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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Bloodchild and other stories



SPOILER FREE

Um dos temas dos meus desafios literários desse mês era ler um autor negro. Resolvi ir mais longe, uma mulher negra que escreve ficção científica! Octavia E. Butler é um ícone, e eu nunca havia lido nada dela, um absurdo que precisava ser remediado o mais rápido possível.

Esse livro, para variar, eu consegui numa promoção para o kindle, e contém 6 contos dessa autora premiada, com direito a um pequeno posfácio para cada um deles, escrito pela própria autora, comentando sobre as razões e inspirações para cada um. Eu nem sei do quê gostei mais, dos contos ou dos posfácios, acho que o que torna essa edição tão interessante é poder ler os dois juntos, que foi uma experiência sensacional.

As histórias dela são pérolas da ficção científica, com um quê de mundo pós-apocalíptico que muitas vezes é de partir o coração. Todos os contos também te deixam refletindo, pois Octavia está sempre brincando com a natureza humana no que ela escreve, de forma que dá pano pra manga para diversas discussões e reflexões.

A escrita de Octavia é fluida e profunda, uma coisa rara de se ver e que dá um prazer imenso de ler. Essa mulher merece todos os prêmios que já recebeu, e mais alguns. E eu que nem curto muito o gênero ficção científica fiquei completamente apaixonada, daqui a pouco pegarei outras obras dela para devorar também, se forem do mesmo nível que os seus contos terei leituras sensacionais no futuro.

Nota 10.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Real Vampires don't sparkle



SPOILER FREE

Esse é um exemplo perfeito de "guilty pleasure", expressão em inglês que denomina algo que você não deveria gostar, mas gosta mesmo assim. E nesse caso, é um guilty pleasure em vários sentidos.

Tudo começou quando passei a receber todos os dias as ofertas diárias da Amazon, com livros muito baratinhos, que, claro, eu não compro sempre, porque vem muita porcaria em promoção. Mas aí, vez ou outra, acabo comprando alguma coisa. "Real Vampires don't sparkle", algo como "Vampiros de verdade não brilham", foi amor à primeira vista. Como eu podia não comprar um livro de comédia (ou assim ele era classificado) com um título tão sensacional quanto esse? E tão baratinho! Impossível resistir. Eu nem li a sinopse! Guilty pleasure: o prazer de comprar um livro apenas por conta do título/capa/qualquer desculpa absolutamente esfarrapada.

Aí, andei numa fase estressada, achei que precisava de algo bem leve e descerebrado para ler, e aí dei de cara com ele no meu kindle. Nem procurei mais, comecei, e não parei mais.

O livro é puro guilty pleasure! A história não é lá grandes coisas, os personagens meio mais ou menos, mas, cara, é tanto sarcasmo, piadinhas bizarras e cenas sexy (gay!!!!!) que não tem como não amar. Eu ria de passar mal, sério. Descobri o plot final ainda no primeiro terço do livro, mas, e daí? Me diverti de montão até o final mesmo assim.

Aí veio o final... essa autora tem um inferno especial pra ela, o inferno dos autores que terminam livros no meio de cenas para você comprar o livro seguinte. Aí, sabe o que aconteceu? Comprei o livro seguinte, ÓBVIO. É próximo da lista de leitura. Só não comecei a ler ainda porque ainda tenho um livro de desafio literário para completar esse mês, e porque, como boa continuação de guilty pleasure, precisei de uns 2 dias discutindo comigo mesma se ia comprar logo a continuação ou esperar entrar em promoção também. Daí conjunção continuação barata (mas acima do que eu compro sem pensar) e necessidade de saber o que acontece na história me venceu.

Agora, para quem precisa de uma sinopse antes de comprar livros: Matheus Taylor é um cara pacato. Não tem amigos, gosta de se manter discreto no trabalho e evita contato com pessoas em geral. Mesmo assim ele acaba vítima de um vampiro de 1700 anos de idade. A partir daí, a vida dele que era tão propositalmente sem graça vira algo absolutamente extraordinário. O problema é que isso não estava nos planos dele, e, não importa o quanto ele tente, nada nunca mais será o mesmo. Perseguido cada vez por um novo motivo, questionando a sua sexualidade e o que pode ser real ou não, Matheus tem a eternidade para entrar em acordo com o vampiro que transformou a sua vida em pós-vida.


Dentro do estilo: nota 9,5. No mundo real... quem se importa?


O Legado de Arn



SPOILER FREE

Então, um dos temas para junho nos meus desafios literários é ler uma continuação. Essa, em específico, foi uma que eu descobri por acaso numa das minhas visitas a livrarias em que acabei comprando algo que eu não estava planejando (tipo, quase todas, mas enfim). Isso porque eu li a trilogia original "As Cruzadas", e apesar de ser independente dessa trilogia, "O Legado de Arn" é uma espécie de continuação, onde descobrimos a história do seu neto, Birger Jarl, que é apenas o cara que fundou a Suécia.

Eu lembro que a trilogia original deixou algumas marcas, pois apesar de fazer muitos anos que eu a li, lembro de algumas sensações. A primeira é que eu me diverti muito lendo, lembro que a história em si era muito cativante e interessante. A segunda, é que Arn é um personagem que me soou muito perfeito, e isso eu só vim a entender lendo essa continuação. A terceira, é que lembro vividamente da sensação da história ser muito melhor do que a escrita do autor.

E a continuação foi uma grande sensação de déjà vu. Realmente me diverti muito lendo, a história do neto de Arn também é cativante. Descobri que o personagem histórico de Arn é considerado uma espécie de Santo na Suécia, o que explicou o excesso de perfeccionismo. Por fim, a história continuou muito melhor do que a escrita do autor.

O grande problema de Jan Guillou é que o seu trabalho é extremamente inconstante. Parece que ele não consegue se decidir: vai usar narrador em primeira pessoa? Vai usar narrador em terceira? É um romance histórico ou livro de história? Colocar detalhes demais ou de menos? Enfim, o livro parece uma montanha russa de estilos literários, com diversas passagens que parecem ter sido escritas às pressas ou de qualquer jeito.

O que salva é que a história que ele tem para contar é extremamente interessante, cheia de intrigas, batalhas, reis subindo e caindo, casamentos políticos, negociações com outras nações e com a Igreja... e tudo isso em uma região em que, confesso, eu não sabia absolutamente nada sobre. Sério, quem conhece a história da Suécia ou da Noruega? Ou da Dinamarca? Aqui no Brasil, nunca estudamos nada sobre esses países, só os seus nomes e capitais (se tanto!). E se você gosta das olimpíadas de inverno você aprende alguns nomes comuns por lá, mas fora isso... nada. Então, um livro que traz a história de como a Suécia se formou, como estruturou a sua monarquia e como se manteve independente de outros países da região, com direito a uma aula sobre a cultura nórdica é algo sensacional e que chama muita atenção. Apesar da escrita mais ou menos.

Nota 7.



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Choreographic Politics



SPOILER FREE

Então, como vocês sabem eu também sou bailarina, então de vez em quando eu leio uns livros bem técnicos relacionados à dança, em especial à dança do ventre, e esse aqui foi um achado que eu fiz há alguns anos na Amazon (sempre na Amazon...). Anthony Shay é bailarino e coreógrafo, e um grande estudioso da dança (ele tem outros livros na minha lista de leituras que também prometem), e de vez em quando ele lança algum livro imperdível com algum estudo absolutamente inédito na área.

"Choreographic Politics" é um desses livros. Nele, Anthony traz uma grande análise de companhias de danças folclóricas de diversos países, entre eles: URSS (isso mesmo, a união soviética), México, Turquia, Grécia, Irã (antes da revolução, claro) e, o grande motivo de eu ter comprado o livro, Egito.

A análise gira em torno da representatividade real dessas companhias com relação ao país que elas se dispõe a representar, não só com relação a totalidade ou não das etnias e estilos cobertos nas suas apresentações, mas também na verossimilhança do que é apresentado em palco com o que se encontra sendo dançado entre a população.

O ponto é que essas companhias acabam sendo uma representação gráfica da imagem que os seus governos querem passar do ideal que eles querem que seja a sua cultura, e acabam sendo um instrumento não só de propaganda externa, já que elas fazem turnês por todo o mundo, mas também podem ser utilizadas para moldar a forma como o seu próprio povo vê o seu país e trabalhar até mesmo um ideal de nacionalismo e o que significa pertencer a uma determinada nacionalidade. Bem complexo, não é mesmo?

Para tentar entender isso tudo, o autor se dispõe a mostrar, caso a caso, como a situação sócio-econômico-política de cada país teve uma relação direta com a forma como cada uma das companhias de dança analisadas realizou o seu trabalho, montou as suas coreografias, criou o seu corpo de baile, conseguiu ou não apoio do estado ou da população, e como elas influenciaram umas às outras em suas turnês internacionais. Um trabalho monumental e monstruoso em sua grandiosidade e tempo depreendido, e que Shay realiza com maestria.

Para quem quer apenas saber as curiosidades: Shay demonstra que boa parte do que chamamos dança russa é pura invenção, e nada tem de folclore de raiz. O México tem problemas sérios de identidade cultural, com uma briga de representatividade entre indígenas e descendentes de espanhóis, cuja herança cultural é muito mais celebrada e considerada de alto nível (semelhanças com o Brasil? hum...). A Turquia praticamente fabricou do nada o que significa ser turco, e nesse processo as danças foram muito utilizadas. A Grécia baniu do seu folclore tudo aquilo que pudesse ser remotamente conectado ao seu passado de dominação turco-otomana, e no processo não só ignora folclores com essa origem que realmente existem, como também aumentou a hostilidade para com sua população de origem muçulmana. Aliás, Grécia e Turquia tem um passado negro com relação a minorias que ambos tentam fingir que nunca existiu, mas vamos pular isso.

E, finalmente, o Egito. É tão bom ver um trabalho bem feito e bem fundamentado sobre o folclore egípcio... e melhor ainda, que fale com todas as letrinhas o que a muita gente no meio da dança do ventre prefere não falar, que a maioria dos folclores apresentados pelo Mahmoud Reda, o grande coreógrafo egípcio que todo o mundo usa como base para estudo, é inventada e nada tem a ver com o que os egípcios realmente dançam. Aliás, o Egito, assim como outros países árabes, tem um relacionamento meio complicado com a dança, uma coisa de amor e ódio que a gente, hoje, tem dificuldade de entender. E como estudar a história é importante para entender não só esse relacionamento, mas também o porquê de algumas coisas na própria dança. O que faz sentido, pois a cultura é um reflexo da história também.

Me fartei com o livro. Bom demais. Para quem curte geopolítica, relação entre política e cultura e dança, é um prato cheio.

Nota 10.

O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação



SPOILER FREE

Esse livro na verdade é do maridão, que ano passado ganhou mais livros de presente do que eu (e eu fiquei babando, confesso), e como um dos temas dos desafios desse ano para maio (ainda estou tirando o atraso das resenhas) era um livro escrito em outro alfabeto, resolvi que o livro dele era uma ótima pedida, pois é de um autor japonês. Não se japonês tenha um alfabeto no sentido literal da palavra, mas não vamos enveredar por esse tipo de discussão, não é mesmo?

Haruki Murakami é um dos autores da atualidade mais famosos da Terra do Sol Nascente, e esse foi o meu primeiro livro dele. Para quem curte literatura oriental é um prato cheio, para quem nunca leu pode ser uma experiência bem estranha. Explico. O japonês, tanto em filmes, quanto em livros, não se interessa muito pela história em si, o lance para eles é falar sobre os sentimentos que a história causa. Tanto que para muitos os filmes japoneses são muito parados, meio monótonos, e tem todo aquele lance da história não necessariamente ter um fim, o que pode ser muito frustrante.

"O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação" é bem desse jeito. O importante não é a história de Tsukuru Tazaki, nem ele saber ou não o que diabos aconteceu tantos anos atrás e o que levou à situação que o traumatizou para a vida inteira. Não. O importante é a transformação interna de Tsukuru. Como ele conseguiu lidar com a situação na época, como ele aos poucos digeriu aquilo e, finalmente, o que o levou a vinte anos depois tentar descobrir o que se passou. E durante a sua busca, como as suas descobertas novamente o modificam, para só então ele poder seguir de verdade com a sua vida.

Que a história que vai se desvendando durante essa busca é completamente louca, com toques e momentos sexuais bizarros, que só os japoneses poderiam tratar do jeito que é tratado, não é realmente importante. Mas que prende, prende. Afinal, tentar entender o psicológico de uma cultura tão diferente da nossa pode ser um grande desafio, e é uma experiência, no mínimo, interessante.

Agora, apesar de eu já saber disso tudo, e já esperar o formato do final do livro, vou confessar que fiquei extremamente curiosa para saber o que acontece depois, e que, claro, o autor não escreveu, porque, bem, não era importante para a mensagem que ele queria passar, nem para a obra de arte dele. Mas eu, como ocidental, fiquei me roendo de curiosidade.

Independente de como eu me senti, o livro é uma obra de arte, bem no estilo japonês, e vale a pena a leitura.

Nota 10.

A história sem fim



SPOILER FREE (precisa mesmo?)

Esse livro já estava há uns 2 anos na minha estante, e com o tema do Desafio Literário de maio (sim, estou atrasada assim) de "livros que eu gostaria de ter lido na infância" ele finalmente entrou na lista de leituras e foi devidamente devorado.

Minha primeira surpresa foi descobrir que o autor não é americano, coisa que obviamente eu supunha por conta do filme dos anos 80 que fez parte da minha infância, mas sim alemão! Minha segunda surpresa foi ver que o filme, o primeiro, é absurdamente fiel ao livro, o que, sinceramente, eu não esperava. A terceira surpresa foi descobrir que a história do primeiro filme dura apenas metade do livro.

E é aí que a coisa ficou interessante!

Como eu mencionei, a primeira parte do livro é igual ao filme, ou quase isso, depois eu precisei rever os filmes e vi que tinha algumas adaptações e diferenças que obviamente eu não lembrava. De qualquer forma, a primeira parte do livro é fofa, mas extremamente previsível, por conta do filme, mas não deixa de ser bonita, e dá um ânimo muito legal de continuar lendo. Aí termina a primeira parte da história e... o livro parece que muda. Sério, é outro livro, outro clima, outra história.

A partir daí, esquece o segundo filme, que é apenas baseado nessa segunda parte, assim, bem de leve (só vale a pena para ver o pai do Flash da atual série de TV pagando mico). Mentira, o filme tem mais uma coisa em comum, é chaaaaaaato.

Confesso que nessa parte eu comecei a enrolar para ler, pois não tinha mais ânimo. A história é lenta, chata, e dá uma raiva enorme do personagem principal. Eu só continuei por teimosia, e porque a esperança é a última que morre, afinal, um livro tão famoso e celebrado quanto esse não poderia ter uma parte tão chata sem se redimir.

E lá para o último quarto do livro eu fui recompensada. E que recompensa! Ler até o final faz tudo mudar de perspectiva. "A história sem fim" é um dos livros infanto-juvenis mais bonitos que eu já li. É perfeito! Uma fábula simplesmente maravilhosa sobre o poder transformador das histórias, dos livros e da imaginação! É sobre como é importante manter esse poder infantil da criatividade, mas adquirir responsabilidade sobre ele. É sobre como ler pode ser visto como viver uma outra realidade, uma outra vida, que te permite crescer e vivenciar diversas experiências que não só levariam anos no mundo real, mas como poderiam trazer consequências que podem ser evitadas quando experienciadas através da leitura.

A coisa é tão bem bolada que fica óbvio que a parte chata do livro, que dá raiva do personagem principal, era realmente necessária, sem aquilo o final não seria possível, pois a lição não teria sido aprendida. O erro é parte necessária do aprendizado. Lindo, muito lindo, e muito humano.

E não faça como eu e reveja os filmes, não vale a pena, mesmo que dê vontade. Especialmente do segundo filme, fique longe. Conselho de amiga.

Recomendado para todas as idades.

Nota 10!

The Secrets of Egypt



SPOILER FREE

Eu ando super atrasada nas minhas resenhas, e esse livro aqui é a principal causa desse atraso. Estou há um mês enrolando para escrever sobre ele porque confesso que não gostaria de escrever e publicar o que eu realmente gostaria de dizer sobre ele.

Joana Saahirah é uma bailarina de dança do ventre portuguesa que morou durante oito anos no Egito, onde fez uma carreira muito interessante, e que abriu portas para ela viajar dando workshops pelo mundo inteiro. Ela possui um blog que é muito legal, e que tem um jeito de auto-ajuda para bailarinas, e eu acompanhei os seus vídeos e posts durante muito tempo, e gosto tanto do trabalho dela que assim que o livro saiu na Amazon eu comprei.

Demorei um bocado para lê-lo, é verdade, mas com a minha lista interminável de leituras, isso é normal.

Mas, gente, como fiquei triste ao ler o livro.

O que eu esperava: a história de Joana como bailarina, como ela saiu de Portugal, como foi se mudar, depois viver no Egito, como foi se adaptar a essa cultura tão diferente, e como isso mudou Joana como pessoa e como bailarina.

O que eu encontrei: uma história confusa, que a princípio era para ser o que eu esperava, mas veio entremeada dos textos de auto-ajuda do blog dela, o que não seria um problema, se não fosse extremamente repetitivo, e, o pior, contada de forma preconceituosa. A jornada de Joana no Egito não foi fácil, entendo isso perfeitamente, viver lá não é para qualquer um, ainda mais sendo mulher e bailarina, e entendo também que ela tenha sofrido muito, mas muito mesmo nesse processo. Mas fiquei chocada com a raiva guardada que ela acabou por colocar no livro, o que fez com que o texto soasse diversas vezes como extremamente preconceituoso, em especial com a religião islâmica.

Não que o Egito seja um lugar lindo e maravilhoso para mulheres, mas, assim, existem formas e formas de se dizer as coisas, não é mesmo? Não acredito que piadinhas, afirmações genéricas e uma visão de superioridade européia sejam uma boa forma de tratar o assunto. Se era para sensibilizar os estrangeiros, deu a entender que os egípcios, bárbaros e incivilizados, não têm jeito, se era para sensibilizar os egípcios, bem, se eu fosse egípcia eu ficaria com muita raiva. Então, sinceramente, não consigo entender o objetivo de tratar as coisas dessa forma.

Ainda bem que existem outros livros de bailarinas que são mais leves nesse sentido, e que também trazem informações super interessantes de como é viver como bailarina na terra das pirâmides. Se você se interessa pelo assunto sugiro "Ma liberté de danser", da egípcia Dina, e "Stories of a travelling bellydancer", da finlandesa Zaina Brown.

Nota 4.

Please don't tell my parents I blew up the moon



SPOILER FREE

Depois de ter me apaixonado pelo primeiro livro da série, eu fiquei doida quando o segundo volume entrou em promoção na Amazon, e menos de um mês depois eu já tinha lido a continuação de "Por favor não conte para os meus pais que eu sou uma supervilã".

E não fiquei desapontada! "Por favor não conte para os meus pais que explodi a lua" é quase tão bom quanto o livro original. A história continua super fofa e os personagens são sensacionais, o único "problema" é que não tem o mesmo frescor do primeiro livro, talvez porque o enredo não é tão bom quanto o do primeiro livro, mas continua valendo a leitura. Além disso, a escrita de Richard Roberts não é lá nenhuma Brastemp, como eu já disse na resenha anterior, mas as ideias são tão boas e divertidas que isso simplesmente não é importante.

Dessa vez a história se passa no espaço, onde a grande líder dos vilões manda a gangue "The Inscrutable Machine" cumprir uma missão, que obviamente sai do controle, e depois de uma quantidade absurda de confusões, encontros com humanos que vivem há décadas no espaço e mais alguns superheróis improváveis, uma certa lua acaba sendo explodida. Não era bem o que a personagem principal, Penny, queria, mas permite um gancho que promete muito para um próximo livro para a série. Espero que seja o último, odiaria ver uma ideia tão legal quanto essa ser estragada porque o autor resolveu esticar a história pra ganhar dinheiro.

Confesso que estou doida para esse livro sair em português, porque vou comprar para todas as meninas da família, é bom demais ver personagens femininas como a Bad Penny sendo trabalhadas para crianças, trazendo modelos diferentes de meninas como personagens principais. Penny não é uma princesinha, e não é nada indefesa, pelo contrário, é uma supervilã de primeira categoria, e se não bastasse é a líder da gangue! A gangue em si, "The Inscrutable Machine" é composta por mais uma menina, Claire, e apenas um menino, Ray, que apesar de ser o personagem super-forte do grupo, deve o seu poder a um soro feito por Penny, então, bem, já é fora do padrão. E tem outras personagens femininas fortes e interessantes, o que é muito legal.

Nada como um livro-pipoca de vez em quando, nota 8.