SPOILER FREE
Fiquei alguns dias meditando sobre o que eu escreveria sobre esse livro... é muito difícil para mim. Depois de ler maravilhas do Naguib Mahfouz, encarar Rhadopis foi complicado.
Eu já tinha lido que a fase faraônica do autor não era lá grande coisa, mas a minha lembrança de Akhenaton é tão boa que não levei a sério o comentário. Pois eu acho que ele está certo.
Sem sombra de dúvida Rhadopis é uma obra menor dentro do universo de Mahfouz. Não só falta o estilo que ele desenvolve em outras obras que tratam da sociedade árabe, como ele parece ver a sociedade egípcia como quase árabe. Quase por conta dos alívios que ele dá na questão da mulher na sociedade.
De resto... é só trocar as saudações aos Deuses por Alá ou pelo Profeta, que até a forma de falar dos personagens é tipicamente árabe. Tudo bem que isso pode ser um problema da estrutura da língua árabe, conjugada com a tradução, mas somando-se com a forma de pensar e de agir dos personagens, não parece que você está lendo uma história do antigo Egito.
Pelo menos não do jeito que eu esperava, por conta do que já li do autor. Fiquei decepcionada.
Mas, vejam bem, isso é porque já li verdadeiras obras primas de Mahfouz. Se você ainda não leu nada dele, pode começar de olhos fechados pela sua fase faraônica, porque são bons livros. E depois você ainda pode se maravilhar com o que o autor fez de melhor, sem prejudicar sua experiência com outros títulos, que foi o que aconteceu comigo.
Nota 8.