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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Charlie and the chocolate factory - A fantástica fábrica de chocolates



SPOILER FREE

Então, ainda estou na corrida para atingir a meta de 70 livros lidos em 2014, e por isso estou atacando tudo, absolutamente tudo que pareça rápido de ler. Nessa onda, acabei adiantando um livro que eu havia separado para 2015, "A fantástica fábrica de chocolates".

O livro é extremamente parecido com os filmes (especialmente o original, esse novo inventa uma continuação muito estranha para a história), e confesso que isso me surpreendeu, pois não imaginava que o autor pudesse ser tão sádico (definição usada por uma amiga minha que achei ótima!). Até as músicas dos Oompa-loompas estão lá, só que em versões mais pesadas (estou dizendo, sádico é uma ótima definição).

Existem algumas pequenas diferenças nas histórias de cada criança, mas elas são basicamente iguais aos dos filmes, com exceção da história do Charlie, que é muito mais simples no livro, mas ao mesmo tempo a achei mais dramática. Acredito que isso se deva à descrição da vida pobre da família ficar mais forte em palavras do que nas imagens fofinhas usadas nos filmes (eles não iriam usar atores mirins com cara de famintos de verdade, né?). Apesar do livro ser mais forte com relação à pobreza do personagem e isso enriquecer a história, o fato de não ter uma das adaptações dos dois filmes achei que enfraquece o enredo, que fica mais interessante nos filmes (ou pelo menos no filme original, esse novo é muito ruinzinho).

Sadismos e simplicidades à parte, o livro é realmente fofo, as ilustrações da minha edição (originais *.* ) são muito legais e como livro infantil é muito bom! Recomendo muito! Agora fiquei com vontade de ler outras obras do autor... descobri que Roald Dahl também escreveu para adultos e estou curiosa... e a wish list da Amazon só cresce.

Nota 9.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A bicicleta que tinha bigodes



SPOILER FREE

Então, ainda na corrida para chegar ao livro n°70 do ano, tirei da prateleira mais um livro fininho: "A bicicleta que tinha bigodes". A história desse livro é parecida com a do outro livro desse mesmo autor que eu li esse ano, "Uma escuridão bonita", vou contar a versão curta: fui na primavera dos livros do ano passado, me apaixonei por uma camiseta com uma citação do autor e acabei saindo da feira com a camiseta e mais três livros do Ondjaki para explorar.

"A bicicleta que tinha bigodes" é o segundo desses três livros que eu leio, e cada vez mais gosto mais do autor. Esse livro é um pouco maior que o outro que eu li, e não tem o mesmo trabalho gráfico que caracteriza tão fortemente "Uma escuridão bonita", mas, em compensação, tem uma história mais complexa para contar, e como ainda se passa com os mesmos personagens de "escuridão" é como se fosse uma revisita extremamente gostosa ao primeiro livro.

Ondjaki tem um estilo delicioso e muito particular de escrever, uma espécie de prosa poética extremamente popular,  que retrata de forma muito singela a camada pobre da população de Luanda, sua cidade natal. Nesse livro em específico, como é narrado (novamente) por um menino, a linguagem é simples, mas cheia de gírias locais, o que torna necessária a presença de um glossário ao final do livro. É divertido ler um livro em português de um país como Angola, onde se fala a mesma língua que a nossa mas com particularidades tão marcantes. Eu já estou acostumada com o português de Portugal, mas o de Angola tem um outro gingado muito legal.

Enquanto "uma escuridão" é uma espécie de livro-poema-arte-visual, "a bicicleta" tem todo o seu charme concentrado na história do menino que quer ganhar uma bicicleta num concurso de uma rádio, mas para isso ele precisa escrever uma história e ele está sem ideias. Durante a sua busca por uma história para contar, ele nos apresenta os seus vizinhos e o seu dia a dia numa comunidade pobre, onde falta luz e água com frequência por causa dos conflitos armados e por outras causas não explicadas.

O livro é muito singelo, e a leitura é extremamente rápida. Não é aconselhável para quem não curte literatura infanto-juvenil, mas se você não tiver preconceito garanto que é de qualidade e você não vai se arrepender.

Nota 9,5

Coisas Frágeis 2



SPOILER FREE

Então, nesse final de ano resolvi aumentar minha meta para 2014 de 52 livros (já ultrapassada no mês passado) para 70, e agora estou sofrendo as consequencias de tentar chegar lá, em outras palavras estou um pouco desesperada. No desespero resolvi pegar livros menores para ler, e como já tinha lido Coisas Frágeis no final do mês passado, resolvi pegar o volume 2.

"Coisas Frágeis 2" infelizmente não é tão bom quanto o primeiro volume, mas ainda é Neil Gaiman, o que significa que é diversão com qualidade garantida. Novamente, o livro é composto de diversos contos, mas dessa vez eles são misturados com algumas poesias. E poesia pelo visto não é o forte do autor, confesso que só gostei de uma delas, e mesmo assim ela não é lá grandes coisas. Os contos são melhores, mas os melhores mesmo estão no primeiro volume.

A lista de contos e poesias no livro:


A Dança das Fadas
A Câmara Secreta

Noivas Proibidas dos Escravos sem Rosto na Casa Secreta da Noite do Temível Desejo
O Cascalho da Ladeira da Memória   
Hora de Fechar 
Virando Wodwo   
Pó Amargo
Os Outros
Garotos Bonzinhos Merecem Favores  
Meninas Estranhas
O Dia dos Namorados de Arlequim
Cachinhos
Instruções
Como Você Acha que Me Sinto?
Minha Vida
Quinze Cartas Pintadas de um Tarô de Vampiro
Quem Alimenta e Quem Come
O Crupe do Criador de Doenças 
No Final

Páginas de um Diário Encontrado numa Caixa de Sapatos Abandonada num Ônibus da Greyhound em Algum Lugar entre Tulsa, Oklahoma, e Louisville, Kentucky
O Dia em que os Discos Voadores Chegaram   
Inventando Aladim 

É só um pouco maior do que a lista de 9 contos do primeiro volume... o que significa que tem muitos contos e poesias extremamente curtos. Sem contar no prefácio! Ah... o prefácio é parecido com o do primeiro volume, o texto introdutório é exatamente o mesmo, mas tem a descrição de cada conto e poesia, que achei, mais uma vez, sensacional! Aliás, tenho acompanhado o blog do autor, e estou ficando com vontade de ler mais coisas dele que não sejam ficção (mais especificamente o livro que ele escreveu sobre o escritor Douglas Adams e a sua obra-prima "O Guia do Mochileiro das Galáxias").

Então, "Coisas Frágeis 2" é um livro para quem curte o autor e o seu estilo, mas tem cara de raspa do tacho, então para quem ainda não é fã ou conhece pouco Neil Gaiman eu recomendaria ler um dos seus romances ou então ficar só no volume 1.

Nota 7,5.