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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Dear Life

SPOILER FREE

Alice Munro é uma escritora canadense vencedora do Nobel de Literatura em 2013, sua especialidade são contos, que normalmente se passam no interior do Canadá e cujos personagens costumam ser pessoas simples, mas que ilustram a complexidade da natureza humana.

Eu, como grande fã de literatura de fantasia, não costumo ler muita coisa nesse estilo, e foi uma surpresa extremamente agradável ver histórias tão "mundanas" serem tão interessantes e tão bem escritas. A parte do bem escrita eu já esperava, afinal, Alice ganhou o Nobel por algum motivo, mas daí a ser tão envolvente e me deixar genuinamente interessada foi algo que me pegou desprevenida.

Também foge das minhas leituras comuns as "short stories", e novamente fiquei maravilhada com a forma como Munro trabalha com elas. Como ela consegue tratar de personagens tão complexos em histórias curtas, de forma que o leitor não fica com a sensação de que ficou faltando algo, é simplesmente lindo de ver.

Fiquei tão encantada que já coloquei mais alguns livros dela na minha wishlist da Amazon e já pretendo procurar alguns títulos em português para dar de presente.

Essa é uma das coisas que me fazem continuar ano após ano em desafios literários, é muito bom sair da nossa zona de conforto e encontrar joias da literatura que nos agradam. Agora eu tenho mais uma autora para a minha lista de autores para acompanhar!

Nota 10.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Gone girl - Garota Exemplar



SPOILER FREE

Essa leitura está atrasada, porque normalmente eu tento ler os livros antes de ver os filmes, mas "Gone girl" estava na lista do Oscar do ano passado e eu acabei por assistir às pressas antes da premiação, o que obviamente não incluía tempo suficiente para ler o livro. Mas, antes tarde do que nunca, acabei pegando o livro para ler no final de janeiro.

O livro e o filme são basicamente iguais, e como o filme é muito bom, para quem não tem paciência para ler, também é um bom substituto. Porém o livro é sensacional, então vale o esforço de ler mesmo sabendo o que vai acontecer. E se não souber, melhor ainda!

A história é toda contada em primeira pessoa, ou pelo diário de Amy (a tal garota exemplar do título, ou só a garota no título original), ou numa narrativa feita pelo seu marido, Nick. Depois outras formas de narrativa surgem, mas se eu disser o que é já é spoiler. Para quem não sabe, tudo começa quando Amy desaparece, e conforme a polícia estuda o caso, Nick se torna um dos principais suspeitos.

Mas o mais interessante do enredo é a forma como a autora faz os personagens enganarem o leitor, tão completamente que quando as reviravoltas surgem você fica genuinamente surpreso. É tudo extremamente bem bolado e bem feito. E é isso que torna o livro (e o filme) uma obra acima da média.

Para quem gosta de mistério ou suspense é um prato cheio.

O único "porém" que eu tenho para reclamar é que o final não é exatamente à altura do livro como um todo. Porque as coisas escalam a tal ponto que o final que a autora bolou fica meio apagado, quase sem graça. O que não afeta a proeza do corpo do livro, mas deixa um gosto de poderia ser melhor.

E é por isso que a nota é 9. É bom, mas poderia ser melhor.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Dracula


SPOILER FREE

Não sei se realmente precisa ser "spoiler free", mas como as pessoas leem muitos livros sobre vampiros mas não necessariamente o-grande-clássico-que-começou-tudo acho que ainda é válido. 

Drácula foi uma releitura! Resolvi pegar para reler por dois motivos, o primeiro é que ele é todo escrito em forma de cartas e de diários escritos pelos personagens, o que o classifica no tema do desafio literário de janeiro. Segundo porque no início do ano fiz o maridão parar para assistir o filme Dracula do Coppola, que é um clássico também, e claro, fiquei com vontade  de reler o livro, até para fazer a obrigatória comparação entre os dois :-)

Pois então, Dracula de Bram Stoker é realmente tão sensacional quanto eu lembrava. Com um ritmo extremamente rápido para um livro escrito no século XIX, e com uma história muito envolvente e bem escrita, é a receita perfeita para um sucesso que atravessa gerações e que inspirou diversos outros clássicos, além de abrir as portas para a literatura supernatural.

A única coisa que me incomodou, foi que eu resolvi ler a versão original em inglês (claro!) e, além dela ter sido passada para o kindle por voluntários (o que gerou alguns problemas de formatação, que fazem parte dos livros gratuitos para kindle), o texto original é tão pomposo que precisei usar diversas vezes o dicionário (que sempre indicava que a palavra era de uso antigo) e ler mais devagar, pois as frases eram escritas de uma outra forma, que não se usa mais, logo não estou acostumada. É quase um Shakespeare, só que mais fácil porque a ortografia ainda é a mesma. Exceto quando Bram Stoker simula o sotaque de marinheiros, essas partes eu simplesmente desisti de entender tudo.

Para quem não sabe, o livro narra a história de Jonathan Harker, um advogado que viaja para a Transilvânia, para tratar de um cliente excêntrico, o Conde Drácula. O Conde está comprando uma propriedade na Inglaterra e logo Jonathan percebe que tem algo estranho com o velho aristocrata, perdendo a noção do que é real e do que é sua imaginação. Enquanto isso, sua noiva Mina o aguarda, trocando cartas com sua amiga Lucy, que adoece de forma repentina. Para descobrir que doença exótica que ela tem, onde ela perde imensas quantidades de sangue é chamado o médico e cientista Professor Abraham Van Helsing (outro personagem clássico!).

Caso você não tenha paciência para ler o livro, que é realmente um pouco longo, o filme de 1992 do Coppola é uma boa adaptação cinematográfica. A única parte inventada para o cinema é o relacionamento bizarro entre Mina e Drácula.

Nota 10 (para o livro!), como não podia deixar de ser.