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quinta-feira, 26 de abril de 2012

O livro de Saladino


SPOILER FREE

Gente, estou super atrasada nas resenhas... mas férias é assim, deixa a gente com vontade de fazer nada, só relaxar... e ler... o que me deixa mais atrasada ainda :-)

Mas vou variar um pouquinho a rotina de não fazer nada das férias e escrever um pouquinho.

O Livro de Saladino é bom demais! A edição é um pouco melhor do que Sombras da Romãzeira, mas ainda deixa a desejar... já a história... ah, que delícia!!!! Tariq Ali consegue mostrar a vida de Saladino sem contar nem uma batalha e ainda assim ser uma leitura extraordinária! É cada caso, cada detalhe de como se vivia na época que não dá para parar de ler!

O livro é escrito em primeira pessoa por um escriba judeu que foi designado para escrever sobre a vida do sultão, então, além de ter acesso em primeira pessoa ao que Saladino tem para contar, ele ainda tem acesso ao harém (ah... esse lugar mítico, fonte de tantas fantasias...), aos seus filhos e amigos próximos. É uma grande colcha de retalhos de histórias dos mais diversos personagens que ilustra uma época distante e cercada de imagens fantásticas... tem coisa melhor que isso? E ainda por cima é bem escrito! Tão bem escrito que os erros grotescos não atrapalham a leitura.

Estou extasiada com esse quinteto islâmico... e se já gostava do Tariq Ali agora sou fã de carteirinha.

Nota 9,5 (por conta da edição que não faz jus a obra)

domingo, 8 de abril de 2012

Sombras da Romãzeira


SPOILER FREE

Esse é o primeiro livro do Quinteto Islâmico do escritor Paquistanês Tariq Ali. É também o primeiro livro de abril do Desafio Literário, cujo tema do mês é Escritor Oriental! A ideia é conseguir ler todo o quinteto esse mês... será que vou conseguir?

Bom, Tariq Ali é um escritor nas horas vagas, sua principal ocupação é dar palestras sobre política no/para o Oriente Médio, além de ser editor da revista de esquerda New Left Review (muito boa, por sinal, vale a pena uma visita no site deles). Isso explica em grande parte as escolhas do autor para as suas histórias, além, é claro, do partido claro que ele toma dos muçulmanos.

Veja bem, eu concordo que o que os espanhóis fizeram na Espanha Moura (e também na América Latina, não vamos esquecer de nós mesmos, né?), foi simplesmente barbárico, e criminoso. Não estou querendo discutir esse ponto. Mas justamente por tomar partido "demais" dos mouros, a defesa do autor fica enfraquecida. Isso é um ponto.

Outro problema do livro é a edição brasileira. Porca, simplesmente porca. Não sei o que aconteceu na editora, devem ter demitido o copydeskista (nem sei se é assim que escreve) e ter deixado toda a revisão na mão do estagiário e com um prazo que, coitado, nem se ele quisesse conseguiria fazer um bom trabalho. É a única explicação que eu consigo encontrar para esse desastre. Temos conjugações loucas, masculinos trocados com femininos adoidado, erros de tradução óbvios (porque não faz sentido!!!), erros dramáticos de ortografia e de concordância. Uma festa!

Bom... se você conseguir relevar essas coisas, a leitura é muito boa! O autor passa pela consciência de diversos personagens (inclusive femininos! Aliás, adorei os personagens femininos do livro! Fiquei muito feliz de ver algo mais positivo relacionado às mulheres vindo de um autor oriental-muçulmano) de uma forma brilhante! A história em si te prende, pois é emocionante! Quando você vê, já foi fisgado pelo enredo e está torcendo pelos personagens principais! E quando chega no final... bom. Eu tive dificuldade de dormir depois.

É uma pena que o quinteto não é uma sequência (é sério isso), porque você fica querendo saber o que acontece depois! Mas não tem continuação!!!! O livro seguinte é sobre algo completamente diferente... outros personagens, outra época (tipo, uns 300 anos de diferença, sabe?), outro país... é levemente enlouquecedor, mas vale a pena mesmo assim.

Nota 9 (por conta da edição porca)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

The Hunger Games


SPOILER FREE

Eis um livro que eu peguei para ler correndo só para poder assistir ao filme! E dessa vez li no computador, porque não dava tempo de esperar o livro chegar rsrsrsrs

O livro em si é perturbador, porque traz um mundo pós-apocalítico extremamente possível, com direito a territórios reduzidos por conta do aumento dos mares e a reality shows de partir o coração. As personagens são todas interessantes, apesar da história se limitar a ser contada do ponto de vista da protagonista, mostrando como o ser humano é capaz de se adaptar para sobreviver. E como se adapta... sendo capaz de aceitar o inaceitável. Mas aí é que entra a grande graça do livro: até onde somos capazes de aceitar o inaceitável? Mais do que sobre um jogo violento e um mundo pós-apocalítico, Hunger Games, ou Jogos Vorazes em português, é sobre os limites do ser humano.

Escrito de uma forma leve para uma ficção científica e com uma quantidade de violência controlada (não chega perto da descrição de cenas violentas e sanguinárias de diversos serial killers, mas ainda assim tem muito sangue), é o tipo de livro que você não consegue largar antes de terminar, e como ele ainda por cima é curto, você termina bem rapidinho. E quer começar logo o segundo!!! Totalmente viciante... até sonhei com ele!

Agora uma dica: quem quiser ver o filme e deixar para ler o livro depois: não recomendo! Perde boa parte da graça do livro. E quem já leu o primeiro livro e quer ver o filme, outra dica: comecem pelo menos a ler o segundo livro antes de ver o filme, porque tem spoiler! O que eu achei bom, veja bem, a autora ajudou a escrever o roteiro do filme (que ficou muito bem adaptado por sinal) e resolveu dar uma pincelada do que acontece no segundo livro para ajudar a platéia a entender a ambientação. Ficou muito bom.

Nota 9,5