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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Como ser mulher


SPOILER FREE

Demorei mais de uma semana para parar e fazer essa resenha na esperança de que eu conseguisse encontrar mais coisas positivas sobre esse livro. Mas minha espera foi em vão.

Resolvi ler esse livro porque ele foi comentado de forma positiva ou interessante em sites sobre o feminismo que eu acompanho (para os curiosos, as resenhas podem ser encontradas aqui e aqui), e sinceramente eu estava a fim de ler algo engraçado. E qual foi a minha surpresa quando descobri que o livro não é tão feminista assim e nem é engraçado.

Para quem nunca leu absolutamente nada sobre feminismo e tem asco dessa palavra, o livro é ótimo. Mas para quem tem um mínimo de leitura ou profundidade no assunto o livro deixa muito a desejar. Lembro que algumas vezes eu chegava em casa irada com o que eu tinha lido e tinha altas discussões com o maridão feminista destruindo tudo o que o livro colocava. Foram quase duas semanas tensas de leitura. E nesse período eu ri só uma vez de uma passagem do texto, que eu nem me lembro mais qual foi.

O problema é que a autora se propõe a escrever um manifesto feminino moderno sem nunca ter estudado o assunto (ela diz que leu uma autora durante o texto, mas também só fala dela e de mais ninguém, a não ser que você considere a Lady Gaga uma grande estudiosa do feminismo). Dessa forma o texto de Caitlin Moran é mais raso do que piscina infantil, e as coisas que ela menciona como grandes descobertas dela sobre a opressão à mulher no mundo moderno não são lá grandes coisas, dado que de vez em quando os mesmos assuntos que ela aborda como uma grande opressão que ela descobriu já viraram assunto de revista de moda. Sério, se já virou assunto de revista de moda é porque todo o mundo já reparou que é uma opressão. O problema (que a Caitlin também não aborda bem) é PORQUE ninguém faz nada depois que já se jogou a m... no ventilador.

Em diversas passagens fica clara a falta de estudos da autora (pode ser por conta da infância realmente difícil que ela teve), e boa parte do texto mais parece uma redação de adolescente. Grande parte dessa impressão fica por conta de a) todas as anedotas autobiográficas que compõem a maior parte do livro, b) o uso exacerbado da linguagem da internet, com direito a muitos pontos de exclamação e caixa alta. Tem mais cara de post de blog de que de livro. Mas sei que essa última parte "estilística" é um preconceito meu. Já a falta de conhecimento de Caitlin e a linguagem adolescente eu sinceramente achei um descaso com o leitor, já que o livro não se vende como sendo escrito para adolescentes nem para quem nunca leu nada sobre o feminismo. E mesmo para quem nunca leu nada sobre o assunto, o livro diversas vezes faz um desserviço à causa. Confesso que fiquei com vergonha alheia em diversas passagens.

E eu vou parar por aqui, antes que eu diga algum spoiler no meio de um ataque de raiva.

Nota 4, porque adorei a capa.

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