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sexta-feira, 2 de março de 2018

Robinson Crusoé


SPOILER FREE

A resenha está atrasada, esse livro foi para o tema do desafio literário desse ano de fevereiro, que pedia uma história passada no mar. Achei que era uma boa desculpa para finalmente ler esse clássico da literatura inglesa.

Publicado originalmente no início do século XVIII pelo autor Daniel Defoe, sua história já foi contada e recontada inúmeras vezes em tudo quanto é formato e não pretendo ficar repetindo o óbvio.

Clássicos são coisas que podem ser complicadas. Tem toda uma questão da importância daquela obra na literatura, a questão da novidade na época em que foi escrito e tem o problema de poder acabar por se tornar datado.

Robinson Crusoé consegue ser tudo isso.

A questão é que a obra acaba por ser datada de um jeito ruim. Não é só por ter um estilo datado, e por isso mesmo podendo ser considerado chato (que foi o caso para mim, digo logo), mas é porque a história é contada do ponto de vista de um personagem datado. Datado no sentido de ser retrógrado mesmo, e aí mora o meu grande problema com o livro.

Além de ser chato no sentido do texto ser repetitivo e lento, com um excesso de reminiscências absolutamente desnecessárias e cristianizadas ao ponto do proselitismo, o livro é racista. Claro que isso não é fora do normal em 1719, ano do seu lançamento, mas hoje em dia é simplesmente chocante a naturalidade desse racismo. É realista, sim, claro, com certeza, e isso faz todo o sentido tanto na história quanto na época. Mas ainda bem que não sou obrigada a achar isso legal.

Se a história em si fosse tão legal, tão interessante ou tão fantástica (o que provavelmente era na época) dava para relevar com apenas uma ressalva essa questão. Mas o problema é que nada disso foi verdade para mim. A história não é tão interessante, ela é arrastada ao máximo para dar a sensação de anos sem fazer nada numa ilha para o leitor (e isso não é feito de forma poética ou ao menos bonita), quase não tem momentos emocionantes (são poucos levando em consideração o tamanho do texto), e nos padrões de hoje não é fantástica.

Portanto, fica difícil de salvar alguma coisa aí no meio.

Nota 4.

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