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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015

2015 foi um ano difícil. Foi muito complicado chegar na meta dos 50 livros, que bati no apagar das luzes do ano, e foi um ano em que atrasei a leitura de muitos temas ao longo do ano. Nesse sentido espero mesmo que 2016 seja mais produtivo e pontual.

Foi também um ano de grandes contrastes. Tiveram livros absolutamente sensacionais e livros que me deram muito trabalho para ler até o final. Uma certa falta de paciência da minha parte certamente não ajudou os livros mais complicados.

Mas, lembrando de tudo desde o início, 2015 começou bem, com Valter Hugo Mãe, no seu sensacional (mas pesado, ô ano pesado) "apocalipse dos trabalhadores". Já virei fã de carteirinha do autor português, tão fã que estou me dispondo a conhecer ainda mais autores lusitanos em 2016. Em seguida, consegui terminar um livro que na verdade eu havia começado no ano anterior, "The old magic of Christmas" foi um livro que achei absolutamente maravilhoso, e que eu realmente gostaria de ter terminado de ler durante a época "correta", mas que vale a leitura em qualquer momento do ano. Ainda na onda de início do ano, entrei numa vibe "vou arrumar a minha casa" e li "Miss Minimalist", que foi interessante, mas minimalismo não combina muito comigo, pretendo ler mais sobre arrumação com outros autores no futuro. Ah, a arrumação foi terminada, mas os descartes estão até hoje num canto da casa, uma vergonha.

Depois de tanta leitura informativa ou pesada, entrei na onda da fantasia e li em seguida "The tenth life of Mr Whiskers", que foi fofo demais e eu bem que queria que tivesse mais para ler, "The museum of literary souls", do genial John Connely, outro autor que entrou para a lista de favoritos e agora fico aguardando novos lançamentos. Então fiz uma pequena pausa para ler o clássico "Romeu e Julieta", que, assim, achei ruim, dentro de tudo que já li de Shakespeare, não consigo entender o sucesso dessa obra em específico e nem toda a mitologia em torno do romance, que é muito mais tragédia do que qualquer coisa. Depois disso, só voltando para o gênero da fantasia para tirar o grude do açúcar, então li "Anna dressed in blood", que me surpreendeu tanto que levou uma nota 10 e a sua continuação está na minha wish list da Amazon, aguardando uma queda significativa no seu preço para que eu compre.

Depois de tanto tempo lendo coisas em inglês, fiz um detox com "A confissão da leoa", do moçambicano Mia Couto, porém a leitura foi mais pesada do que eu esperava, e eu simplesmente precisei fazer um detox do detox com Neil Gaiman, com a graphic novel "The sleeper and the spindle". Neil Gaiman é Neil Gaiman, ele faz parte daquela lista de autores de quem eu leria até a lista de compras do supermercado. Mas o livro era muito curto e rápido, então, ainda em fevereiro eu consegui ler "The book of life", último livro da série "discovery of witches". Essa série é daquelas que me deixa triste, tinha tanto potencial para ser fantástica mas é simplesmente medíocre. Uma pena.

A partir de então a velocidade de leituras desandou para o resto do ano, em março eu resenhei apenas um livro, "O jogo de Ripper", da maravilhosa Isabel Allende, muitíssimo recomendado. Mas depois consegui colocar em dia, com outro fechamento de série, "The ruby circle", da série "Bloodlines", outra série cujo potencial não foi realizado, mas que é ainda mais triste, visto que a autora já fez melhor antes. Depois me deprimi profundamente ao ler a autobiografia da divina Isadora Duncan, "Minha Vida", e segui as leituras para o oriente, com a iraniana Marjane Satrapi em "Frango com ameixas", que é muito bom, como as demais obras dela, e o egípcio ganhador do nobel de literatura, Naguib Mahfouz em "O jogo do destino", que é bom, mas dentro do trabalho do autor deixa muito a desejar.

Depois desse passeio, voltei aos livros "young adult", com o sensacional "The Duff" (não vejam o filme!), super super super recomendado. Daí terminei abril com o fundo do poço "Outlander", detestei demais o livro, acho que nada se salva na história, talvez a pesquisa histórica, mas sério, se eu quisesse ler um livro só sobre isso não teria escolhido um romance, muito menos esse romance.

Junho começou bem melhor, com a original continuação da história de Penny em "Please don't tell my parents I blew up the moon", apesar dos problemas técnicos o enredo é tão legal que em 2016 eu pretendo ler outros livros do autor. Em compensação, segui para um livro que me decepcionou, "The secrets of Egypt", da bailarina portuguesa Joana, pois achei que o texto foi um grande tiro pela culatra. Pelo menos, o que veio depois foi o clássico "História sem fim", que apesar de ficar meio lento no meio, é tão lindo e poético e perfeito que simplesmente me arrebatou.

O mês continuou muito bem, no extremo oriente, com o japonês "O incolor Tsukuru Takazi e seus anos de peregrinação", um exemplo perfeito do que é literatura oriental. Para melhorar ainda mais, li "Choreographic Politics", uma obra imperdível para quem gosta de danças folclóricas ou étnicas. Depois, deu uma amornada com "O legado de Arn", cujo conteúdo histórico era muito, mais muito mais interessante do que o livro em si. Pelo menos eu recuperei o ânimo com o nada tradicional "Real vampires don't sparkle", que apesar de bobo é tão divertido que quase ganhou a nota máxima. Fechando o mês veio "Bloodchild", uma coleção maravilhosa de contos da premiadíssima Octavia E. Butler.

Logo em seguida, por pura falta de controle, li a continuação "Real vampires do it in the dark", porque livros "pipoca-trash" às vezes são necessários para a sanidade mental de uma pessoa. Depois a coisa deu uma boa esfriada com "Pó de lua", que simplesmente me pareceu muito melhor na livraria do que na hora de ler de verdade. Pelo menos "Barbe bleue", da minha autora favorita Amélie Nothomb, veio em socorro do mês de julho para ter pelo menos uma leitura de alta qualidade.

Em agosto tudo virou de cabeça para baixo e eu não li nada. A partir daí, tudo ficou atrasado.

Setembro foi uma correria para tentar colocar alguma coisa em dia e ainda comemorar o meu aniversário. Foi quando li "A leitora do Corão", que é bom, mas eu esperava mais. Depois li "Horns", porque amei o filme e precisei ler o livro, que é ainda melhor que o filme. O problema é que depois afundei na série "Instrumentos Mortais", que apesar de ter sido avisada por amigas que não conseguiram ler tudo, eu insisti em ler até o final. Perda de tempo e de paciência... Aí, resolvi arriscar em um autor português contemporâneo, o que foi uma escolha acertada, se fosse meio depressiva, pois "Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas" é sensacional, mas triste demais.

Outubro foi outro mês morto e cheio de atrasos. Esse ano foi difícil...

Então novembro precisou começar leve, com "LOL", da mesma autora de "Duff", só que o livro não era tão bom quanto o primeiro. Então apelei novamente para Octavia Butler, com "Kindred", que devia ser leitura obrigatória para todos, apesar de ser muito pesado. Ainda bem que o planejamento de leituras foi seguido pelo maravilhosamente leve e divertido "The Duke and I", que foi tão bem avaliado que levou a mais duas leituras até o final do ano.

Só que antes eu li a "Trilogia Milenium", que me deixou absolutamente viciada e vidrada na Salander, personagem feminina das mais interessantes que já li na vida, e isso não é dito levianamente. Finalizando o mês, pequei a rainha do mistério, Agatha Christie, com "Um corpo na biblioteca", que é um livro dentro dos padrões da inglesa, o que significa que é bom.

E finalmente chegamos a dezembro, o mês da correria para cumprir prazos e metas do ano. E 2015 foi um ano chato e complicado até o final.

Começou com "At the mountains of madness", que é um clássico do H.P. Lovecraft, que foi interessante, apesar de lento. Aliás, dezembro foi o mês dos livros lentos, porque a louca aqui continuou com "Notre Dame de Paris", um modelo de como fazer livros lentos. Fiquei tão desesperada que apelei para as continuações de "The Duke and I", "The Viscount who loved me" e "An offer from a gentleman", que não foram tão bons quanto o primeiro volume.

Fechando o ano, ainda consegui ler "The King of Taksim Square", que muito me agradou, afinal sou apaixonada por literatura oriental, e "Tea with the black dragon", uma fantasia com uma estrutura interessante, mas a escrita da autora deixou a desejar.

Na média, o ano foi bastante inconstante, com muitos altos e baixos, segundo o Goodreads, eu li mais de 16 mil páginas esse ano. Razoável, não? Com uma média de 343 páginas por livro nos 50 livros devidamente lidos. Cravei a minha meta! Mas foi suado...

Para 2016 eu espero algo mais tranquilo. Manterei a meta de 50 livros, mas vamos ver se vai ser melhor.


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Desafio Literário 2016

Para o ano de 2016 pretendo seguir apenas um Desafio Literário, o proposto pela Coruja do blog Coruja em Teto de Zinco Quente. Como 2015 foi um ano complicado, e eu sou uma pessoa minimamente realista, também manterei a minha meta de livros: 50. Se 2016 for melhor do que 2015, talvez eu seja mais animada em 2017. Mas vamos ao Desafio Corujesco e o que eu estou programando para 2016!

Janeiro:
Um Livro Escrito em Cartas
Bônus: Existe alguém – personagem fictício ou real – que você adoraria bisbilhotar a correspondência? Por quê?
Para esse tema eu separei os seguintes títulos como opções:
The Perks of Being a Wallflower
Dracula
Love, Rosie
we need to talk about kevin

O que eu conseguir ler dessa lista ficarei satisfeita, até porque não tenho todos os títulos ainda!


Fevereiro:
Um Livro Vencedor de Algum Prêmio
Bônus: que motivos você acredita terem levado os jurados a escolherem o livro que você leu?
Prêmio nobel: Alice Munro
Prêmio hugo: Redshirts
Prêmio nebula: Dune

Março:
Um Livro de uma Lista
Bônus: Que tal fazer sua própria lista dos seus livros favoritos que você acha que todo mundo tem necessariamente de ler? Ou de livros que VOCÊ acha que você não pode morrer sem ler?
Lolita
100 anos de solidão
Jane Eyre


Abril:
Um Livro com Título Bem Longo
Bônus: Todos os pontos para quem conseguir encontrar um título com mais de dez palavras (mas, veja bem, tem de ser o título, não conta o subtítulo!)
How to tell if your cat is plotting to kill you
zen and the art of motorcicle maintenance

Maio:
Um Livro Escrito por uma Mulher
Bônus: você acredita que existe algum tipo de diferença na forma como homens e mulheres escrevem? Por quê?
Não separei nada porque tenho tantos livros de autoras mulheres que é muito fácil escolher. São tantas opções... e é bom ter uma certa flexibilidade.

Junho:
Um Livro com um Personagem Animal
Bônus: qual a diferença entre escolher um protagonista humano e um animal? Personificar animais leva sempre a alegorias?
Segundo livro da série Nárnia

Julho:
Um Livro de Não-Ficção
Bônus: escolher um livro sobre alguma área que você não conhece. Nada como aprender algo completamente novo!
livro sobre fermentação (sim, eu tenho um)

Agosto:
Um Livro com Número no Título
Bônus: se o título do seu livro for apenas números, sem palavras.
Julio Verne (várias opções de livros com números no título)

Setembro:
Um Livro Publicado no Ano do seu Nascimento
Bônus: qual era o contexto da época em que o livro foi escrito (e você nasceu)? Existe alguma reflexo desse contexto na obra?
The color purple
Tia Julia e o escrevinhador

Outubro:
Um Livro com Título de uma Palavra Só
Bônus: se o seu título não é o nome de um personagem, mas uma palavra que não te entregue de imediato do que se trata a história.
Neverwhere

Novembro:
Um Livro para Terminar em Um Dia
Bônus: quanto tempo você levou para ler? Qual a sua velocidade média de leitura?
Um livro do autor Ondjaki.

Dezembro:
Um Livro Publicado esse Ano
Bônus: você tem algum livro pelo qual esteja esperando ansiosa para o próximo ano?
Ainda não escolhi... mas tenho 2016 todo para isso, quem sabe lança a continuação de "Please don't tell my parents"?

Tea with the black dragon



SPOILER FREE

Fechando 2015, com o tema dragões, eu li o livro mais óbvio com o tema que eu pude encontrar no meu kindle super lotado. "Tea with the black dragon", da americana R. A. MacAvoy, foge um bocado do que eu esperava num livro com dragões. Primeiro porque quando imagino dragões eu imagino algo bem na linha Senhor dos Anéis, numa espécie de fantasia medieval, segundo porque eu imagino dragões com uma aparência muito muito muito óbvia de dragões.

Nada disso nesse livro.

Primeiro, a história se passa nos EUA durante o que chuto que seja os anos 80. Então nada de batalhas épicas, castelos ou qualquer coisa do gênero. Segundo, o dragão em questão, além de ser chinês, já não tem mais a forma clássica de dragão. Mas ao mesmo tempo... bom, só lendo para entender.

A história conta a saga de Martha Macnamara, que está em busca de sua filha Elizabeth, com quem ela tem mantido um contato bastante superficial por telefone nos últimos anos. Ela sabe que Liz se meteu numa grande encrenca, mas não sabe a natureza do problema. Para ajudá-la surge a figura do Sr Long, um homem de aparência chinesa extremamente misterioso.

A história em si é bastante cativante e intrigante, com uma temática zen incomum na literatura norte-americana. Agora, o estilo da escritora me deixou insatisfeita. Talvez seja o formato do livro no kindle, que não tenha captado algumas opções do formato original do texto, mas fiquei com a sensação que a autora simplesmente mudava de tema, cena ou diálogo, de forma displicente. Algo que vejo demais em literatura contemporânea e que eu não consigo entender.

Apesar do incômodo, o livro tem uma leitura bem dinâmica e agradável, além de ser mais curto do que eu imaginava. A parte zen é meio clichê, mas não chega a comprometer. Já a parte dos mistérios e da perseguição são extremamente divertidas e interessantes.

No geral, é um livro mediano e equilibrado. E, claro, tem uma continuação, que eu pretendo ler um dia, mas não é nenhuma pressa ou prioridade.

Nota 8.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

The king of Taksim Square



SPOILER FREE

Esse livro foi escolhido para o tema de novembro, um livro sobre ou que se passe num lugar para onde você viajou. Confesso que fiquei muito na dúvida do lugar (são tantos com literaturas maravilhosas!), e fiquei na dúvida se classificava "Notre Dame de Paris" nesse tema também. Mas achei que seria roubar e que seria uma boa oportunidade para ler mais alguma coisa da literatura turca, que nem sempre é traduzida para o português.

"O Rei da Praça Taksim" (em tradução livre minha) foi um achado que fiz no Kindle, para variar, e que me surpreendeu. O autor é um jovem turco e essa foi a primeira obra dele lançada em inglês, e, gente, eu acho que passei mico sorrindo para o texto boa parte do tempo em que eu o li.

Explico, as línguas árabe e turca têm algumas características distintas, e os árabes e turcos se apegam a um tipo de imagem linguística que é extremamente característica. Nem sempre faz muito sentido em outras línguas, e muitas vezes simplesmente soa brega, MUITO BREGA. Você se depara demais com essas coisas nas traduções de letras de músicas dessa região, especialmente as músicas românticas, e mais especialmente ainda nas traduções mal feitas.

Agora, imagina ler um livro inteiro assim. Sério. Com direito a "noites e dias que se misturam em sofrimento" e outras coisas extremamente açucaradas. Agora, acrescente que o livro é narrado em primeira pessoa por um adolescente de 17 anos que vive no interior da Turquia, que ama um pouco demais a irmã dele, que é uma menina de 9 anos que está tentando fazer sucesso dançando em vídeos no youtube, e que o sucesso não vem porque a Turquia está sendo balançada por uma onda de protestos contra o governo e a tal Praça Taksim está ocupada (para quem não lembra: em meados de 2013 os turcos ocuparam durante semanas uma das principais praças de Istambul, primeiramente por conta do fechamento de um parque e da derrubada de árvores, posteriormente para tentar derrubar o governo, que, infelizmente, continua aí até hoje).

Eu simplesmente deitei e rolei com o livro, que é bom, veja bem, bem escrito e muito divertido, apesar do estilo meio antiquado (mas comum na literatura oriental), mas que simplesmente exalava Turquia e mundo árabe para mim. Talvez outros leitores não curtam justamente por causa dessas coisas, mas para mim foi um prato cheio. Deu uma vontade enorme de voltar para Istambul ao ler os nomes dos bairros da cidade, das estações de metrô, e aquele linguajar absolutamente específico. Coisa de quem é meio apaixonado, sabe?

Eu só não dou nota 10 porque sei que não é nenhuma obra prima, o livro tem lá os seus problemas e é meio lento em algumas passagens, além de ter um certo excesso de drama (característica dos árabes e dos turcos, além dos adolescentes). Mas que em alguns momentos eu fiquei com vontade, fiquei.

Nota 9.

An offer from a gentleman



SPOILER FREE

Então... esse é o terceiro volume da série "Bridgertons", porque eu ainda não estava me sentindo bem o suficiente para entrar numa leitura mais séria.

Depois do fiasco do segundo livro, fui para o terceiro esperando o pior, e qual foi a minha surpresa que a série dá uma melhorada nesse volume! (eu não disse que é tudo uma questão de expectativa?) A história em si é bem batida e óbvia. Sério, só de olhar a capa você já saca em qual conto de fadas esse livro será baseado.

A diferença é que a gata borralheira da história perde outra peça de roupa, não exatamente um sapato. E graças aos deuses a autora volta a tratar de forma mais razoável o machismo inerente da época vitoriana, sem grandes exageros ou relacionamentos abusivos gratuitos. Não que nada disso deixe de existir, mas pelo menos faz sentido para a época e para as pessoas envolvidas, não é de graça. As cenas picantes são mais interessantes também, o que também ajuda muito, e vamos ser sinceras, é uma das justificativas para ler um livro desses.

Esse volume peca apenas na história óbvia e na falta de humor que te faça pagar mico em público, no mais, faz jus ao primeiro volume da série, que achei realmente marcante para o gênero. Voltei a ficar curiosa com relação aos casamentos da família Bridgerton, quem será o noivo ou a noiva do quarto livro? Agora só em 2016, se os livros entrarem em promoção!

Para quem quiser se aventurar, é importante notar que os livros da série estão sendo republicados com um segundo epílogo. Os epílogos extras também se encontram num livro separado, como se fossem histórias curtas. Sugiro fortemente as versões com os epílogos extras, eles são muito divertidos.

Nota 8.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

The Viscount who loved me



SPOILER FREE

Depois de dois livros lentos e depressivos, cheguei a conclusão que eu precisava urgentemente de algo leve, engraçado e divertido para ler. Daí resolvi investir na continuação de "The Duke and I".
Depois de ter uma experiência absolutamente saborosa com o primeiro livro da série "Bridgertons", eu também estava sedenta por mais.

Um dos grandes problemas com relação a arte e entretenimento é expectativa. Expectativas podem simplesmente arruinar uma experiência que de outra forma poderia ser sensacional.

Depois de "The Duke and I", eu tinha expectativas com relação aos demais livros da série. Eu esperava um livro em que o machismo era o mínimo para retratar a época. Eu esperava um livro com cenas muito legais de romance. Eu esperava um livro em que o mocinho fosse um cara problemático, mas essencialmente legal.

O que encontrei? Um "mocinho" que não merece esse título, por mais apaixonada que a mocinha esteja. Situações de abuso de poder absolutamente gratuitas. Relacionamento abusivo. E cenas de romance que não chegam ao pés do primeiro livro.

Mas não é tudo ruim. Os personagens do primeiro livro aparecem e são uns fofos (bateu saudade). Ainda tem situações absolutamente divertidas e de pagar mico ao gargalhar em voz alta no metrô ou alto o suficiente para assustar os vizinhos.

Talvez se o primeiro livro não fosse tão bom, e eu não tivesse expectativas com relação a este volume da série a nota fosse bem melhor.

Nota 5.

Notre Dame de Paris - O Corcunda de Notre Dame



SPOILER FREE

Seguindo a onda dos clássicos, para o mês de novembro (atraso pouco é bobagem! pelo menos ainda estamos em 2015), cujo tema era um livro com protagonista deficiente, eu confesso que não pesquisei e simplesmente achei que era um bom momento para ler "Notre Dame de Paris", ou "O corcunda de Notre Dame".

Não foi uma escolha muito sábia. Depois da leitura lenta de H. P Lovecraft, Victor Hugo foi uma péssima escolha, visto que é outro autor lento.

Ler a história de Quasimodo e Esmeralda foi quase uma tortura. É um clássico, eu sei, com todo o direito de ser, Victor Hugo é um gênio em alguns aspectos, mas, porém, contudo, entretanto, todavia, seus livros são lentos. Talvez lento não seja suficiente para descrever o real andamento da história, visto que lento é algo que vai devagar, mas não para. O texto de Victor Hugo para, isto é, faz pausas imensas para falar de outras coisas que foram apenas mencionadas e não realmente fazem a menor diferença na história, só porque sim, ou talvez para que o autor possa mostrar todo o seu poço de conhecimento acerca de outras coisas absolutamente irrelevantes para a história que ele se propôs a narrar.

Em comparação com a sua obra prima, "Os Miseráveis", "Notre Dame" tem um outro problema. Enquanto os personagens do primeiro são incríveis em termos de profundidade e ambiguidade e, digamos, não serem preto e branco, os personagens de "O Corcunda" são absolutamente sem graça e sem cor. Na verdade mesmo, são todos maus, com a única exceção de Esmeralda, que é tão pura e inocente (e burra, vamos combinar?) que dá um nervoso terrível vê-la no meio de todo aquele drama novelesco. Tá, Gringoire também é bonzinho, mas ele não faz grandes esforços para ajudar ninguém, eu o classificaria mais como neutro.

Para coroar todo o excesso de drama e lentidão da obra, Victor Hugo parece ser o tipo de autor que gosta de torturar com requintes de crueldade os seus personagens. Chegou um ponto que eu juro que fiquei me perguntando para quê ele estava fazendo aquilo. Talvez fosse uma forma de mostrar com excesso de eloquência e exemplos que a Idade Média foi a Idade das Trevas por muitos motivos. Talvez fosse moda na época em que ele publicava, uma espécie de competição entre os autores: quem é capaz de bolar a história mais sofrida e que faça chorar mais. Talvez ele fosse somente um sádico. O que importa é que o resultado é absolutamente depressivo.

Então, "Notre Dame de Paris" é um grande clássico, vale a pena ler, mas aconselho cautela, lê-lo em determinados momentos da sua vida pode ser um tiro no pé na sua capacidade de aproveitar a leitura.

Nota 8,5.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

At the mountains of madness


SPOILER FREE

O tema do mês de outubro foi um autor que eu já tivesse ouvido falar mas que nunca tivesse lido. Por insistência de um amigo meu, no final do ano passado eu acabei por adquirir baratinho na Amazon uma coletânea de toda a obra do H.P. Lovecraft, e com esse tema, achei que finalmente era a hora de atacar um clássico do terror.

Então, existe um motivo para a obra  de H.P. Lovecraft ser considerada um clássico, ele foi um dos primeiros a levar elementos da ficção científica para o terror. E a narrativa é montada de forma que traz uma montanha de suspense (olha a piadinha infame), porém, o ritmo da leitura é bem datado. Em outras palavras, o livro é lento. Existe na obra um preciosismo comum dessa época, início do século XX, de caprichar e detalhar um pouco demais as descrições das coisas e dos lugares, o que eu achei chato. A descrição dos monstros parece retirada de um livro de anatomia, o que pode ser o máximo para alguns, mas para mim só deu vontade de pular os parágrafos.

Mas fora isso, até quase o final, o livro é muito interessante e o suspense realmente funciona. Só que, quando chega na última parte do livro, o narrador em primeira pessoa resolve dar uma aula de história que, da forma como a narrativa é contada, é simplesmente implausível que o narrador fosse capaz de saber aquilo tudo. E a partir daí eu simplesmente não consegui mais entrar no clima do livro, a minha "suspensão voluntária da descrença" foi passear e não voltou mais.

O que mais me deixou chateada é que essa última parte, que causou todo o meu problema com o livro, era absolutamente desnecessária! O livro poderia ser mais enxuto e ainda mais interessante e envolvente sem essa enrolação no final. Definitivamente uma pena.

Para a minha primeira obra de H.P. Lovecraft, confesso que fiquei um pouco decepcionada. Mas no futuro pretendo dar uma segunda chance, afinal tenho todas as obras dele em mãos para escolher.

Nota 7.