SPOILER FREE
Eis um livro que eu não pretendia ler, tinha ouvido falar tão mal do filme, que já tinha deixado o livro de lado. Mas então um amigo meu, bem versado em mitologia, me disse que o livro era legal, justamente porque seguia a mitologia grega! Era a última coisa que eu esperava ouvir, e, obviamente, me deixou super curiosa!
Na mesma semana comprei a coleção toda numa promoção (sério, estou começando a me sentir ridícula com essa história de promoções... mas o que posso fazer? Elas me perseguem! Ou eu as procuro, difícil dizer...).
E depois de Hell, eu queria algo mais leve. Olhei para o livro... marcado lá do meio pro final pelo noivo (que o lê enquanto espera que eu me arrume)... era feriadão... não resisti. Li em 2 dias nos intervalos de uma boa arrumação na casa. O noivo deve ter ficado chateado... terminou o livro 2 dias depois também. Ele não esperava por esse ataque surpresa.
Mas, voltando ao livro. Realmente surpreende, muita mitologia (grande quantidade mesmo) muito bem adaptada ao mundo moderno! Americanóide? Sem dúvida. Mas na literatura isso não me incomoda tanto. E como também não prega a hegemonia como sendo resultado de superioridade... fiquei na boa. Inclusive, a entrada para o mundo inferior está muito bem localizada! Adorei!
E, gente, como fiquei feliz em ver Hades bem definido! Isso é tão raro... as pessoas teimam em confundir mitologia grega com cristianismo! E Rick Riordan foge perfeitamente bem dessa armadilha, o que por si só é um grande feito!
E a história prende! Não dá nem para respirar! É uma aventura emendada na outra, uma loucura recheada de mitos e monstros! É tanto mito que você se pergunta de onde ele vai tirar mais coisa para mais 4 livros!
Mas... como nada é perfeito... a comparação com Harry Potter é inevitável, e a cópia beira o escandaloso. Se J.K.Rowling quisesse processar, provavelmente ganharia. Ficou faltando só a cicatriz na testa. O resto está todo lá, são 3 amigos: 2 meninos, uma menina. A menina é sabichona e inteligente, o herói é, bem, herói, atrapalhado e não sabe nada do mundo "paralelo" ao qual pertence, e o outro menino é o alívio cômico e companheiro leal. Confusões com os pais? Sim. Inimigo fraco tentando retornar? Sim. Escola mágica dividida em casas? Sim. Mundo paralelo disfarçado? Sim. Professor legal que faz valer a pena a escola? Sim. O noivo que é expert em HP poderia dizer muito mais, eu vou parar por aqui, senão vai ficar longo... muito longo.
Outro ponto negativo é a leve sensação de ser tratado como leitor estúpido. Sério, com todas as dicas e deixas absurdamente óbvias, como ninguém nem desconfia quem é o pai do moleque? Até quem não conhece mitologia descobre em no máximo 3 capítulos! Tantas soluções possíveis para retardar a confirmação da paternidade... e o autor fica com "ninguém sabe nem desconfia"? Lamentável.
E ainda não engoli a história de Athena ter filhos. Não passa na garganta. Sério.
Descontando esses pontos, é uma leitura muito agradável e dinâmica. Difícil de parar. É que nem pipoca, você sabe que não é lá grande coisa, mas é gostoso e você não pára de comer até acabar.
Nota 8
Espaço para eu escrever sobre o que eu leio... Com espaço também para falar sobre autores que eu gosto e que eu não gosto... porque falar dos outros é fácil!!!
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quarta-feira, 27 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
Hell
SPOILER FREE
Eis outro livro que comprei por impulso... mas por outra razão: eu me interessei, na verdade, pelo último romance de Lolita Pille: Cidade da Penumbra, que comprei numa promoção (sempre a tal promoção...), que incluía Hell no hall dos livros com bons preços. E como eu já tinha o outro romance da autora, Bubble Gum (esse no original em francês), resolvi completar a coleção e ler os livros na ordem em que foram escritos.
Como estou atrasada na minha meta, nem pestanejei, peguei Hell (que é até curtinho) e devorei num só dia. Feriados são maravilhosos para essas coisas.
Fiquei muito impressionada com Hell. Simplesmente não parece ter sido escrito por uma adolescente, apesar da sua protagonista ter 16 anos. O sucesso do livro é absolutamente compreensível.
Mas, mais impressionante do que isso é a história. Apesar do que dizendo em qualquer matéria sobre esse livro, na contracapa e nas orelhas, é simplesmente difícil de acreditar que as histórias descritas sejam reais. Não no sentido literal, pois até onde sei não é auto biográfico ou nada do gênero, mas absolutamente possíveis. Como pode ter gente vivendo dessa forma? É chocante.
Me lembrou demais de outro livro pesado sobre adolescentes: 100 escovadas antes de ir para a cama (de uma italiana, nesse caso, sim, auto biográfico e absolutamente apavorante). Só que o livro italiano eu acho pior, pois nesse caso a protagonista escolheu viver daquele jeito... já em Hell, ela simplesmente não conhece outra vida, o que alivia, em parte e em teoria, a responsabilidade pelos seus atos.
Não que isso alivie a história, muito pelo contrário. É assustador ler sobre personagens adolescentes tão autodestrutivos, sem amigos de verdade, soltos por aí tão cheios de grana e se achando os reis do mundo. Chega a doer.
Como li o livro praticamente de uma vez (dei apenas uma pausa de algumas horas para ir no cinema com uma amiga e fazer as compras de Páscoa), a sensação no final da leitura era de dormência. Provavelmente porque precisava me proteger daquela insanidade.
Chega a ser difícil dar nota a esse livro... vou classificar pelo impacto que teve em mim:
Nota 9
Eis outro livro que comprei por impulso... mas por outra razão: eu me interessei, na verdade, pelo último romance de Lolita Pille: Cidade da Penumbra, que comprei numa promoção (sempre a tal promoção...), que incluía Hell no hall dos livros com bons preços. E como eu já tinha o outro romance da autora, Bubble Gum (esse no original em francês), resolvi completar a coleção e ler os livros na ordem em que foram escritos.
Como estou atrasada na minha meta, nem pestanejei, peguei Hell (que é até curtinho) e devorei num só dia. Feriados são maravilhosos para essas coisas.
Fiquei muito impressionada com Hell. Simplesmente não parece ter sido escrito por uma adolescente, apesar da sua protagonista ter 16 anos. O sucesso do livro é absolutamente compreensível.
Mas, mais impressionante do que isso é a história. Apesar do que dizendo em qualquer matéria sobre esse livro, na contracapa e nas orelhas, é simplesmente difícil de acreditar que as histórias descritas sejam reais. Não no sentido literal, pois até onde sei não é auto biográfico ou nada do gênero, mas absolutamente possíveis. Como pode ter gente vivendo dessa forma? É chocante.
Me lembrou demais de outro livro pesado sobre adolescentes: 100 escovadas antes de ir para a cama (de uma italiana, nesse caso, sim, auto biográfico e absolutamente apavorante). Só que o livro italiano eu acho pior, pois nesse caso a protagonista escolheu viver daquele jeito... já em Hell, ela simplesmente não conhece outra vida, o que alivia, em parte e em teoria, a responsabilidade pelos seus atos.
Não que isso alivie a história, muito pelo contrário. É assustador ler sobre personagens adolescentes tão autodestrutivos, sem amigos de verdade, soltos por aí tão cheios de grana e se achando os reis do mundo. Chega a doer.
Como li o livro praticamente de uma vez (dei apenas uma pausa de algumas horas para ir no cinema com uma amiga e fazer as compras de Páscoa), a sensação no final da leitura era de dormência. Provavelmente porque precisava me proteger daquela insanidade.
Chega a ser difícil dar nota a esse livro... vou classificar pelo impacto que teve em mim:
Nota 9
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Ex-libris Confissões de uma leitora comum
SPOILER FREE
Esse foi um livro desses que você compra por puro impulso e não consegue se aguentar e começa a ler assim que sobra um tempinho. Assim que percebi que era um livro de ensaios sobre livros, escrito por uma jornalista viciada em livros, simplesmente não pude me segurar! O livro ainda por cima estava em promoção! Ele não durou nem uma semana na minha estante... assim que terminei a Trilogia do Cairo (assim mesmo, pois foi no mesmo dia) comecei a devorar Ex-libris.
E não me arrependi, que livro delicioso! Me senti até uma pessoa normal comparada à autora. Anne Fadiman me supera de longe em termos de loucura por livros, e tem histórias maravilhosas para contar! E uma biblioteca bem mais vasta do que a minha, o que me fez me sentir até melhor com as minha estantes abarrotadas... e tem dicas interessantes sobre como arrumar a sua biblioteca, visões interessantes sobre como tratar os seus livros (agora já sei que sou muito arrumadinha com os meus) e sobre livros usados. Inclusive pensei muito nesse assunto... pois fui durante muito tempo uma ratinha de sebos, porém, conforme os anos foram passando e eu fui ficando mais alérgica, precisei trocar os sebos empoeirados por livrarias esterilizadas. E sinto saudades daquele ambiente, que a autora descreve tão lindamente...
Agora, é preciso avisar, a leitura de Ex-libris fica comprometida se você não sabe inglês, pois a autora é americana e brinca muito com as palavras (o que faz muito sentido conforme você vai conhecendo Anne e sua família, todos sofredores do mesmo mal), de forma que pelo menos um ensaio só faz realmente sentido se você sabe inglês, pois tem partes que ficam intraduzíveis.
Fora isso, a leitura é extremamente agradável e leve, recheada de citações belíssimas (todas devidamente traduzidas nas notas de rodapé) e discussões muito interessantes sobre o mundo da leitura. Imperdível para qualquer bibliófilo(a).
Nota 9!
Agora vou aproveitar para fazer um comentário sobre a Livraria Cultura, que foi onde comprei esse exemplar (que aliás, descolou a capa na primeira vez que abri o livro). Eu gosto muito dessa livraria, que é ótima para achar títulos difíceis e livros importados. Tem algumas boas promoções e as encomendas costumam chegar rápido. Mas sério, o que aconteceu com eles dessa vez?
Nunca vi nada igual. Pedi 3 livros, que vieram em 2 pacotes distintos (provavelmente porque vieram de estados diferentes, mas isso não é um problema). Com isso recebi 2 emails com os números dos pacotes para rastrear pelos correios. O primeiro, com 2 livros, veio direitinho, com o número certo e tudo mais. O segundo veio com um número inexistente.
Daí mandei um email para eles dizendo que o email veio com o número errado. A partir daí veio uma enxurrada de emails com números de rastreamentos os mais bizarros: livros postados mais de um mês antes e entregues para outros estados, mais números inexistentes... enfim, uma bagunça! Até que me mandaram um email dizendo que tinham postado novamente o livro.
No mesmo dia desse email, o livro chegou. Tinha sido postado direitinho, só confundiram o número de rastreamento mesmo. E agora, não sei se vou receber outro exemplar depois do feriado... se receber vou ficar com ele!
Nunca imaginei ver nada parecido na Cultura. Fiquei com uma impressão negativa. Como eles podem perder o código de uma encomenda?
Que bagunça... pelo menos o livro chegou. E só por causa disso vou continuar freguesa.
Esse foi um livro desses que você compra por puro impulso e não consegue se aguentar e começa a ler assim que sobra um tempinho. Assim que percebi que era um livro de ensaios sobre livros, escrito por uma jornalista viciada em livros, simplesmente não pude me segurar! O livro ainda por cima estava em promoção! Ele não durou nem uma semana na minha estante... assim que terminei a Trilogia do Cairo (assim mesmo, pois foi no mesmo dia) comecei a devorar Ex-libris.
E não me arrependi, que livro delicioso! Me senti até uma pessoa normal comparada à autora. Anne Fadiman me supera de longe em termos de loucura por livros, e tem histórias maravilhosas para contar! E uma biblioteca bem mais vasta do que a minha, o que me fez me sentir até melhor com as minha estantes abarrotadas... e tem dicas interessantes sobre como arrumar a sua biblioteca, visões interessantes sobre como tratar os seus livros (agora já sei que sou muito arrumadinha com os meus) e sobre livros usados. Inclusive pensei muito nesse assunto... pois fui durante muito tempo uma ratinha de sebos, porém, conforme os anos foram passando e eu fui ficando mais alérgica, precisei trocar os sebos empoeirados por livrarias esterilizadas. E sinto saudades daquele ambiente, que a autora descreve tão lindamente...
Agora, é preciso avisar, a leitura de Ex-libris fica comprometida se você não sabe inglês, pois a autora é americana e brinca muito com as palavras (o que faz muito sentido conforme você vai conhecendo Anne e sua família, todos sofredores do mesmo mal), de forma que pelo menos um ensaio só faz realmente sentido se você sabe inglês, pois tem partes que ficam intraduzíveis.
Fora isso, a leitura é extremamente agradável e leve, recheada de citações belíssimas (todas devidamente traduzidas nas notas de rodapé) e discussões muito interessantes sobre o mundo da leitura. Imperdível para qualquer bibliófilo(a).
Nota 9!
Agora vou aproveitar para fazer um comentário sobre a Livraria Cultura, que foi onde comprei esse exemplar (que aliás, descolou a capa na primeira vez que abri o livro). Eu gosto muito dessa livraria, que é ótima para achar títulos difíceis e livros importados. Tem algumas boas promoções e as encomendas costumam chegar rápido. Mas sério, o que aconteceu com eles dessa vez?
Nunca vi nada igual. Pedi 3 livros, que vieram em 2 pacotes distintos (provavelmente porque vieram de estados diferentes, mas isso não é um problema). Com isso recebi 2 emails com os números dos pacotes para rastrear pelos correios. O primeiro, com 2 livros, veio direitinho, com o número certo e tudo mais. O segundo veio com um número inexistente.
Daí mandei um email para eles dizendo que o email veio com o número errado. A partir daí veio uma enxurrada de emails com números de rastreamentos os mais bizarros: livros postados mais de um mês antes e entregues para outros estados, mais números inexistentes... enfim, uma bagunça! Até que me mandaram um email dizendo que tinham postado novamente o livro.
No mesmo dia desse email, o livro chegou. Tinha sido postado direitinho, só confundiram o número de rastreamento mesmo. E agora, não sei se vou receber outro exemplar depois do feriado... se receber vou ficar com ele!
Nunca imaginei ver nada parecido na Cultura. Fiquei com uma impressão negativa. Como eles podem perder o código de uma encomenda?
Que bagunça... pelo menos o livro chegou. E só por causa disso vou continuar freguesa.
domingo, 17 de abril de 2011
O Jardim do Passado - terceiro volume da Trilogia do Cairo
SPOILER FREE
Ufa!!!! Acabei!!!
Depois de 4 meses acompanhando a saga dessa tradicional família egípcia, terminei a Trilogia do Cairo!
E já sinto saudade dos personagens... gostoso demais isso!
Livro bom é assim, né? Você termina e fica com saudade e gosto de quero mais... mas para não saturar, já estou com outro autor na cabeceira! E dessa vez, um livro mais fino e leve, pois ainda tenho uma meta para atingir!
A Trilogia do Cairo é maravilhosa, mas é densa, daquele tipo de literatura que é mais lenta e pesada, e que você precisa mesmo de tempo para absorver em toda a sua grandeza e totalidade. Ainda mais quando se trata de uma sociedade e cultura tão diferentes da nossa, pois necessita que você abra a sua mente para compreender a forma de pensar dos personagens e o pano de fundo da história.
Para variar, o autor destila maravilhas em forma de personagens... são sentimentos, dúvidas, emoções e acontecimentos históricos deliciosamente escritos. E esse volume faz juz ao seu título... é uma ode à nostalgia! E com ela, o fim de uma saga fantástica! Nada como um bom escritor para transformar coisas absolutamente comuns em uma história tão surpreendente! E com reviravoltas que você não espera! Mahfouz acertou o ponto mais uma vez!
Já a edição... novamente, tem muitas notas de rodapé muito interessantes e instrutivas, mas peca em detalhes indesculpáveis. Eu sei que é comum a transliteração do árabe sofrer muitas variações no português, o próprio autor sofre com isso, você encontra Naguib e Nagib, e o sobrenome varia entre Mahfouz, Mafouz, Mahfuz e Mafuz. Mas isso é inaceitável dentro de um mesmo livro. Simplesmente inaceitável. Agora, não sei se esse problema é herdado da edição francesa, de onde a em português foi traduzida... mas independente disso, fica o ponto negativo. E uma mancha na editora. (BestBolso para referências futuras)
E vou parar por aqui, porque já estou com dificuldades em não dar spoilers!!!
E então, alguém já leu essa trilogia para conversar comigo? Adoraria trocar idéias!
Nota 10, porque mais do isso não tem...
Ufa!!!! Acabei!!!
Depois de 4 meses acompanhando a saga dessa tradicional família egípcia, terminei a Trilogia do Cairo!
E já sinto saudade dos personagens... gostoso demais isso!
Livro bom é assim, né? Você termina e fica com saudade e gosto de quero mais... mas para não saturar, já estou com outro autor na cabeceira! E dessa vez, um livro mais fino e leve, pois ainda tenho uma meta para atingir!
A Trilogia do Cairo é maravilhosa, mas é densa, daquele tipo de literatura que é mais lenta e pesada, e que você precisa mesmo de tempo para absorver em toda a sua grandeza e totalidade. Ainda mais quando se trata de uma sociedade e cultura tão diferentes da nossa, pois necessita que você abra a sua mente para compreender a forma de pensar dos personagens e o pano de fundo da história.
Para variar, o autor destila maravilhas em forma de personagens... são sentimentos, dúvidas, emoções e acontecimentos históricos deliciosamente escritos. E esse volume faz juz ao seu título... é uma ode à nostalgia! E com ela, o fim de uma saga fantástica! Nada como um bom escritor para transformar coisas absolutamente comuns em uma história tão surpreendente! E com reviravoltas que você não espera! Mahfouz acertou o ponto mais uma vez!
Já a edição... novamente, tem muitas notas de rodapé muito interessantes e instrutivas, mas peca em detalhes indesculpáveis. Eu sei que é comum a transliteração do árabe sofrer muitas variações no português, o próprio autor sofre com isso, você encontra Naguib e Nagib, e o sobrenome varia entre Mahfouz, Mafouz, Mahfuz e Mafuz. Mas isso é inaceitável dentro de um mesmo livro. Simplesmente inaceitável. Agora, não sei se esse problema é herdado da edição francesa, de onde a em português foi traduzida... mas independente disso, fica o ponto negativo. E uma mancha na editora. (BestBolso para referências futuras)
E vou parar por aqui, porque já estou com dificuldades em não dar spoilers!!!
E então, alguém já leu essa trilogia para conversar comigo? Adoraria trocar idéias!
Nota 10, porque mais do isso não tem...
segunda-feira, 4 de abril de 2011
O Palácio do Desejo - Trilogia do Cairo vol 2
SPOILER FREE
Esse post chega meio atrasado, pois já terminei o livro há mais de uma semana... mas ando enrolada e só agora consegui parar para escrever.
Estou adorando a trilogia do Cairo! Que saga fascinante! Se o primeiro livro é muito bom, o segundo não fica atrás! As modificações na sociedade e nos pensamentos e comportamentos dos personagens caracterizam de forma brilhante as transformações da época! E de quebra com uma sensibilidade e delicadeza que já estão se tornando (para mim) uma marca registrada de Naguib Mahfouz!
A edição de bolso continua bem trabalhada, com notas de rodapé muito ilustrativas e que ajudam a cituar historicamente o leitor... o que é especialmente interessante para mim, que me interesso muito pela história e cultura do mundo árabe. Ver coisas que você já estudou sendo narradas na história é muito legal! Fiquei até emocionada quando o autor citou Om Kalsoum! (cantora egípcia considerada até hoje como a grande voz do Egito e de quem, obviamente, sou grande fã)
Outra coisa interessante, mas isso passa desapercebido na tradução francesa, e por consequência, na em português, é o nome dado a cada livro. Cada livro tem o nome de um bairro do Cairo antigo, onde se situa uma das casas das famílias dos personagens, e ainda por cima mostra qual será a história predominante do livro. Então, enquanto o primeiro livro se chama "Entre dois palácios" em português (o que é aceitável, dada a importância dada aos casamentos no primeiro volume), em árabe o nome do livro é o bairro onde mora o patricarca da família, e justamente onde se passa a maior parte da trama.
O segundo livro se chama o "Palácio do desejo" (alusão bem sucedida também ao cunho amoroso dado a esse volume), mas, o nome em árabe é de outro bairro, onde mora o filho mais velho do patricarca.
Já o terceiro livro se chama "O jardim do passado" (ainda estou descobrindo o porquê), e o nome em árabe é do bairro onde moram a maior parte dos netos.
Não é fantástico isso?
Infelizmente falar mais sobre os livros vai acabar dando em spoiler... mas posso dizer que, se o primeiro volume mostra as mudanças políticas que ocorrem na época, o segundo volume da trilogia é o que mostra mais claramente as mudanças culturais. Você percebe bem o choque entre as gerações, entre o novo e o antigo (não só de pensamento, mas também de tecnologia) e a luta dos jovens para modernizar o país. Tudo isso como pano de fundo para amores e aventuras amorosas, do jeito meloso que os árabes tanto gostam... o que não quer dizer que seja como nos contos de fadas, com amores que duram para sempre, vejam bem (não quero fazer propaganda enganosa também). Afinal, se trata de uma história humana.
Nota 10
Esse post chega meio atrasado, pois já terminei o livro há mais de uma semana... mas ando enrolada e só agora consegui parar para escrever.
Estou adorando a trilogia do Cairo! Que saga fascinante! Se o primeiro livro é muito bom, o segundo não fica atrás! As modificações na sociedade e nos pensamentos e comportamentos dos personagens caracterizam de forma brilhante as transformações da época! E de quebra com uma sensibilidade e delicadeza que já estão se tornando (para mim) uma marca registrada de Naguib Mahfouz!
A edição de bolso continua bem trabalhada, com notas de rodapé muito ilustrativas e que ajudam a cituar historicamente o leitor... o que é especialmente interessante para mim, que me interesso muito pela história e cultura do mundo árabe. Ver coisas que você já estudou sendo narradas na história é muito legal! Fiquei até emocionada quando o autor citou Om Kalsoum! (cantora egípcia considerada até hoje como a grande voz do Egito e de quem, obviamente, sou grande fã)
Outra coisa interessante, mas isso passa desapercebido na tradução francesa, e por consequência, na em português, é o nome dado a cada livro. Cada livro tem o nome de um bairro do Cairo antigo, onde se situa uma das casas das famílias dos personagens, e ainda por cima mostra qual será a história predominante do livro. Então, enquanto o primeiro livro se chama "Entre dois palácios" em português (o que é aceitável, dada a importância dada aos casamentos no primeiro volume), em árabe o nome do livro é o bairro onde mora o patricarca da família, e justamente onde se passa a maior parte da trama.
O segundo livro se chama o "Palácio do desejo" (alusão bem sucedida também ao cunho amoroso dado a esse volume), mas, o nome em árabe é de outro bairro, onde mora o filho mais velho do patricarca.
Já o terceiro livro se chama "O jardim do passado" (ainda estou descobrindo o porquê), e o nome em árabe é do bairro onde moram a maior parte dos netos.
Não é fantástico isso?
Infelizmente falar mais sobre os livros vai acabar dando em spoiler... mas posso dizer que, se o primeiro volume mostra as mudanças políticas que ocorrem na época, o segundo volume da trilogia é o que mostra mais claramente as mudanças culturais. Você percebe bem o choque entre as gerações, entre o novo e o antigo (não só de pensamento, mas também de tecnologia) e a luta dos jovens para modernizar o país. Tudo isso como pano de fundo para amores e aventuras amorosas, do jeito meloso que os árabes tanto gostam... o que não quer dizer que seja como nos contos de fadas, com amores que duram para sempre, vejam bem (não quero fazer propaganda enganosa também). Afinal, se trata de uma história humana.
Nota 10
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