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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ramsés - A Saga e metas de fim de ano

Era uma vez uma leitora compulsiva que tinha como meta ler 30 livros por ano... e em 2009 ela conseguiu cumprir a meta! Mas então ela ficou desolada... o que fazer com as últimas semanas do ano? Foi assim que ela resolveu fazer uma nova meta: terminar a saga de Ramsés com os seus cinco volumes até o final do ano!

E então ela conseguiu!!! E se tornou uma leitora compulsiva mais feliz! Não por ter alcançado a meta 4 dias antes do prazo (por uns dias ela achou que precisaria viajar com o último livro) mas por ter terminado de ler uma deliciosa obra-prima!

Agora pequenas e rápidas conclusões:
-Ramsés O Grande era foda
-Moisés era uma bicha louca saída de alguma gaiola destrancada
-Esqueça Nefertiti e Cleópatra, quem é a grande mulher egípcia é Nefertari
-O Egito é mesmo um lugar maravilhoso
-Christian Jacq não é só um egiptólogo, ele escreve muito bem
-Christian Jacq não só venera o antigo Egito, ele converte as pessoas

Isso dito vamos para a análise!

Christian Jacq me deixou meio dividida... foi algo que me lembrou o que senti quando li "O último templário", só que muito melhor, porque Christian Jacq não perde a paciência no final da história e escreve melhor, com personagens muito mais profundos. Os livros são superbos, as descrições são belíssimas (inclusive algumas muito interessantes sobre componentes de remédios e poções), e explicações muito bem colocadas (sem parecer didático deamsi) sobre a religiosidade egípcia e as suas liturgias. Porém, Ramsés por vezes é perfeito demais... mas graças a deus não completamente! Em alguns momentos você sente que ele é perfeito demais, mas aí a impulsividade desse faraó e algumas cegueiras por amizade ou até mesmo inocência tiram um bocado dessa impressão, dando uma profundidade bem interessante ao personagem. Fora todos os dramas pessoais que são inevitáveis quando se tem uma vida muito longa no poder.

Mas também, o que se pode fazer se Ramsés ficou mais de 60 anos no poder e deixou monumentos que fazem juz ao predicado "monumental" por todo o Egito? Além de ser o cara que conseguiu criar o tratado de paz mais duradouro da época? E como bom egípcio deixou tudo bem documentado nas paredes de tudo isso? Difícil contar uma história dessas sem engrandecer o personagem... e se é para engrandecer que seja como Christian Jacq faz!

Mas, vamos por partes:

Primeiro livro: uma introdução sobre a organização do poder faraônico, com muitas lições sobre religiosidade, educação e civilidade egípcias... coisa de primeiro mundo! Fiquei com inveja de algumas coisas que andam faltando muito por aí, como educação, higiene pública, planejamento de longo prazo voltado para o coletivo, valores morais e preocupação com o meio ambiente. Ramsés é um jovem louco que não sabe o que quer da vida! Ótimo saber que até os grandes passam por esses momentos! Bom... não vou spoilar o final, mas é óbvio...

Segundo livro: Ramsés mostra que nem só a bíblia tem milagres! Menos batalhas do que o título sugere... mas não tem importância! É bom mesmo assim! Tramas, intrigas e violência na luta entre o Egito e o Hatti! Ramsés é um maluco muito sortudo!

Terceiro livro: se você gosta de intrigas esse é um prato cheio! Tem mais que o segundo livro! Alguns personagens ficam ainda mais interessantes, como Acha, o diplomata. Moisés começa a enlouquecer, coitado.

Quarto livro: quase me fez chorar no final... sério. Nem sei como consegui dormir depois... é tão... tão... comovente e triste... é uma obra-prima dedicada às mulheres egípcias, seu saber e ponderação. As personagens principais aqui são as rainhas, não os reis. Muito bom. Moisés mostra o quão bicha ele pode ser. Deve ser o excesso de estrogênio do livro... afetou o hebreu, coitado.

Quinto livro: bom... já é o final da história, né? Ainda existem obstáculos a serem superados pelo faraó, mas nenhum é mais implacável que o tempo e o que ele traz. É um livro meio melancólico, mas isso é esperado, já que se trata de uma velhice mais longa do que a comum na ápoca. Preciso dizer mais? Ah, sim, ainda assim Ramsés mostra que é possível ter bons momentos na velhice! Nada de melancolia o tempo todo não!

Fora isso... tem uma característica recorrente a livros com tantas continuações, que é a descrição meio repetitiva dos personagens, mas nada que fira o estilo do autor, ele sabe manejar bem as palavras para não ficar chato, além de que as descrições são atualizadas com o passar da história, mostrando a evolução dos personagens. Ah, sim, vai entrar no hall dos livros indicados, sem dúvida!

Nota 10, para entrarmos bem no próximo ano!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ramsés vol 1 e 2

Estou escrevendo agora apenas por um leve sentimento de culpa... pois terminei ontem de ler o segundo volume de Ramsés e ainda nem cheguei a escrever sobre o primeiro.

O problema é que, até agora, essa série tem uma característica muito boa e outra terrível, a boa é que ela é simplesmente boa demais de ler, não dá para parar, você fica pensando o tempo todo que não está lendo "e o que vai acontecer agora????", morrendo de vontade de largar tudo o que está fazendo para continuar acompanhando a história desse faraó importantíssimo! A terrível é que como a história é uma só, dividida em 5 volumes, não dá para parar entre um e outro! Os episódios da vida de Ramsés não dão margem para intervalos!

Então... não me sinto exatamente bem escrevendo sobre essa série sem terminá-la primeiro! Que situação... me lembra muito o que senti com "A Hora das Bruxas" (Anne Rice) só que ao invés de ter 2 livros para ler, eu tenho 5!

Hoje eu começo o terceiro, e mal vejo a hora de abrir o livro! Christian Jacq não só sabe escrever como o faz com uma reverência ao antigo Egito que faz você achar que aquela era a melhor sociedade do mundo! A religião é linda, os valores (tão em falta hoje em dia) corretíssimos... E a descrição dos lugares, apesar de não ter a riqueza de detalhes de Bernard Cornwell, é bastante exata. Para quem nunca foi ao Egito, sugiro ler acompanhado de algum livro com as imagens dos templos egípcios a mão, pois engrandece muito a experiência dessa leitura!

Já vi que a série vai parar nos livros recomendados...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Babylon 5 - Final Reckoning

ATENÇÃO: SPOILERS (nada importante, mas se você é purista, é melhor parar por aqui)

Ai ai... finalmente terminei essa trilogia dos infernos. E põe inferno nisso. Sabe por que eu queria ler essa trilogia? Porque a série de TV não mostrava nada da guerra dos telepatas, só mencionava, e eu fiquei muito curiosa com essa parte da história. Dito isso, vamos recapitular:

O primeiro livro fala como surgiu a PsiCorps. Livro chato, mas a história era interessante.

O segundo livro mostra como o Bester virou o Bester. Livro chato e inverossímel, mas vá lá, é ficção científica. Termina com o Bester indo para Babylon 5!

Terceiro livro: eu esperava que fosse justamente sobre a guerra. Mas NÃO! Ele COMEÇA DEPOIS DA GUERRA! O que já foi um mal começo, pois fiquei muito muito muito chateada. Tinha aguentado tudo para saber da guerra e essa parte foi ignorada. Ok, já estava ali mesmo, né? Resolvi ler até o final mesmo assim.

Tem o mesmo estilo do segundo livro, apesar de melhorado, é chato e inverossímel (só até o final, pois no fim Bester volta a ser Bester), mas tem uma vantagem que o segundo não tem: GARIBALDI! Sério, ele é phoda, você aguenta as chatices e as partes inacreditáveis por conta dos momentos em que o GARIBALDI aparece. E, claro, ele engrandece o final, que realmente é bom, muito bom.

Nota 7,5, por causa do GARIBALDI e do final bacana.

O problema é que agora voltei a estaca zero... alguém sabe se tem algum livro de B5 que conte como foi a guerra dos telepatas???

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Babylon 5 - Deadly Relations

SPOILER praticamente FREE

Já faz umas duas semanas que terminei de ler o livro... mas ainda não me decidi muito bem quanto a minha opinião, porque obviamente ela está permeada pelos meus sentimentos sobre a personagem principal: Alfred Bester. Para quem acompanhou a série, o sentimento é bem óbvio: ÓDIO.

Tentando não levar isso em consideração, o livro é morno quase frio, até meio chato em alguns momentos. As tentativas de justificar a personalidade da personagem não são muito convincentes, e as lacunas temporais (já presentes no primeiro livro) atrapalham o andamento da história. Ainda assim, o livro é melhor que o primeiro, pois pelo menos a história se centraliza em Bester, ficando com uma cara bem menos "jogada".

Serve para matar algumas curiosidades, mas não vai muito além disso. A cara de roteiro para TV também continua lá, mas a história do Bester é tão pouco convincente e isso me irritou de uma forma que, sério, nem percebi muito o estilo "literário".

Comecei a ler o livro seguinte... e estou com mais raiva ainda! Só continuo porque quero saber o final.

Outra nota 6

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Harry Potter and The goblet of fire

ATENÇÃO: SPOILER

Por onde começar?

Por conta da releitura dos livros anteriores eu tinha grandes expectativas para o quarto livro da série Harry Potter. Infelizmente ele não era tudo o que eu esperava.

Ainda é um bom livro, gostei muito de perceber o quão bem montado é o plot do vilão, como as pistas estão todas ali, mas você não percebe (se não souber, é claro). Porém, a primeira metade do livro passa muito devagar, por mais que o torneio mundial de quadribol seja interessante, ele não devia durar um terço do livro.

E sério, aquela briguinha do Harry com o Ron, além de estúpida, é muito chata. Haja viadagem, não há outro termo para aquela situação.

Após a primeira tarefa do torneio e do fim da boiolice, o livro melhora sensivelmente, pena que isso só aconteça lá pela metade do volume. A partir desse ponto fica tão bom quanto os livros anteriores!

Pena que tem um problema muito sério de coerência quase na última página... meu namorado sempre me disse que J.K.Rowling inventa as coisas conforme vai escrevendo, e eu nunca tinha concordado, até ler o final desse livro. Alguém lembra dos animais voadores bizarros do quinto livro? Aqueles que só se enxerga se você tiver visto uma morte?

Pois é, no final desse livro, Harry, Ron e Hermione voltam para o trem de Hogwarts nas carruagens desses bichos. E o Harry não faz nenhum comentário. Nenhum. Nem unzinho! Como pode isso, se no próximo livro ele faz o maior fuzuê porque consegue ver os bichos??? Será que leva um tempo entre a morte que você viu e poder ver os animais? Não faz sentido!

Ah, fiquei muito chateada... tive que dar o braço a torcer... J.K.Rowling tem surtos de imaginação desproposital no meio da história... que pena... caiu no meu conceito. Mas ainda assim ela sabe construir um bom mistério!

Nota 8,5

domingo, 13 de setembro de 2009

Colocando em dia

Nada como férias para deixar um monte de posts pendentes...

Vamos lá, eu reli também o segundo e o terceiro livros da série Harry Potter. Vou logo avisar, que por ser Harry Potter, e a maioria das pessoas viu pelo menos os filmes, não estou me importando com os spoilers.

Harry Potter and The Chamber of Secrets

Assim como o primeiro livro, este sobreviveu bem a segunda leitura, o que me surpreendeu. O livro é menos infantil que o primeiro e tem mais suspense e ação. Realmente dá para entender o sucesso que a série fez, é uma ótima continuação para o primeiro livro. E agora eu gosto ainda mais da atuação do Kenneth Branagh, conforme eu lia mais eu via a interpretação que ele fez do professor Lockhart...
Também é interessante ver como algumas coisas que aparecem mais a frente na série são mencionadas nesse livro mas você simplesmente apaga da cabeça na primeira leitura, como o "armário do sumiço" (vanishing cabinet no original) que bem mais tarde o Draco conserta e é usado para invadir Hogwarts.
Vale a pena reler, nota 9,5

Harry Potter and the Prisioner of Azkaban

Infelizmente esse não sobrevive tão bem a releitura... é como assistir O Sexto Sentido pela segunda vez. Você já sabe quem o Sirius Black realmente é, e já sabe o que realmente aconteceu no dia em que os pais do Harry morreram, então perde muito a graça, já que o livro é todo baseado nesses mistérios.
Mas vale a pena lembrar que o Cedrick é mencionado nesse livro... na minha memória ele era um personagem que só aparecia no quarto livro para ser sacrificado...
Só vale a pena reler porque faz parte da história da série, mas só se você quiser reler a série.
Nota 8,5 (porque a primeira leitura é muito legal, nota 9,5 na primeira leitura, nota 7 na segunda)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Harry Potter and the Philosopher`s Stone

Pois é... resolvi reler Harry Potter durante as minhas férias, mas dessa vez a versão britânica!
Me surpreendi, o livro sobrevive à segunda leitura! É meio infantil, mas isso eu já esperava e é mesmo o objetivo da autora. Achei ótimo! É leve e despretensioso, não é a toa que fez tanto sucesso. Bem merecido diga-se de passagem.
Nota 9,5.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Babylon 5 - Dark Genesis - The birth of Psi Corps




Bom... primeiro é necessário explicar a origem desse livro. Era uma vez uma série de TV de ficção científica chamada Babylon 5. Durante uns 2 anos eu assisti os episódios dessa série (não diretamente da TV, diga-se de passagem, pois ela teve 5 temporadas, não duas). Eu gostava muito dela até o final da quarta temporada, por isso demorei muito para assistir ao último ano. Quando finalmente terminei todos os episódios fiquei danada da vida. Descobri que a série não cobria toda a história! Foi então que um amigo afccionado me falou dos livros que contam o que não passou na TV, e mais, me emprestou alguns.

Foi assim que consegui a trilogia, que começa com esse livro, que conta a história da organização de telepatas Psi Corps e a guerra dos telepatas mencionados na série televisiva.

Agora vamos ao livro em si.

Não é a melhor coisa que já li, muitas vezes parece um script pra TV, não literatura. Às vezes parece que existem personagens demais, mas isso é culpa da idéia do livro, que é contar uma quantidade absurda de anos de história. A melhor coisa a fazer é tentar ler como quem assiste a uma série de TV que a cada episódio mudam alguns personagens, e de tempos em tempos os leading roles também.

Mas tem um lado positivo: serve para matar a curiosidade de quem viu a série. Apesar de que no início, como você não reconhece nenhum personagem, a empatia com o livro fica muito prejudicada, e como as coisas são apresentadas de forma bem superficial (única forma de narrar 74 anos de história em 260 páginas), os personagens não são tão cativantes assim.

Em outras palavras, serve apenas para mitigar a curiosidade de quem viu a série.

Nota 6, por causa da série.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

The Graveyard Book II

Agora lotado de spoilers!!!



Por onde começar os elogios a essa obra prima da literatura infanto-juvenil? É tanta coisa boa para se comentar, que seria mais produtivo ler o livro de novo! Mas bom... que tal o nome do personagem principal? Nobody Owens (sobrenome dos fantasmas que adotam o bebê quando ele chega no cemitério) é muito funcional! Não só para caracterizar que a origem da criança é, a princípio, desconhecida, mas também para esconder a sua identidade. Ponto positivo para o apelido, Bod, que ficou uma brincadeira muito interessante com Bob.

Passando para o seu guardião, numa caracterização interessantíssima de um vampiro que superou a fase monstruosa de sua "vida", Silas. Apesar de não ser mencionado em nenhum momento o que ele é ("He's the lonely tipe") as dicas estão todas lá: ele só se alimenta de uma coisa; só acorda depois do pôr do sol; não tem reflexo no espelho... Se fizerem um filme desse livro já tenho minha sugestão de ator: Alan Rickman. Vai ficar perfeito.

E a professora e guardiã temporária Miss Lupesco, uma lobisomem (ou lobismulher? qual é o feminino disso?) é outro achado. Inclusive ela é a responsável por um dos melhores momentos do livro: a aventura no mundo dos ghouls. Mas obviamente a forma como ela se auto-intitula é a melhor parte: the hound of God - porque eles são capazes de perseguir os malfeitores até ao inferno! Fantástico isso.

Pra completar, os dois, mais uma múmia e outro ser sobrenatural cujo nome me escapa (porque esse eu não conhecia) formam a guarda de honra! Imagine, ele pegou todos os monstros clássicos e colocou como os mocinhos da história! Fantástico!

Agora, vamos a história: ela tem uma estrutura absurdamente clássica, de origem grega. A famosa história da profecia que se torna realidade simplesmente porque se quer evita-la. Se os Jacks não tivessem tentado matar o bebê, ele jamais teria sido criado num cemitério, jamais teria aprendido a andar entre os mundos, dos vivos e dos mortos, e a organização não teria sido destruída (com a ajuda da guarda de honra, é claro).

No meio do caminho, ainda temos diversas pérolas: a relação entre Bod e Scarlet é de uma beleza rara. Maravilhosa a construção da amizade entre as duas criancinhas, e melhor ainda a forma como os pais a interpretam! A confusão e a linha entre o que é real e imaginário aqui é muito bem feita e explorada; e quando eles se reencontram também é lindo... imagine você descobrir que aquele amigo que seus pais diziam ser imaginário era real! Tudo bem que o final desse relacionamento não é exatamente feliz, mas faz sentido com o resto da história, e apesar de triste você sente que é o melhor desfecho, o mais natural possível dentro dessa narrativa de fantasia. Mais alguns pontos pro Gaiman.

O momento em que Bod vai para a escola também é muito bem construído. Sempre existe aquele aluno que passa invisível... que ninguém lembra quem é exatamente. Só que dessa vez é de propósito! E a vontade dele de fazer o que é certo, e a sua coragem também estão ali, na preparação para o clímax do livro. As soluções para os bullies são simplesmente muito boas... acho que dava para fazer outro livro só sobre esse assunto! Mas ainda bem que o Neil Gaiman não é a J.K.Rowling. As pequenas histórias que compõe a vida de Bod são sucintas, deixando aquele gostinho de quero mais que as boas narrativas deixam.

E ainda tem a bruxa! Porque todo cemitério tem uma bruxa enterrada, é claro! O que serve para explicar mais uma parte da ambientação: a diferença entre os mortos enterrados em solo profano e em solo sagrado, que outro um detalhe muito bem bolado! A história da bruxa também é muito interessante, eu morri de rir quando li a explanação dela sobre a própria morte! E além disso, ela é a razão de mais uma aventura de conexão na narrativa: a compra da lápide, que não dá certo, é claro! Mas que enriquece maravilhosamente o livro!

Enfim, cada detalhe de cada pequeno arco parece que foi bem pensado e articulado para formar o belo quadro que é esse livro. Nada acontece de graça, e tudo tem uma certa beleza embutida (não pode pensar com preconceito nessa história, não é porque é sobrenatural, morto, sombrio ou um cemitério que fica feio; existe beleza nessas coisas também). E o final é simplesmente perfeito! Fechando com chave de ouro... é meio triste, por conta da separação e das mudanças que ocorrem, o que parece que deixa um vazio... mas é esse vazio que também torna o final feliz, pois ele é que mostra a liberdade que Bod ganha e todas as possibilidades que ele tem na vida pela frente. No fundo, é esse vazio que é importante, sem ele ninguém pode alcançar nem buscar nada. Linda a analogia do autor!

Fiquei com vontade de ler The Jungle Book... mas não sei se será melhor que essa releitura não... ela é difícil de superar!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

The Graveyard Book

SPOILER FREE

Ok, mais um livro pra minha lista desse ano! E sério, ele concorre para ser o melhor de 2009!

Que Neil Gaiman é um gênio, acho que ninguém mais duvida, depois de todos os filmes e sucessos editoriais, mas esse livro aí é outro nível. Sério. Não é a toa que já ganhou prêmio e tudo.

Pra quem ainda não sabe, é uma releitura de outro livro "The Jungle Book", que deu origem ao famoso desenho animado da Disney "Mogli, o menino lobo"; só que dessa vez o menino em questão, ao invés de ser criado por lobos é criado por seres sobrenaturais num cemitério.

A princípio parece meio pesado para ser um livro infanto-juvenil, mas isso é puro preconceito de adultos, viu? O livro é fantástico, com idéias muito bem encaixadas e detalhes literários muito interessantes (existe literatura e arte em epitáfios... eu nunca tinha reparado nisso). Algumas partes são tensas e podem até assustar os mais sensíveis, mas quem dá mais medo no livro são os vivos, não os mortos.

Nem sei se já saiu a versão em português, mas a versão em inglês é bem gostosa de ler, com aquele jeito bem de história infanto-juvenil de ser (o que enriquece muito o vocabulário do leitor que não tem o inglês como língua materna). Recomendadíssimo. Nota 10!

Ai ai... certamente vocês podem aguardar um post cheio de spoilers para a próxima semana...

domingo, 12 de julho de 2009

The Tales of Beedle The Bard


SPOILER FREE


Existem alguns livros que fazem com que eu sinta que estou roubando na minha contagem de livros do ano. São tão finos e fáceis de ler que eu paro e penso se devo colocar na minha contagem. Enfim... esse foi o décimo oitavo livro.

E eu gostei. As histórias são o que elas se propõem ser: fábulas. O que é bacana, visto que são fábulas do mundo mágico da JKR. E elas tratam dos assuntos que os livros do Harry Potter tratam: amor, amizade, limitações da magia e a relação entre trouxas e bruxos (sério, prefiro os termos originais, muggle e wizard).

Mas a melhor parte do livro não são as fábulas, apesar delas serem bonitinhas, são as notas do Dumbledore. JKR percebe suas limitações como escritora e tenta se retratar através desses livros filhotes da série HP. Ela sabe que devia ter explicado muita coisa, que ela ou esqueceu ou não se deu ao trabalho de explicar, e é aí que entra e importância desses livros: preencher essas lacunas.

As notas de Dumbledore, que muitas vezes são mais longas que as fábulas em si, aproveitam para explicar muitas perguntas que ficaram no ar durante a série: por que os wizards se separaram do mundo muggle? De onde diabos ela tirou os objetos mágicos do último livro? Por que ela só menciona isso no final da série? Ok, essa última o livro não responde. Mas tem detalhes do mundo mágico bastante interessantes, que melhoram muito a ambientação do mundo de Harry Potter.

Vale a pena ser lido, ainda mais porque não dá trabalho nenhum. Nota 8.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Devastação de Sharpe

SPOILER FREE

Ufa! E assim eu terminei de ler o último livro da série As Aventuras de Sharpe que foi publicado no Brasil. Agora, para poder continuar a ler as aventuras dele, só em inglês ou aguardar o próximo lançamento da série, previsto para Novembro! Bom... basta dizer que ontem eu comprei um exemplar no original, mas ele não é o próximo que eu tenho que ler... então ainda preciso fazer uma caça por aí antes de continuar a série... até lá, devo alternar um pouco as minhas leituras... vou deixar Sharpe por um tempo.

Mas, vamos ao objetivo do blog!

A Devastação de Sharpe é um bom livro. O soldado voltou a sua forma normal, inteligente, briguento e mantendo todos os que estão a sua volta em seus devidos lugares! Apesar de que a estrutura da história ainda é a mesma, Sharpe é apresentado com uma missão, seguem-se inúmeras batalhas, há uma mocinha no meio e um vilão novo a ser enfrentado. A boa e velha fórmula que funciona muito bem para os personagens de Bernard Cornwell. Ainda mais porque quanto mais batalhas, mais ele pode explorar o seu poder de descrição.

Mas voltando ao livro, dessa vez há mais intrigas e elementos de espionagem e traição... o que deixou esse volume diferente do resto da série, mas muito parecido com A Presa de Sharpe. Comparando com os demais livros, fica no mesmo nível do primeiro volume, o Tigre de Sharpe, Sharpe em Trafalgar e a Presa de Sharpe, e acima dos demais, onde o personagem passa por aquelas fases ruins...

Cheguei a conclusão que há uma alternância bem clara entre as fases de Sharpe na série... ainda bem que esse livro está na maré alta, o que dá a ele a nota 9.



Agora, para fechar um pouco o assunto, segue a lista dos livros publicados no Brasil da série, na ordem cronológica da história:

VoL Título
1 O Tigre de Sharpe
2 O Triunfo de Sharpe
3 A Fortaleza de Sharpe
4 Sharpe em Trafalgar
5 A Presa de Sharpe
6 Os Fuzileiros de Sharpe
7 A Devastação de Sharpe

Informação retirada do site Bernard Cornwell Brasil.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Os Fuzileiros de Sharpe II

Agora COM SPOILER!!!


Bom... como eu já havia colocado no post anterior, nesse livro Sharpe não está numa boa fase. Ele está carrancudo demais e grosseiro demais. Tanto que ele passa a narrativa inteira percebendo os erros que comete ao lidar com as pessoas. É triste. Muito triste mesmo de ler.

Para piorar a situação do pobre coitado, que não consegue se controlar, aparecem duas figuras interessantes: Harper e Blas Vivar. O primeiro é um fuzileiro que é uma cópia do Sharpe do primeiro volume: um cara forte, valente e muito bom de briga, e que ainda por cima é adorado por todo o regimento. O segundo é um major espanhol que é retratado como um líder perfeito.

Não tem como o nosso herói competir com eles, né? As únicas vezes que ele supera um dois dois são: a luta pelo comando dos fuzileiros, onde Sharpe dá uma surra em Harper e assim ganha o seu respeito; quando Sharpe salva a pele do major na subida do caminho de Santiago; quando Sharpe consegue começar a invasão da cidade de Santiago de Compostela; e quando ele finalmente percebe o que os franceses estavam realmente tramando (segundos antes deles se revelarem, o que não foi tão útil assim, diga-se de passagem). Reparou que ele só consegue superar os outros quando se trata de uma luta? Pois é, no resto, ele fica no chinelo.

Além de não conseguir manter direito a posição de líder dos fuzileiros, Sharpe ainda perde a mocinha da história pro major Vivar. E dessa forma, ele vira alvo de chacota de seus homens (pelas costas é claro). Ai, ai... que saudade do livro anterior...

Com relação aos vilões, bom... dessa vez eles são dois: o irmão do major Blas e um francês cujo nome exato me escapa... acho que é De Lenclin ou algo do gênero (já estou quase no final do livro seguinte! Não dá pra lembrar o nome de todo o mundo!).

O espanhol é um personagem muito chatinho... ele é simplesmente um cara ruim, ou pelo menos é retratado apenas dessa forma. Porém, o francês é bem mais interessante... ele lembra muitíssimo o vilão do livro anterior... isto é, um cara que tem boas maneiras, é simpático, mas no fundo no fundo, é um filho da puta. Mas ele pelo menos acredita no que faz, diferentemente de outros vilões que já apareceram na série até agora, que eram simplesmente maldosos.

A DEVASTAÇÃO DE SHARPE

Agora, como eu não consigo me conter, vou começar uma análise do livro seguinte da série.

Ok, depois daquela fase horrorosa, Sharpe parece que está se recuperando. Ele e o Harper viraram quase amigos e vários homens do regimento admiram e confiam muito no nosso soldado. Parece outra pessoa... impressionante... ele voltou a ser aquele personagem que você aprende a admirar lendo a série. De todos os livros, acho que esse é o que ele mais sofre em termos de desvantagem nas lutas e quantidade de batalhas que ele tem que travar apenas para conseguir sobreviver. Mas óbvio que ele consegue (afinal esse pode ser o último livro lançado em português, mas a série é bem maior).

Pra variar ele tem um novo vilão a enfrentar, que dessa vez é inglês (de novo lembra o vilão de A Presa de Sharpe, só que com outro nome). É interessante ver como esse vilão demora a se demonstrar realmente como o malvadão da vez, pois no início os seus objetivos são muito dúbios. Porém, no último terço do livro ele se revela como alguém totalmente sem escrúpulos. Parece que ele vai perdendo a tonalidade cinza inicial e vai ficando cada vez mais malévolo. Muito estranho... vamos ver o que acontece com ele até o final.

Ah, outros fuzileiros que foram apenas mencionados no livro anterior, aqui ganham um pouco mais de destaque, o que também tem sido interessante... e graças a Deus, a mocinha da vez não começa de cara apaixonada pelo Sharpe. Apesar dela ter se "casado" com o vilão, ainda não sei onde isso vai dar... até a próxima semana eu devo saber.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Os Fuzileiros de Sharpe


SPOILER FREE

Nem acredito. Terminei de ler os fuzileiros. Achei que não fosse conseguir. Explico: percebi que Sharpe é um personagem de fases, boas e ruins. Ele alterna entre momentos de melancolia/tristeza/chatice com ser fodão. Infelizmente, nesse livro ele está numa fase ruim.

A primeira parte da trama se arrasta nesse sentido. As batalhas se sucedem umas as outras, mas nada faz o pobre Sharpe sair do torpor de uma fase particularmente ruim. Sério, dá raiva do personagem. E ela só parece ficar ainda pior porque surge um novo personagem que é particularmente interessante, lembrando demais o Sharpe do primeiro livro. Assim, fica difícil pro coitado competir, né?

Fora isso, a leitura é bem suavizada pela quantidade de batalhas sendo travadas, o que dá uma dinâmica bem interessante, e ajuda muito a conseguir passar pela fase complicada do soldado, com menos traumas do que seria possível se não tivesse tanta coisa acontecendo na história. Outro ponto forte do livro, que ajuda muito é a quantidade de personagens cinzentos. Apesar de ainda ter aqueles que são bonzinhos e malzinhos, tem muitos personagens mais redondos, que chamam a atenção na trama.

Fora isso, a estrutura da narrativa segue o melhor estilo do autor, com toques sobrenaturais/religiosos que não são nem comprovados nem refutados, o que é muito interessante. As batalhas são maravilhosamente descritas, como sempre. O chato é que dessa vez, Bernard Cornwell não se utiliza de tantos fatos históricos assim... eu fiquei vidrada com a última batalha do livro e fiquei triste quando descobri nas notas que ela não existiu. Uma pena. Mas ao mesmo tempo uma mostra do que o autor é capaz. Dessa vez, ao invés de contar algo baseado em fatos históricos, ele criou uma nova história que retrata alegoricamente os sentimentos e fatos da época. Ponto pro Bernard Cornwell.

Nota 8

terça-feira, 30 de junho de 2009

A Presa de Sharpe


SPOILER FREE

Este post chega um pouco atrasado (terminei o livro semana passada), mas eu precisava de alguns dias de luto pelo Michael Jackson... mas vamos lá.

Na último post, repleto de spoiler, eu cheguei a mencionar que nesse livro Bernard Cornwell tinha se recuperado. E é verdade. A história anda muito bem, e é difícil largar o livro para comer, dormir ou trabalhar. Sharpe se recuperou da temporada de burrice, mas ainda está muito emotivo, o que até que ficou interessante, ainda mais com o pano de fundo da história. Ele precisa mesmo se superar para cumprir o seu dever.

Dessa vez os personagens são bem mais interessantes, inclusive os vilões, sendo bem mais redondos. Alguns personagens que teoricamente eram bonzinhos se mostram mais cinzentos (com algumas exceções, infelizmente) e tudo ganha uma profundidade que eu sentia falta em alguns livros anteriores.

Ah, e o final é muito bom. Muito muito bom. Digno do que o autor é capaz de fazer.

Em outras palavras, valeu sofrer em alguns volumes anteriores para chegar nesse aqui.

Nota 9

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sharpe em Trafalgar II

ATENÇÃO: SPOILER ABAIXO


Bom... depois do aviso, posso botar pra fora tudo o que me atormentou nos livros de Sharpe até agora.

Vamos começar pelo primeiro livro, O Tigre de Sharpe. Por ser o primeiro livro de uma série razoavelmente longa, eu não esperava grandes coisas, pelo menos não com relação a profundidade de personagens. E o livro me surpreendeu, mostrando um soldado Sharpe violento e brutal mas inteligente e leal ao exército, com muitas nuances para uma primeira história. Os personagens secundários também foram bem aproveitados na trama, e a história em si é muito boa e prende o leitor.

Como era de se esperar num livro introdutório, há personagens mais simples, como o sargento Hakeswill (se eu errar nomes de personagens secundários me perdoem, sou péssima pra lembrar nomes) que é simplesmente uma pessoa ruim (mas que tem uma história interessante de sobrevivência à forca - e que seria mais interessante se não fosse repetida tantas vezes) e o coronel escocês McCandless (esse eu provavelmente errei a grafia) que é simplesmente uma pessoa boa.

O final também é bem emocionante e você torce pelo herói até o fim, já sabendo que tudo daria certo, afinal, tem mais livros pra ler, né?


Aí veio o segundo livro, O Triunfo de Sharpe. Por que, oh meu deus, por que o Bernard Cornwell resolveu começar a ressucitar personagens? Era muito melhor o Haskewill ter morrido de verdade no final do primeiro livro, porque ele voltou como um personagem mais simplório ainda. Ao invés de aproveitar a volta do arquiinimigo do Sharpe para aprofundá-lo, não, Cornwell resolveu deixar o cara mais tacanho ainda. Uma falta de criatividade tremenda... que dura até o final do terceiro livro, numa tortura terrível para o leitor.

Assim, o segundo livro é chato em termos de personagens (as batalhas continuam maravilhosamente descritas), entra mais um malvadão na história, o renegado William Dodd, que é chato de doer, mas que pelo menos tem um chefe interessante, cujo nome me escapa no momento. Não aguento essa história de bonzinho e malvadão, me dá nos nervos.

E para piorar, parece que Sharpe vai desaprendendo algumas coisas no caminho, pois se ele parecia tão inteligente no primeiro livro, aqui não é tão brilhante. Mas não se preocupe, no terceiro livro ele fica mais burro, só se recuperando no final.

Num final praticamente idêntico ao do primeiro livro, Sharpe "mata" novamente Haskewill (sim ele volta de novo) e pelo menos o coronel McCandless morre para deixar o próximo volume mais interessante.


Ok, chegamos no terceiro volume, A Fortaleza de Sharpe, o auge da chatice. Haskewill está de volta, de novo, para torturar leitores inocentes, Dodd fica mais raso ainda, e Sharpe está irreconhecível como oficial. Sério, acho que o cérebro do pobre personagem principal ficava no seu mosquete, quando trocaram por uma espada ele ficou burro. Só pode ser isso. O coitado anda tão mal da cabeça que quando ele tem uma idéia brilhante e ousada, lá no final do livro, parece que ele não seria capaz disso, o que é uma injustiça visto o que ele fez no primeiro volume.
Enfim, o livro tem uma história arrastada, com reviravoltas previsíveis e no estilo deus ex machina. A única coisa boa é que, graças a deus, os personagens malvadões vão pro saco. De vez. Espero com fé.


Chega o quarto livro, Sharpe em Trafalgar. Eu já estava meio de saco cheio, confesso, mas não desisti e comecei a ler. Ainda bem que não desisti, pois parece que o nosso amado personagem do primeiro livro resolve voltar a encarnar no soldado Sharpe. Tenho uma teoria de que a mudança de ares, saindo da Índia para o alto mar fez bem a Cornwell, o excesso de temperos indianos deve ter alterado temporariamente o cérebro do autor, porque é só ele voltar para terreno inglês (mesmo que um navio) para a história andar melhor.

Infelizmente ainda temos personagens malvadões, e a bola da vez é Sir William, mas pelo menos tem outros personagens cinzentos para compensar o preto e branco que Cornwell gostou de botar na série. Ah, e o personagem bonzinho da vez é Chase, e a mulher da vez é Grace, esposa do malvadão. Ah, sim, Sharpe é o maior pegador, cada vez é uma mulher diferente... mas dessa vez é paixão mesmo, daquelas bem mela cueca, com direito a salvamento da dama de uma tentativa de estupro e tudo o mais. Mas pelo menos a história é melhor... ou a ambientação... porque se parar para pensar é muito cliché junto... e no final, sério, porque diabos a Grace sobreviveu??? Só para eles terem um romance impossível depois???


Ainda bem que no quinto livro (A Presa de Sharpe) ela já começa morta. Mas não gostei de ver o Sharpe choramingando mais da metade do livro (falta só 1/4 para eu terminar!!!), ele me parecia durão demais pra isso... é, os brutos também amam. Pelo menos até agora o quinto livro é o melhor deles. Mais detalhes quando eu terminá-lo, ok?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sharpe em Trafalgar

SPOILER FREE (com esforço, viu?)


Ontem eu finalmente terminei de ler o quarto livro da série "As Aventuras de Sharpe". E fiquei contente com o que li.

Ainda não é tão bom quanto as cronicas de Arthur, mas é uma melhora significativa na série do soldado inglês. Certamente é muito melhor que os três livros anteriores.

Mas algumas coisas ainda incomodam... ainda há personagens pouco profundos em excesso na história, e o final me deixou um pouco incomodada (meio Disney demais), pelo menos não o suficiente para não gostar do livro.

Para compensar, fiquei com a sensação de que a descrição dele da batalha de Trafalgar é a melhor que ele já fez e eu li. É meio longa, mas a sensação era para ser essa mesma, e se você tiver conhecimentos de termos náuticos e de partes de navios vai ajudar muito!!! Mas se não souber, a emoção continua toda lá, é só ligar o cinema mental e se divertir.

Talvez realmente a mudança de ares da Índia para o meio do oceano seja responsável pela melhora da história...

De qualquer forma, Bernard Cornwell deixa muitas pontas para servirem de gancho no livro seguinte, A Presa de Sharpe, que eu obviamente comecei hoje de manhã... mas pelo menos até agora elas ainda não se resolveram... estou curiosa!!!!!

terça-feira, 16 de junho de 2009

There is no such thing as too many books


Ok, não é uma resenha... mas eu não pude resistir... até porque acredito piamente nisso!!!

Não sei quantos livros tenho em casa... mas a última vez que fiz algum tipo de contagem tinham mais de 300 livros... no início do ano até fiz uma arrumação neles, isto é, aumentei o espaço disponível e separei alguns para doação. Mas não sei porque eles parecem se multiplicar continuamente...

Nem quero ver como vai ser depois da bienal desse ano!!! (na última eu comprei mais de 20 livros) Mas pelo menos até lá estou conseguindo manter a promessa de não comprar nenhum! (em termos...)

E aí, mais alguém tem esse tipo de crença/problema?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

As aventuras de Sharpe

É meu povo... depois de ler a fantástica trilogia "As crônicas de Arthur" do Bernard Cornwell, eu não consegui mais parar... depois foi a outra trilogia "Em busca do Graal" e depois eu li o livro "O Condenado" e agora me encontro bem no meio das "Aventuras de Sharpe".

Minhas impressões, até o momento são:

Leia as crônicas de Arthur, pois são imperdíveis, e até agora, o melhor trabalho dele que já li. Os personagens são redondos e a capacidade descritiva do autor é maravilhosa.

A trilogia do Graal é boa, mas não chega aos pés de Arthur, porque o final é previsível logo no primeiro capítulo do primeiro livro. Vale a pena pelos personagens, e novamente, pelas descrições maravilhosas das batalhas.

O Condenado é um livro bacaninha, mas não empolga tanto quanto as trilogias que já mencionei... é meio sem sal... e o personagem principal lembra muito o Sharpe, do qual falarei agora.

Chegamos então na minha leitura atual: as aventuras de Sharpe. É uma obra bastante extensa (são 7 livros) contando como o Sharpe participou das campanhas inglesas no final do século XVIII e no início do século XIX.

Os primeiros 3 livros empolgam... mas definitivamente a qualidade não é o melhor que o Bernard Cornwell pode fazer. Sharpe é o único personagem redondo, os demais são muito "flat", e eu fiquei com asco do arquiinimigo do Sharpe. É um personagem muito pouco interessante e não dá para entender porque ele fica tanto tempo na história. E tudo aqui é muito preto e branco, bom e malvado demais. Não há aquela profundidade de sentimentos conflitantes que você vê nos outros livros... o que é uma pena.

A qualidade das descrições, pelo menos, continua intacta. As cenas de batalha são empolgantes... num grande contraste com o restante da obra.

Agora estou no meio do quarto livro da série. Pelo menos, até agora achei que melhorou muito com relação aos livros anteriores, boa parte dos personagens é mais redonda... e o cenário finalmente mudou!!! O que também dá um novo ânimo na leitura.

Mas essas são impressões no meio do livro... vamos ver como elas vão se manter até o final!

sábado, 6 de junho de 2009

Anne Rice

SPOILER FREE


Só para contrariar o primeiro post, resolvi começar com uma "pequena" análise da obra da Anne Rice. Mas também é preciso justificar a quantidade de livros dela na minha lista de recomendados, né?

Em poucas palavras, Anne Rice começou como uma escritora quase anticristã, que gostava de cenas de homossexualismo e escatologia leve. Depois de um tempo, ela se arrependeu das suas posturas e virou carola.

Nem preciso dizer que os livros dela da primeira fase são muito melhores que os da última. Mas vamos por partes.

Anne Rice tem a sua obra dividida em praticamente quatro tipos de livros: os muito velhos escritos com pseudônimo, as crônicas vampirescas (incluindo aí os livros de vampiros que não fazem parte da cronologia do Lestat e podem ser chamados de as novas crônicas), as histórias das bruxas Mayfair e livros independentes.

Nunca li nada dela da primeira fase, quando ela ainda não assinava as suas obras, então vou me abster de opinar.

Agora, quanto as crônicas das bruxas e dos vampiros, o negócio é o seguinte: se você gosta de aventuras sobrenaturais você vai amar a série das crônicas vampirescas, mas, a princípio, só até Sangue e Ouro, pois a partir desse ponto a história se funde com as crônicas das bruxas Mayfair.

Porém, se além de gostar de aventuras sobrenaturais, você não ligar para invencionices biológicas absurdas e sem pé nem cabeça, leia também as crônicas das bruxas Mayfair e termine as crônicas vampirescas.

Analisando brevemente as crônicas vampirescas temos os seguintes livros (na ordem de leitura)

-Entrevista com o vampiro
Muito melhor que o filme, e esqueça tudo o que você viu no cinema, pois a história é outra. É um bom livro, apesar das chatices do Louis (personagem do Brad Pitt, para quem não leu o livro mas viu o filme), e serve como uma apresentação do universo dos vampiros da Anne Rice. A tradução para o português não é ideal, mas dá para ler tranquilamente.

-O vampiro Lestat
No segundo livro, lançado alguns anos depois do primeiro (que foi um grande best seller e lançou a autora ao estrelato literário), Anne parece achar que ela não foi justa com o Lestat e a visão dele da história deve ser contada. Assim, num livro muito melhor que o primeiro, ela começa realmente as crônicas vampirescas, que são contadas sempre pelo Lestat, que invejoso do sucesso de "entrevista" resolve ele mesmo contar tudo o que sabe, que cá entre nós é muito mais que o pobre Louis. E assim, nasce um personagem cativante e insolente que consegue prender a atenção do leitor por diversos volumes. Nesse primeiro livro ele conta como foi transformado em vampiro e a sua história até o momento de "entrevista", dispensando a leitura do primeiro livro para a sua compreensão e degustação.

-A rainha dos condenados
Quando você acha que a mulher escreve muito, ela prova que pode fazer melhor. Esse livro é ainda melhor que "Lestat", e segundo alguns é o melhor de toda a série. Pessoalmente eu não consigo fazer a decisão de consciência limpa... acho que preciso ler as crônicas de novo para poder decidir... de qualquer forma é um livro primoroso, escrito com diversos pontos de vista de diferentes personagens. É o livro que explica como surgiram os vampiros no universo Anne Rice, compondo assim a sua "mitologia". Porém, diferentemente de "Lestat", não pode ser lido antes do livro anterior.

-O ladrão de corpos
Primeira dica: se você puder passar longe da tradução escabrosa para português, por favor, faça. O "nível" é ruim ao ponto de parecer que o tradutor não leu o livro anterior e por isso troca o sexo de algumas personagens. Segunda dica, de coração, leia esse livro pensando no seguinte, que ele vai acabar e é necessário para continuar a série, porque esse é o mais chatinho de todos, e em alguns pontos você não reconhece o Lestat. Definitivamente Anne não estava inspirada quando o escreveu.

-Memnoch
Se você achava que não havia mais nada para explicar sobre a origem do universo de Anne Rice, ela te surpreende novamente com uma estória sobre Deus e o Demônio. É um dos melhores livros da série, junto com "Lestat" e "Rainha dos Condenados". E é um indício de que ela estava começando a rever seus conceitos espirituais, mas até então isso não afetou a sua obra.

-O vampiro Armand
É um bom livro, o Armand é realmente interessante... mas os livros anteriores são melhores, mesmo assim, vale a pena a leitura, não desista! Ninguém consegue só escrever obras primas, né? Novamente aparecem sinais da evangelização da autora.

-Merrick
O livro é mediano, mas a sua leitura é fácil e ágil e vale a pena pelo livro seguinte. É também nesse ponto que Anne Rice faz uma pequena ligação entre as estórias dos vampiros e das bruxas, mas sem comprometer nada ainda.

-Sangue e ouro
Depois de dois livros não tão bons, Anne Rice toma um fôlego e faz um livro bem interessante. Não é uma obra prima, mas é extremamente prazeroso de ler. Vale a pena o esforço de se chegar até aqui.

Nesse ponto eu sugiro ler o livro"Pandora", que não faz parte das crônicas vampirescas, por não ser "escrito" pelo Lestat, mas a personagem principal está nas crônicas (apesar de ser secundária) e a sua leitura enriquece a visão do universo vampiresco.

-A fazenda Blackwood (onde as sagas se encontram e tudo muda)
É aqui que a coisa começa a desandar mesmo. Anne Rice tenta redimir as suas personagens, misturando deliberadamente bruxas e vampiros, num romance cujo personagem principal é infantil e previsível. Enfim, é o prenúncio de uma queda ainda maior. Se você quer ficar com uma boa impressão das crônicas, nem leia esse livro, mas se você não aguenta a sua própria curiosidade, siga em frente e sofra.

-Cântico de sangue
É o último livro da série. Ele não tem um final muito característico para uma finalização de uma saga, pois deixa ganchos para uma possível continuação, porém é patente que a autora já se cansou da estória e quer mais é escrever sobre Jesus. É um final inglório para uma personagem tão interessante como o Lestat. É um final infeliz para uma série muito boa. Para quem entender a referência, é como a saída da Ivanova de Babylon 5.


Agora, vamos analisar a saga Mayfair. Primeiramente, é preciso avisar que, caso você queira ler as duas crônicas até o final, é melhor ler primeiro as bruxas, senão o final das crônicas vampirescas darão muito spoiler sobre essa saga. Mas vamos lá:

-Hora das Bruxas vol.1
-Hora das bruxas vol.2
Primeiramente, vou logo avisando que é melhor comprá-los juntos, pois o final do primeiro livro é bem no meio da ação e você vai acabar roendo todas as suas unhas e dedos até conseguir botar a mão no segundo volume. A história até aqui é muito boa, um sobrenatural de muita qualidade, misturando passado e presente de uma linhagem de bruxas e uma espécie de espírito familiar. Um prato cheio e suculento para quem gosta do gênero.

-Lasher
Bom... aqui começam as bagunças biológicas da estória. O enredo continua muito bom e dinâmico, te prende mesmo, mas é preciso relevar as invencionices da Anne para poder aproveitar.

-Taltos
Continuação com um pouco menos de fôlego, mais ainda muito ágil e envolvente. Nesse ponto você já se acostumou com a biologia maluca e fica mais fácil apreciar a viagem. O final é bem interessante, e por isso é triste ver o que acontece nos dois últimos livros das crônicas vampirescas. As personagens que você conhece mudam do vinho para a água, uma destruição só.


Faltam apenas os livros "independentes". Desses eu só li 2:
-O servo dos ossos
Uma maravilha de livro, com uma belíssima descrição da babilônia antiga... pura magia! Eu costumo recomendar esse livro para quem quer conhecer Anne Rice e não sabe por onde começar.

-O violino
Outro romance sobrenatural muito bom. Foge totalmente da temática bruxa/vampiro e explora outros tipos de "assombração", numa mistura de real e fantástico bem interessante. Vale cada segundo gasto na leitura, apesar de não ser uma obra prima.

Ufa! Bom... era só isso que eu tinha a dizer sobre Anne Rice, usando pouquíssimas palavras (rsrsrsrsrs) Quem quiser mais detalhes sobre algum livro dela, é só pedir!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Primeiro post!!!!

Sejam bem vindos ao meu novo blog!!!
Primeiramente gostaria de dizer que o Viagens de Laura continuará! E com sorte e paciência, num ritmo melhor que o dos últimos meses...
Mas eu precisava escrever sobre outras coisas também, e como eu adoro comentar sobre o que eu leio, esse me pareceu um assunto perfeito. Além disso, é um assunto sobre o qual sempre tenho o que dizer, pois minha taxa de leitura anual é bem elevada para quem trabalha oito horas por dia num emprego fixo e ainda dá aulas 3 vezes por semana.
Então, a ideia aqui é que eu farei pequenas ou grandes resenhas sobre o que estou lendo ou já li, inclusive comparando obras de um mesmo autor.
Inicialmente escreverei conforme eu for terminando os livros (ou talvez no meio, caso seja uma série) e os posts com spoiler serão devidamente notificados, não se preocupem. Mas de vez em quando farei um post sobre um autor que eu conheça razoavelmente a obra.
Caso alguém queira uma resenha ou simples opinião sobre determinado livro, é só pedir, que, caso eu tenha lido a obra, farei o post com todo o prazer (ou não, né?).
Vejo vocês na próxima página!