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domingo, 4 de março de 2012
Peter Pan
SPOILER FREE
E já no segundo mês do Desafio Literário eu me atrasei... mas foi por conta de uma gripe muito muito muito chata que me persegue há mais de uma semana e ainda não me deixou em paz! Mas atrasada ou não aqui vai a última resenha do mês "nomes próprios"!
Se tem uma história infantil que eu sempre adorei, essa história certamente é Peter Pan! O menino que nunca cresce sempre me fascinou... acho que é porque eu curti demais ser criança :-)
Mas especulações à parte, eu peguei a versão original da história, num livro comprado bem baratinho na última bienal, e só depois de pegar para ler a linda publicação da Collector's Library é que eu descobri que 1) o livro tinha DUAS histórias, uma com o primeiro conto em que o autor mencionou Peter Pan (que, aliás, é adorável e lembra demais o filme De Volta Para a Terra do Nunca), 2) a peça fez tanto sucesso que depois o autor criou o romance, que 3) não se chama Peter Pan e sim Peter and Wendy.
Depois de toda essa reviravolta caí de cara no livro, que além de ter explicações muito bem colocadas sobre a vida do autor no final, é lindamente ilustrado! Fora a capa dura, as páginas com as bordas douradas e o fato de já vir com um daqueles lindos marcadores de pano embutido... dá gosto de ler livro assim.
Mas vamos às histórias, senão esse post não termina :-)
A primeira história é na verdade um conto meio doido, que começa sobre a vida do narrador e como ele leva um menino para passear num parque, e depois descamba para como vivem as fadas, de onde vêm os bebês e só depois é que aparece o Peter Pan, e a partir desse ponto a história passa a ser sobre ele e suas aventuras. É muito interessante, porque lembra muito como alguém conta uma história, e no meio do caminho a pessoa lembra de alguma coisa muito interessante e a partir daí a conversa muda de rumo. Achei inesperado para um conto do século XIX. E muito fofo! E claro, nesse conto você já percebe diversas ideias que depois estarão presentes na peça Peter Pan! É legal você ver como as ideias foram crescendo e amadurecendo na mente do autor... é uma leitura leve e fascinante!
A segunda história é o grande clássico da literatura infantil, que, vamos ser sinceros, não foi escrito para criança! É bem legal você ver como a história foi realmente concebida, sem aquelas amenizações da Disney ou sem cortes e simplificações para os livros infantis. Peter é muito mais sacana e doidinho! Às vezes você tem até raiva dele! Mas ele é uma criança, no sentido mais puro da palavra, e você acaba por perdoa-lo, não sem querer deixa-lo de castigo, claro! Mas com a vida que ele leva... bom, já pode ser considerado um castigo, então a gente deixa pra lá. E a Sininho/Tinker Bell??? Nossa, fiquei impressionada com ela! Nada fofinha.
A história é lindamente escrita, e é mesmo muito mágica... mas... é preciso relevar como o autor trata os personagens femininos. Sério, tinha vezes que eu precisava respirar fundo e contar até dez, me lembrar que foi escrito na Inglaterra Vitoriana e que o autor apenas está dizendo o que se pensava mesmo na época. Mas é revoltante. Mulheres não servem para nada a não ser cuidar da casa e dos filhos. E são burras e escravas dos seus sentimentos, sem nenhum auto-controle. Fora que simplesmente não tem um corpo forte o suficiente para brincar de correr e pular. Sério, era isso mesmo que se pensava. (o pior é que tem gente que ainda pensa assim...)
Mas ainda assim é uma leitura imperdível!
Nota 9
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