupo de RPG só de personagens femininas, voltando a ter cara de só mais um grupo de personagens guerreiros. Além disso, achei a história sem graça.

Na verdade é uma pena. Um conjunto muito bom de personagens com boas ideias, mas desperdiçado. Pretendo gastar meu tempo agora com outras leituras, foi interessante enquanto durou.

Nota 5.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Rat Queens vol 5



SPOILER FREE

Depois de três volumes muito bons, apesar de ter bastidores questionáveis, o volume 4 de Rat Queens não me deixou muito animada para ler a coletânea seguinte. Mas, como eu sou chata e gosto de reclamar com razão, li o volume 5.

A quinta coletânea de histórias das Rat Queens, grupo estilo RPG, mas 100% feminino e com bastante diversidade, foi exatamente tão ruim quanto eu esperava. Dessa vez a orc Braga, além das já conhecidas Hannah, uma elfa necromante, Violet, uma guerreira anã de um clã de ferreiros, Dee, uma sacerdotisa ateia originária de uma religião bizarra e Betty, uma espécie de hobbit ladina, não estão em histórias dignas de sua grandeza.

Foi muito triste constatar que a melhor parte desse volume é a primeira história, que conta o passado de Orc Dave, um personagem fofo que apareceu em diversos capítulos anteriores.

 
Outras histórias têm passagens interessantes, como as mudanças de traço quando as personagens estão doidonas com drogas ou quando falam de seu passado tão antigo que é como se fosse outra vida. Mas, o arco que liga esse quinto volume é simplesmente ruim. Resolvi ler o volume seguinte só pra saber se pelo menos terminava melhorzinho, porque, claro, termina de novo com um gancho.

Odeio livros com gancho no final.

Mas é quadrinhos, eu entendo, relevo e perdoo. Mas fica o aviso.

Se esse fosse o único defeito de Rat Queens vol 5 não teria problema. O problema, na verdade, é todo o resto. Achei uma pena, uma série tão legal e tão cheia de potencial sendo jogada na lama. Se você não quiser se decepcionar, fique apenas nos primeiros 3 volumes e seja feliz.

Nota 5.