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domingo, 27 de agosto de 2017

The Prize: The Epic Quest for Oil, Money, and Power - O Petróleo





Winston Churchill changed his mind almost overnight. Until the summer of 1911, the young Churchill, Home Secretary, was one of the leaders of the "economists", the members of the British Cabinet critical of the increased military spending that was being promoted by some to keep ahead in the Anglo-German naval race. That competition had become the most rancorous element in the growing antagonism between the two nations. But Churchill argued emphatically that war with Germany was not inevitable, that Germany's intentions were not necessarily aggressive. The money would be better spent, he insisted, on domestic social programs than on extra battleships.

Then on July 1, 1911, Kaiser Wilhelm sent a German naval vessel, the Panther, steaming into the harbor at Agatir, on the Atlantic coast of Morocco. His aim was to check French influence in Africa and carve out a position for Germany. While the Panter
was only a gunboat and Agatir was a port city of only secondary importance, the arrival of the ship ignited a severe international crisis. The buildup of the German Army was already causing unease among its European neighbors; now Germany, in its drive for its "place in the sun", seemed to be directly challenging France and Britain's global positions. For several weeks, war fear gripped Europe. By the end of July, however, the tension had eased - as Churchill declared, "the bully is climbing down." But the crisis had transformed Churchill's outlook. Contrary to his earlier assessment of German intentions, he was now convinced that Germany sought hegemony and would exert its military muscle to gain it. War, he now concluded, was virtually inevitable, only a matter of time.

SPOILER FREE

"The Prize" é um livro que ocupava espaço na minha estante há quase 10 anos. O problema dele é ser muito grande e pesado, sendo impossível lê-lo sem o auxílio de uma mesa ou outro apoio, o que não ajudava. A questão dele ter mais de mil páginas com letra miúda também não estimulava. Então, eu cheguei a conclusão que estava na hora de um basta. Comprei a versão original em inglês para Kindle (a que eu tinha era uma reedição do livro traduzido para o português, com o título "O Petróleo") e comecei a ler. Acho que li até rápido, levei dois meses e meio.

Esse livro é considerado por muitos a obra prima do autor, Daniel Yergin, um economista americano que estudou por quase toda a sua carreira questões relacionadas a geopolítica e petróleo, e com esse trabalho ele ganhou o Pulitzer de não ficção de 1992. Esse livro também é considerado aqui no Brasil uma espécie de bíblia da geopolítica do petróleo, pois é uma das poucas (senão a única) obra que abarca a história do petróleo desde meados do século XIX até quase o fim do século XX. Não é a toa que o bicho tem mais de 1000 páginas, e quase um quarto delas é de referências.

Questões de posicionamento ideológico do autor à parte, o livro é realmente muito completo. Pense em qualquer coisa que possa se relacionar ao petróleo nesse período e ela estará minimamente descrita e explicada ao longo do texto. E com referências. Agora acrescente o fato de que Daniel Yergin sabe escrever, quer dizer, o seu texto é leve para um assunto tão denso e pesado, e dá gosto de ler, arrancando algumas gargalhadas no caminho. E para deixar ainda mais interessante, ele ainda consegue apresentar a história mundial desse período do ponto de vista do petróleo, não só como justificativa para resultados de conflitos como também como razão para eles ocorrerem. E não, ele não esquece de ninguém envolvido.
Apesar de ser um trabalho de pesquisa fenomenal e ainda por cima bem escrito, Daniel Yergin cai na armadilha das figuras pejorativas (que certamente ajudam na leveza do texto), que são o seu grande pecado com relação a imparcialidade. E, claro, isso ocorre de forma mais clara e é mais recorrente quando a vítima não é ocidental, mais especificamente americano ou europeu. E nem mesmo esses escapam por todas as vezes.
É um livro que realmente é leitura obrigatória para quem trabalha na indústria do petróleo, para os fãs de história também (em especial das guerras mundiais), mas como todo livro que se propõe a explicar/contar/analisar história, é preciso que seja lido com a devida cautela.
Super recomendo.
Nota 9.

Beautiful Mistake


There has to be a corollary scientific relationship between being genetically blessed and acting like an asshole.

I looked again at the reason for my friend's inebriation standing outside the men's room. Of course, the line for the ladies' room was five deep, because only men should be allowed to relieve themselves at their leisure. Married Guy was standing there, texting away on his phone - probably lying to some other unsuspecting woman. I studied his left ring finger as his fingers worked furiously. No ring. Shocker. I'm sure a shiny metal band that symbolizes eternally committing yourself to another person tends to make selling that you're single and looking for the woman of your dreams more difficult.

SPOILER FREE

Infelizmente já não é mais segredo que eu curto ler esse tipo de livro mais "trash" de vez em quando. Mas mesmo esse tipo de livro tem lá seus padrões de qualidade dentro do gênero (o mais baixo, por exemplo, são coisas tipo "50 tons de cinza" - uma das resenhas que mais me diverti em fazer).

O problema da Vi Keeland não é a qualidade da escrita (como acontece com os livros cinzas), mas a questão do que ela considera sexy. Qualquer cena de sexo que começa com "eu devia me sentir mal/humilhada/coloque o adjetivo ruim de sua preferência MAS eu me sinto o contrário" não pode ser boa. Então, a razão maior de existir desse tipo específico de livro não funcionou para mim em "Beautiful Mistake", o que é uma pena, pois é desperdício de escrita razoável, personagens interessantes e ideia principal de enredo com potencial.

Eu digo ideia principal porque o enredo também tem lá os seus problemas. O maior deles a questão de ser muito, muito, muito clichê. A pior parte é que não precisava ser.

Enfim, não pretendo ler mais livros dessa autora. Prefiro esperar outros da Vivian Wolkoff.

Nota 4.

sábado, 19 de agosto de 2017

The Tiny Book of Tiny Stories, Vol. 3



SPOILER FREE

Preguiça é uma coisa muito feia, mas às vezes irresistível (e alguns argumentam que move as inovações tecnológicas), então, vou dar uma copiada bonita em algumas passagens que escrevi para a resenha do "The Tiny Book of Tiny Stories, Vol. 2", até porque a diferença entre o vol.2 e o vol.3 é apenas o conteúdo em si, a alma do livro e o nível de qualidade é simplesmente o mesmo.

Esse é um livro que me foi sugerido por um site meio filosófico, que nem sempre tenho tempo de ler, infelizmente, chamado Brain Pickings. E apesar do nome do autor dizer um ator famoso, mas lá com os seus problemas artísticos, o livro na verdade é de um coletivo de artistas, esse sim "organizado" pelo tal ator.

E apesar da capa com jeito de livro infantil, o conteúdo é puramente artístico, composto de imagens com uma ou duas frases agregadas que trazem reflexões, contam histórias ou só são bonitas de ver.
É o tipo de livro leve, rápido e sensível que pode ser apreciado por qualquer pessoa de qualquer idade.

A versão eletrônica é melhor apreciada em tablet (ou pelo menos um celular com uma tela legal), e vale a pena conferir o tamanho das páginas no aplicativo para melhor observar os desenhos e as palavras, mas para quem curte um livro de papel, sugiro fortemente as versões físicas, que possuem uma capa dura lindíssima.
Acho que essa foi a resenha mais rápida e fácil que já escrevi! Ha! Mas brincadeiras e autoplágio à parte, curti mesmo o terceiro volume, tanto quanto o segundo, e novamente li no esquema "preciso de algo leve enquanto faço inalação por conta de uma sinusite chata". A parte triste é que não existe volume 4. Eu não me importaria nem um pouco de ler mais um desses.

Nota 9,5.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Adulthood is a myth - Ninguém Vira Adulto De Verdade



SPOILER FREE

Nas minhas leituras noturnas eu tenho dado preferência para livros como esse, da ilustradora e quadrinista americana Sarah Andersen, conhecida pela sua tirinha "Sarah's Scribbles". Mas esse não foi o caso! No final de junho e início de julho (para você ver como estou atrasada nas resenhas) eu peguei uma sinusite terrível, e precisei ficar 20 minutos duas vezes por dia fazendo inalação, e como isso é muito chato, eu acabava usando o tempo para ler. E por estar doente, dei preferência por leituras leves.

Sarah é uma personalidade bastante conhecida na internet, suas tirinhas tem fama de memes com alguma frequência e vivem aparecendo na minha timeline no Facebook, e olha que eu ainda não curtia a sua página (passei a fazer isso hoje ao pesquisar o link para o blog!). Então, não sei o quão útil é apresentar a autora e o seu trabalho. Ela é tão conhecida que o livro já saiu até aqui, com o título "Ninguém vira adulto de verdade" (não sei o quão aceitável ficou a tradução, li no original).

Para a galera que curte não gastar dinheiro, é bem provável que você encontre todo o conteúdo do livro na internet, mas não vai estar tudo juntinho, bonitinho e arrumadinho como no livro. Além de que autores da era digital também precisam de apoio financeiro, ninguém vive de curtida no facebook (quer dizer, poucos realmente conseguem essas coisas e mesmo assim não paga exatamente bem).

E para quem nunca ouviu falar (o que espero que seja raríssimo) segue uma página do livro para ter uma ideia da "pegada" da autora!



Como eu sou fã do seu trabalho, adoro o humor da Sarah, nota 10!

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Sleeping giants - Gigantes adormecidos

It was my eleventh birthday. I'd gotten a new bike from my father: white and pink, with tassels on the handles. I really wanted to ride it, but my parents didn't want me to leave while my friends were there. They weren't really my friends though. I was never really good at making friends. I liked reading; I liked walking in the woods; I liked being alone. And I always felt a little out of place with kids my age. So when birthdays came by, my parents usually invited the neighbor's kids over. There were a lot of them, some whose names I barely knew. They were all very nice, and they all brought gifts. So I stayed. I blew out the candles. I opened the presents. I smiled a lot. I can't remember most hte gifts because all I could think of was getting out and trying that bicycle. It was about dinnertime by the time everyone left and I couldn't wait another minute. It would soon be dark; once ir was, my father wouldn't let me leave the house until morning.


SPOILER FREE

Esse foi um livro que escolhi para ler para o tema "uma história que se passa no futuro", e que eu comprei numa promoção da Amazon porque achei a premissa interessante, porque estava muito bem indicado pela internet, e, por fim, porque achei que o autor era mulher.

Primeiro, Sylvain não é mulher, apesar dos melhores personagens do livro serem femininas (o que já valeu a pena), segundo, o livro é de ficção científica, mas não é clara a época em que se passa a história (mas vou ignorar porque no desafio dizia que podia linhas temporais alternativas, o que certamente compreende esse enredo), terceiro, apesar disso tudo valeu muito ter comprado e lido o livro.

O livro é muito original, não só em termos de enredo e de personagens (amei todos eles, mas especialmente as personagens femininas, que são maravilhosas), mas também em formato. O livro é todo escrito em forma de arquivo, como se você tivesse acompanhando os registros de um caso do governo, com direito a diários de bordo e entrevistas (tem mais entrevistas do que qualquer outra modalidade, mas isso também é original). Por conta dessa característica, confesso que estou doida para ver uma adaptação para cinema ou televisão, ficaria lindo.

O único defeito do livro é que ele tem uma continuação, e o final desse volume é um senhor gancho que torna difícil o leitor se controlar e não comprar logo o volume seguinte (estou exercitando fortemente o meu autocontrole desde então).

Em linhas gerais, o livro tem uma série de entrevistas conduzidas por um personagem que ninguém sabe quem é (ele parece um desses agentes de agências que formalmente não existem), que conversa com diversas pessoas envolvidas num projeto gigantesco envolvendo uma espécie de robô gigante que se supõe que foi criado por extraterrestres quando o ser humano ainda vivia na idade da pedra. Por motivos óbvios, o livro tem uma pegada um tanto de anime japonês. O que, para mim, é positivo.

"Sleeping Giants", lançado ano passado por aqui com o título "Gigantes Adormecidos", é um dos livros de ficção científica mais interessantes que li, e espero que a continuação entre logo em promoção, porque quero saber como a história continua!

Nota 10, acho que a primeira para esse estilo que eu dou!


domingo, 13 de agosto de 2017

Trigger warning - alerta de risco


 Making a chair

Today I intended to begin to write.
Stories are waiting like distant thunderstorms
grumbling and flickering on the gray horizon
and there are emails and introductions
and a book, a whole damn book
about a country and a journey and belief
I'm here to write.

I made a chair.
I opened a cardboard box with a blade
(I assembled the blade)
removed the parts, carried them, carefully, up the stairs.

"Functional seating for today's workplace"
I pressed five casters into the base,
learned that they press in with a most satisfying pop.
Attached the armrests with the screws,
puzzling over the left and the right of it,
the screws not being what they should be
as described in the instructions. And then the base
beneath the seat,
which attached with six 40mm screws (that were
puzzlingly six 45mm screws).

The the headpiece to the chairback,
the cairback to the seat, which is where the problems start
as the middle screw on either side declines
to penetrate and thread.

This all takes time. Orson Welles is Harry Lime
on the old radio as I assemble my chair. Orson meets a dame
and a crooked fortune-teller, and a fat man,
and a New York gang boss in exile,
and has slept with the dame, solved the mystery,
read the script
and pocketed the money
before I have assembled my chair.

SPOILER FREE

Nunca imaginei que eu fosse ficar tão atrasada com minhas resenhas, ainda mais quando o próximo livro na lista fosse do Neil Gaiman.

Como comentei em outros posts, adquiri como novo hábito ler no celular antes de dormir, o que significa que agora eu tenho lido pelo menos 2 livros ao mesmo tempo, um no kindle e outro no celular. E no celular eu tenho dado preferência por livros que não tirem o meu sono, em outras palavras, livros de contos são ótimos para isso e os meus agora tem voado da estante virtual.

"Trigger warning", ou "Alerta de risco" em sua tradução para o português, é um livro de contos do autor inglês Neil Gaiman, famoso por aqui no blog por eu ser uma grande fã. Gaiman é um autor que eu gosto especialmente pelo seu lado sombrio, inclusive quando escreve histórias supostamente infantis. Outros livros de contos que já li dele você pode encontrar aqui e aqui.

Como todo livro de contos, é claro que tem os seus altos e baixos, mas sendo Neil Gaiman os baixos são mais para altos. Além disso, nem tudo são exatamente contos, alguns são novelas (um termo usado pelos americanos para um conto muito grande ou um romance curto), outros são poemas, como o que está ilustrando essa resenha. E para os fãs de carteirinha, esse livro inclui o texto original de "The Sleeper and The Spindle" e um conto com o personagem principal de "American Gods" (que agora virou uma excelente série de TV) Shadow Moon, que é o ponto alto desse volume, na minha opinião.

De forma geral, é um dos livros de contos do Gaiman mais eclético que já li, o que o torna uma excelente opção para quem quer conhecer o autor. Com exceção do último conto, do Shadow Moon, que se aprecia melhor já tendo lido American Gods (ter visto a série não conta, ainda, quem sabe depois da segunda temporada).

Nota 9.