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domingo, 10 de setembro de 2017

The Dance Gods: A New York Memoir

     I looked into the U.S. Immigration Officer in the eye and lied. The lie was planned and consisted of one sentence; my hopes of having a New York City career, dancing with the legendary Martha Graham Dace Company, depended on me saying it convincingly.
     I had spent the past two hours on a packed train, travelling from Toronto to the Canada - U.S. border near Buffalo, practising "the lie". Now the moment had come to sell it. The officer standing beside my seat was tall, thick and anonymous behind blue-tinted sunglasses. He asked the expected question: "What is the purpose of your visit?"
     The truth would have been: "I'm planning on living and working in your country illegally for many years without the required visa or Green Card." I gave my rehearsed answer instead, somehow managing to direct it intact through the butterfly wings beating frantically in my gut: "I'm going to spend a week in New York as a tourist to see the sights."
 
SPOILER FREE

Kenny Pearl foi um bailarino nos anos 70, dançando em companhias de prestígio, como da lendária Martha Graham e Alvin Ailey. Canadense e judeu, diferente de muitos grandes bailarinos, começou a dançar muito tarde, e apesar disso, chegou no topo do mundo da dança.

Em "The Dance Gods" ele nos traz com uma generosidade incrível momentos da sua trajetória, e, não tem como escapar, da história da dança e de diversas lendas, como a própria Martha Graham. E como artista, ele apresenta suas memórias em conjunto com o que acontecia no mundo a sua volta, entrelaçando movimentos culturais, política, história e seus sentimentos e pensamentos.

Além disso, Kenny é muito honesto, não deixa de lado nada do que pode pesar contra ele, como decisões ruins, sentimentos mesquinhos e ações duvidosas. Em contrapartida, ele é muito generoso e respeitoso com seus colegas e mentores, sem deixar de colocar peso em fatos menos agradáveis dos mesmos. Ele nos apresenta pessoas reais, que apesar dos defeitos, tem bom coração e merecem a fama que atingiram.

Em particular, Kenny nos oferece suas pensamentos sobre a dança, o que é ser bailarino, e sua relação com o corpo, a mente, os sentimentos, e o que o descuido com o corpo pode fazer com um artista que depende do corpo para se expressar. Num momento onde várias drogas novas surgiram, assim como novos cuidados médicos, a questão da relação do corpo com uma atividade como a dança é algo muito interessante. E nada simples. Como balancear corpo, mente, sentimentos e arte?

Numa prosa fluida e num belo texto, Kenny Pearl abre o seu coração de artista e sua experiência aprendendo a dançar e dançando ao redor do mundo ao lado de grandes nomes da dança. É um dos livros mais bonitos que já li sobre o assunto. Sensacional não é suficiente para descrever.

Nota 10.

Um comentário:

  1. Que bacana! Tenho lido mais biografias nos últimos tempos e é sempre bom encontrar referências de livros assim, que trazem não apenas as memórias do biografado mas também um pouco da história que se desenrolava ao seu redor, do contexto maior que só as imediações do escritor. E é um ponto de vista interessante; eu não tenho tanta proximidade com o mundo da dança, então isso é algo novo pra mim. Anotarei por aqui.

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