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domingo, 31 de março de 2019

99 Percent Mine



SPOILER FREE

Os últimos meses tem sido difíceis para mim, e para o Brasil também. Então, como eu faço nessas horas, uso meu vício em leitura para praticar um pouco, ou muito, escapismo.

Como bom escapismo literário, precisa ser leve e divertido, para tristeza e desgraça basta olhar em volta. Então, quando saiu o novo livro da australiana Sally Thorne, autora do livro The Hating Game, que li ano passado e amei de paixão, ele entrou automaticamente na minha lista de desejos da Amazon, e por providência divina ele logo depois entrou em promoção.

Seguindo parte da receita do seu primeiro livro sensação, Sally Thorne traz a história de Darcy, uma jovem apaixonada por seu amigo de infância Tom Valeska (passei o livro pensando na Valesca Popozuda hahahahaha). Eles em algum momento tiveram um desentendimento meio complicado, e desde então uma história de amor virou uma história muito estranha de gato e rato.

99 percent mine tem o mesmo estilo de humor de The Hating Game, só que dessa vez as personagens não são fofos, nada fofos. Esse foi o meu problema com livro. Ele é divertido, sim, é bastante engraçado, os diálogos são maravilhosos (esse é o ponto alto da autora). Mas, o livro ficou um tanto quanto desequilibrado por causa disso. Em alguns momentos as personagens são tão malas que você não quer torcer por elas.

Isso quebra totalmente o propósito de um livro tipo água-com-açúcar.

A maioria das personagens só se redime no final da história, mas até lá o estrago, do tipo quero mais que eles morram, já foi feito. Além disso, tem lá umas questões complicadas de auto-imagem corporal da protagonista.

Entendo que é apenas o segundo livro da autora, que teve um sucesso bastante inesperado com o seu debute, além de que ela sofreu uma pressão enorme para esse segundo livro. Mas esse simplesmente não é tão bom.

Entretanto, ainda tenho esperanças para Sally Thorne e pretendo ler novos trabalhos dela.

Nota 8.

Nuvens de Algodão



SPOILER FREE

Esse foi um livro que encontrei por acaso numa livraria de um cinema enquanto esperava o filme começar. Pra variar saí da livraria com uma sacola nova.

Abbas Kiarostami é um cineasta iraniano, falecido em 2016, e eu confesso que nunca havia ouvido falar dele. Mas aparentemente ele é um bambambam do cinema iraniano. Independentemente disso, cruzei com esse livro de haikus bilíngue, português/farsi, e como acho que devemos aproveitar a parte boa de vivermos num mundo globalizado, levei comigo.

Infelizmente como minha língua de escolha para estudos é o árabe e não o farsi, não tenho a menor ideia se a tradução está boa ou não. Mas posso afirmar que as poesias de Abbas Kiarostami valem a pena a leitura. Muito focado na parte mais simples da vida, e com muitas poesias dedicadas a natureza e ao campo, Nuvens de Algodão é uma leitura deliciosa. E digo isso apenas como leitora, pois também não entendo de haikus.

A única tristeza é que como os poemas são muito curtinhos, afinal são haikus, e o livro é bilíngue, o que significa que você só vai ler metade das páginas, ele termina muito rápido. Quero mais de Abbas Kiarostami!

Nota 10.






Scoring the Player's Baby

SPOILER FREE

Depois de me apaixonar pelo estilo de literatura erótica da Naima Simone com os dois primeiros volumes (leituras independentes) da série WAGs, finalmente a escritora errou feio.

Finalmente porque nessa indústria eu sei que rola uns contratos com datas previstas para entrega de novos livros que podem simplesmente massacrar um escritor. E é exatamente isso que me parece que aconteceu com o terceiro livro da série. Tanto que a autora fala sobre prazos bizarros nos agradecimentos. (sim, eu leio agradecimentos)

A questão é que fica claro que o livro foi escrito às pressas. Os personagens continuam interessantes e os homens que são os objetos românticos da história não são fdps, e os que são são devidamente nomeados, sem romantização de machismo. As cenas mais eróticas continuam lindas de ler. O problema está em todo o resto.

A linha geral da história gira em torno de Kim, que acabou de sair de um divórcio traumático com um jogador de futebol americano e sem saber, acaba por topar uma one night stand com outro, Ronin (ele aparece nos livros anteriores da série). Daí o que era para ser uma única noite de prazer vira um drama danado porque ela engravida (está na descrição no livro, pior no título, então não é spoiler). Nada contra essa narrativa, ela está até bem desenvolvida e bonitinha.

O problema é que o texto da Naima está absurdamente repetitivo, não lembro dos outros livros dela serem assim. A cada novo capítulo você tem a mesma explicação, a mesma ladainha que mantém o plot sem andar ao longo da história e dando espaço para mais cenas de sexo. Nada contra as cenas de sexo, é pra isso que isso tipo de livro existe. Mas fazer uso de repetição de quase que parágrafos inteiros para isso é pedir demais. Arranja outra coisa, tem tanto drama que pode acontecer, precisa ficar remoendo as mesmas coisas o tempo todo? Chato isso. Ela se repete tanto que em vários momentos acaba gerando problemas de continuidade, porque ela repetiu algo de uns três capítulos antes e não checou que um detalhe ou outro era pra ser diferente.

No meio do livro eu já não aguentava mais! Confesso que dei uma corrida para terminar logo. Tomara que seja algo esporádico, tenho outros livros dela na minha lista e espero que não sejam assim.

Nota 6.

The Particular Sadness of Lemon Cake



SPOILER FREE

Para abrir o mês de abril do Desafio Literário Popoca, que tem o tema um livro onde a comida tenha um papel importante na história, acabei escolhendo o livro da americana Aimee Bender. Apesar de nada da autora ainda ter sido traduzido para o português, esse livro foi indicado para o Goodreads Awards (que é um prêmio de público apenas) quando foi publicado em 2010.

O livro conta a história de Rose, uma menina que no seu aniversário de 9 anos descobre que pode sentir o sentimento das pessoas que fizeram a comida que ela consome. Sua iniciação nesse mundo de sentimentos culinários complexos, até porque ela pode perceber o humor até de quem colheu os ingredientes, acontece com o seu bolo de aniversário, uma torta de limão que sua mãe fez especialmente para ela. 

A questão é que essa torta, feita por sua mãe sempre tão alegre e risonha, tem gosto de tristeza. E além disso, Rose ainda não consegue entender toda a gama de sentimentos que ela é capaz de sentir na comida, além de ter dificuldade para diferenciar o que é sentimento dela mesma e dos outros.

The particular sadness of lemon cake é um livro denso, de um realismo fantástico que parece que vai ser lindo e gostoso, mas, como fica bem claro ao longo da história, na verdade é bem longe disso. A história de Rose vai de triste e deprê ao trágico, num livro muito bonito, mas nada leve de ler.

Por conta disso é um livro que depende muito da disposição do leitor para coisas muitos tristes para ser apreciado em sua inteireza. Infelizmente eu não estava nesse ponto e confesso que não curti tanto quanto sei que poderia ter curtido. E apesar da idade da personagem principal, não é um livro para crianças!

Nota 8.

segunda-feira, 25 de março de 2019

#HeroFail (Superheroes Anonymous, #4)

SPOILER FREE

E finalmente cheguei no último livro publicado pela Lexie Dunne na série Superheroes Anonymous! Foi uma saga agradável e divertida, e valeu cada risada e cena de ação! Mal posso esperar por mais continuações. Sim, elas devem vir.

Confesso que depois de achar o 3° livro um tanto chato perto dos dois primeiros, #HeroFail não deixa a desejar. A história dessa vez é mais emocionante, com Gail finalmente terminando o seu estágio para se tornar uma super-heroína! Claro que isso envolve algumas missões impossíveis, hashtags, piadas e um super-herói meio tubarão. Isso é algum tipo de fetiche? Eu só queria saber porque esse tipo de personagem sempre aparece.

Minha única questão com o livro é que ele deixa muito espaço para mais continuações, e eu confesso que acho isso chato, além de ser uma forma dos autores ficarem multiplicando dinheiro ao invés de criar coisas novas. Todos têm contas para pagar, eu sei, mas tem limite! Ela podia ter terminado a história da Gail e começado a pensar em novos personagens, mesmo que fossem na mesma ambientação.

Apesar disso, o livro é tão bom quanto os dois primeiros que são quase um, dando um novo fôlego para uma série que promete ser longa. Se ela conseguir manter esse nível, vida longa a Gail!

Nota 9.

How to Save the World (Superheroes Anonymous #3)

SPOILER FREE

Depois de dois livros que na verdade são quase um só com a história de Gail Goodman, famosa como Hostage Girl, a autora indie Lexie Dunne traz uma nova aventura da mais nova super heroína da sua série Superheroes Anonymous.

Gosto de descobrir autores indies como Lexie, que tem potencial para deslanchar e ganhar nome no mercado. Já estou torcendo por ela!
Com o mesmo humor dos volumes anteriores, em How to Save the World, Gail precisa confrontar o seu criador e desvendar quase que sozinha o segredo de uma nova arma química que colocou seus novos super-amigos em risco. A história segue o mesmo padrão de fazer piada com coisas clichês relacionadas a super-heróis, e é mais um prato cheio para quem gosta desse estilo.

O ritmo de leitura também é mesmo, muita ação e piada por linha, o que torna o livro agradável e rápido de ler. Porém, depois de um volume grande disfarçado de 2 livros, o estilo cansa um pouco. Caso você tenha uma boa memória para nomes de personagens vale a pena dar um tempo entre os livros da série Superheroes Anonymous para apreciar melhor a leitura. Não precisa lembrar muito das histórias e detalhes, Lexie Dunne faz questão de lembrar os leitores diversas vezes ao longo do texto, o que eu detesto com todas as minhas forças, mas entendo a escolha dos autores ao fazerem isso. Detesto mesmo assim.

Por causa da repetição dos detalhes das histórias e porque o estilo ficou cansativo depois de 3 livros: 

Nota 8.

Supervillains Anonymous (Superheroes Anonymous, #2)

SPOILER FREE

Depois do final absurdo de Superheroes Anonymous, Lexie Dunne abre o livro Supervillains Anonymous pedindo desculpas pelo gancho, mas dizendo-se sem remorso. Esse é o tipo de gancho que ela fez, e esse é o tipo de humor que a autora traz para sua série Superheroes Anonymous.

Dessa vez Gail está na prisão, por um crime que ela não cometeu, óbvio. Mas uma prisão lotada de supervilões que já a sequestraram inúmeras vezes não tem como ser um lugar tranquilo. E quando uma das figuras mais temidas da história das pessoas com superpoderes resolve prestar atenção nela, aí que a coisa desanda.

Lexie Dunne continua em Supervillains Anonymous a história de Gail, ou Hostage Girl, como se o livro fosse o mesmo. Sim, o gancho é desse tipo. O clima bem humorado e cheio de ação continua, com direito a piadinhas a todo momento. Não sei de onde ela consegue tirar tanta piada e ideia para isso. Realmente o universo de super-heróis é tão cheio de clichês que dá para fazer uma série desse tamanho sacaneando. Só que Lexie faz melhor do que muito quadrinho em termos de representatividade.

É leitura leve e divertida, não tem como errar, e é tanta adrenalina que as páginas voam. Fazia tempo que eu não lia uma série tão rápido assim. Pelo menos dessa vez ela não deixou um gancho. Mal posso esperar para terminar o volume 3.


Nota 9,5.

Superheroes Anonymous

SPOILER FREE

Esse livro me foi indicado por um amigo, depois que ele leu uma indicação minha para ele. Nada como amizades literárias nessa vida! E nada como indicações que combinam com o Desafio Literário Popoca!

Lexie Dunne é uma autora novata no mundo dos livros oficialmente publicados, mas parece que ela tem uma certa fama na internet. Eu a classificaria como autora indie de super heróis. O seu estilo é muito mais bem humorado que aventuresco, apesar de Superherous Anonymous ser carregado de cenas de ação do início ao fim.

O livro traz a história de Louis, quer dizer, Gail, uma moça que ficou conhecida como Hostage Girl, pela quantidade de vezes que foi sequestrada e posteriormente resgatada pelo herói Blaze. Dizem as revistas de fofocas que a verdadeira identidade de Blaze é Jeremy, namorado de Gail, que nunca é visto no mesmo lugar que o herói, apesar de Gail ter certeza que eles não são a mesma pessoa. Até que um dia, Jeremy termina com ela e se muda para Miami, e Blaze também. Após meses finalmente sem ser raptada, Gail é sequestrada por um cientista maluco que a injeta com uma substância que acaba dando a ela superpoderes.

O que mais me agradou em Superheroes Anonymous é certamente o humor. Lexie aproveita para fazer piadinha com os clichês de super-heróis o tempo inteiro. Não há uma linha desperdiçada nesse sentido. Preciso dizer que eu amei Gail, além de excelente personagem, ela é uma excelente narradora. E as personagens secundárias certamente não deixam a desejar, o livro acaba por ficar viciante. Não é a toa que estou enlouquecida lendo as sequencias.

De cerejinha, o livro ainda tem uma gama muito diversificada de personagens, incluindo uma brasileira maravilhosa.

O único defeito do livro, além dos esperados erros de digitação comuns na literatura mais indie, é o final. Um gancho horrível, daqueles que vai levar a autora para o inferno especial dos autores que fazem ganchos desse tipo.

Indicado para quem gosta de super-heróis e de comédia.

Nota 9,5 dentro do estilo.

A Secret History of Witches

SPOILER FREE

Dando continuidade ao tema de livros escritos por mulheres com protagonistas mulheres e guerreiras do Desafio Literário Popoca, resolvi dar ema exagerada e pegar uma saga de cinco gerações de mulheres bruxas.

A Secret History of Witches da norte americana Louisa Morgan, foi lançado em 2017, e foi nomeado ao prêmio Endeavour Award em 2018. Ainda sem tradução para o português, o livro traz a saga das mulheres da família Orchiére, passando por cinco gerações, indo desde a Bretanha do século XIX até a Inglaterra da Segunda Guerra Mundial.

É um livro bem dentro do tema de mulheres guerreiras, pois as Orchiére são bruxas, ciganas (mais sobre isso adiante), e precisam fugir de perseguições religiosas por conta das suas práticas mágicas. Cada geração enfrenta um dilema relacionado ao uso da magia, além de questões pessoais e da necessidade de esconder quem, ou o quê, elas realmente são.

O livro tem os seus atrativos, as questões relacionadas ao uso da magia são muito interessantes (e pertinentes aos adeptos diga-se de passagem), apesar de um tanto clichês. A maioria das 5 mulheres que dividem o protagonismo do livro são excelentes personagens, e a história tem muito mais aventura do que eu imaginava.

Mas, por ser uma fantasia misturada com romance histórico, o texto tem lá os seus problemas. O problema mais complicado é o fato de que a autora usou as bases do paganismo contemporâneo para ilustrar as práticas de magia cigana, o que é bem sem noção e bastante ofensivo aos ciganos, que tiveram sua cultura simplesmente ignorada. Outro problema histórico é supor que a Rainha Elizabeth (mãe da atual Rainha Elizabeth) era uma bruxa. Dizer que esse é um tema sensível é pouco, e fazer uso de uma personagem que morreu há tão pouco tempo para esse tipo de fantasia é um tanto quanto sem noção. De novo.

Para aumentar a lista de pontos negativos, tem o problema da autora colocar bem no meio do livro duas personagens detestáveis uma seguida da outra. Ficou uma passagem longa e bastante chata, para dizer o mínimo. Soma-se a isso que, no final das contas, o livro é composto de cinco histórias de origem, o que o torna repetitivo em alguns aspectos.

Se você não se importar com a sem-noçãozice da autora e curtir histórias de bruxas, A Secret History of Witches é um excelente pedido!

Nota 7,5.

domingo, 10 de março de 2019

A fábrica do feminino



SPOILER FREE

Para variar, estava eu numa livraria sem o menor pudor ou autocontrole e achei esse livro com esse título tão maravilhindo A Fábrica do Feminino. Escrito por uma brasileira ainda por cima. E com essa pérola na contra capa:

EUFEMISMO

eu, fé, mesmo, não tenho
mas não deixo de fazer

eu fiz mesmo, não nego,
mas queria não ter feito

eu disse, mas, se pudesse
retirava o dito, o cujo,

se existisse um eu, um faz,
um diz que não fosse

o calo da mentira
o travo da blasfêmia

Foi irresistível levar o livro pra casa e começar a ler quase que no dia seguinte. 

O volume, apesar de pequeno, era tão cheio de coisas maravilhosas dentro que desisti de marcar meus poemas favoritos. O livro é composto basicamente de poesias que falam quase que exclusivamente sobre o feminino, mais especificamente os rótulos que são dados a ele, coisa de fábrica mesmo. Dá para abrir aleatoriamente que vale a pena a leitura.

Agora estou à caça de outras obras da carioca Paula Glenadel. Quero todas!

Nota 10.

This Song Will Save Your Life



SPOILER FREE

Comprei esse livro porque uma pessoa que eu sigo no Goodreads e que tem um gosto parecido com o meu falou maravilhas dele. Agradeço todos os dias por pessoas que fazem resenhas de livros nas quais posso confiar.

This Song Will Save Your Life (ainda sem tradução para o português) é um livro lindo. Triste, sim, pois como o título sugere, existe uma questão relacionada a suicídio na história, mas é também uma narrativa sobre superação e força interior. Elise Dembowsky é uma personagem fantástica, e que, apesar dos anos de bullying e da falta de amigos, tem uma força para continuar e buscar o que ela deseja incrível. Sua história é de resiliência, de acreditar em si mesma, de auto-descoberta e de como desenvolver amor próprio e autoconfiança. 

Não deixa de ser um livro infantojuvenil sobre amadurecimento, mas a profundidade aqui é absolutamente incomum. A profundidade psicológica da personagem narradora é incrível, aliada a toda a questão de amor pela música e como isso está entrelaçado com a sua história e a sua família, que não é tradicional. Nada nesse livro é muito tradicional, até a escolha da personagem em se tornar uma DJ não é tradicional. E infelizmente não posso falar muito mais do que isso sem dar spoiler.

Leila Sales se revelou como uma grande autora, e esse foi meu primeiro livro dela, espero que apenas o primeiro de vários. Se os demais livros dela forem tão bons quanto esse, ela ganhou uma fã incondicional. Mal posso esperar por outras obras.

Nota 10.


quarta-feira, 6 de março de 2019

Loving a Fairy Godmother (Fairy Tales & Ever Afters #1)



SPOILER FREE

Esse ano promete ser cheio de livros assim, porque eu preciso de livros que ajudem a minha saúde mental, especialmente no nosso cenário erótico político.

Então, nesse livro Danielle Monsch traz a história do primeiro Fada padrinho do mundo. A confusão começa quando Tiernan está lutando contra um dragão e a sua Fada madrinha faz besteira e ele fica a beira da morte, mas, ainda tem direito a um desejo, que ele gasta pedindo para virar um Fada padrinho. A partir daí ele sofre várias discriminações no mundo das fadas madrinhas, por ser o único homem no meio, e para provar o seu valor ele precisa conseguir um Final Viveram Felizes para Sempre.

O texto é bastante divertido, o que era de se esperar com esse enredo, e as cenas de sexo são muito boas. Toda a questão com a Cinderela no meio também está muito bem explorada. E o livro na verdade é uma novela, bem curtinho, o que fica no tamanho certo, pois existe um limite do que dá para fazer nesse tipo de história. Isso também ajuda a autora e não repetir tantos clichês e as armadilhas mais comuns machistas.

Uma excelente leitura para quem curte literatura erótica.

Nota 10 dentro do gênero.


sábado, 2 de março de 2019

The Bookshop on the Corner



SPOILER FREE

Quando esse livro foi publicado em 2016, foi um certo furor, e por isso ele entrou na minha biblioteca. Agora, seu eu soubesse que ele é da mesma autora de Sweetshop of dreams provavelmente não teria comprado o livro.

Confesso que senti que eu conhecia a autora logo nas primeiras páginas. Algo me parecia muito familiar, de um jeito não muito positivo, apesar do texto ter odes muito bonitas à leitura. The bookshop on the corner traz a história da bibliotecária Nina, que perde o emprego quando a biblioteca onde ela trabalha no subúrbio de Londres acaba sendo fechada. Mas ela ama livros, e sua paixão é encontrar o livro perfeito para cada leitor.

Então, ela acaba comprando uma van e indo morar no interior, mais especificamente na Escócia (que é quase outro país, numa piada interna muito divertida, ou não, em tempos de Brexit). Daí ela se apaixona por um cara, vai a algumas algumas festas locais, se apaixona por outro, os dois têm lá os seus problemas e defeitos, com uma certa dose de moralismo esperada de uma história que se passe no interior da Inglaterra, ou Escócia, ou Irlanda, são todos mais parecidos do que gostariam de admitir, e todos vivem felizes para sempre.

O problema até lá, além da questão moralista, é que o livro é chato. Nina é uma boa pessoa, mas sua falsa falta de coragem dá dor de tanto revirar os olhos. E o enredo é tão previsível que eu já sabia com quem ela ia acabar ficando no final assim que ela se instala na Escócia. Se fosse divertido apesar de previsível, ou pelo menos tivesse boas cenas de sexo no caminho eu nem reclamava, mas não tem nada disso.

A questão é que o livro é voltado para um tipo de público que eu não me encaixo, a história tem ar de anos 80, apesar de se passar em 2016. É para quem gosta de romance puramente tradicional, com personagens tradicionais que só parecem transgressores na sua superfície mais superficial. E que não gosta de cenas quentes sendo descritas, apenas mencionadas que existem, e um livro sem palavrões, claro.

Certamente não faz o meu gênero. 

Nota 6.