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terça-feira, 16 de setembro de 2014

As Brumas de Avalon - 4 volumes



SPOILER FREE

Então, pela primeira vez esse ano estou super atrasada, isso porque inventei de ler mais um brutamontes: As Brumas de Avalon (a série completa de 4 livros, é claro, senão não tinha graça). E óbvio que eu dei "sorte" de tirar férias justamente nesse período, e meu tempo para ler simplesmente desapareceu e por isso demorei muito, mas muito mais do que o previsto lendo o volume único da série que eu tenho para kindle (graças a deus! imagina carregar o bruto no muque?).

Fiz essa escolha porque em agosto o tema de um dos Desafios Literários que estou seguindo era uma releitura (li essa série aos 15 anos, então faz muito mas muito tempo que eu li), de outro desafio o tema era uma aventura e de outro um clássico de aventura. E como considero que todas as versões da história do Rei Arthur são aventuras e As Brumas é um clássico, os 4 volumes da série estavam contando para todos os desafios (inclusive para o quarto desafio, que é ler 52 livros no ano - com esses cheguei a 46 segundo a contagem aproximada do Goodreads). Os livros que compõe a série conhecida como "As Brumas de Avalon" são: "A Senhora da Magia", "A Grande Rainha", "O Gamo-Rei" e "O Prisioneiro da Árvore", no total são aproximadamente mil páginas. Ah, sim, e caso alguém ainda não saiba, "As Brumas de Avalon" conta a história do Rei Arthur e sua corte, mas o seu diferencial é que ela é contada a partir do ponto de vista das mulheres presentes na história, além de focar na mudança religiosa do paganismo celta-druida para o cristianismo. Por isso, às vezes, a série é considerada feminista.

Mas indo para a análise do conteúdo dos livros, fazia muito tempo que eu não relia algo, e a experiência de ler novamente "As Brumas" foi muito especial. Lembro nitidamente da sensação de ler os livros pela primeira vez, do fascínio que senti e de como foi importante essas leituras para mim na época. Reler o texto hoje foi muito interessante, os livros continuam maravilhosos, e a história é tão cativante quanto eu me lembrava, mas depois de mais de 15 anos a minha forma de ver o mundo e os temas tratados pela autora, em especial o paganismo, é bem diferente, por isso a forma como li os pormenores da história foi completamente diversa da primeira leitura, e eu pude ser bem mais crítica do que quando era adolescente e pouco sabia dos assuntos ligados à Wicca.

Achei interessante confirmar algumas impressões bem fortes acerca de alguns personagens do livro, como a Guinevere ser uma chata, o Mordred um fdp e o Arthur meio bundão, mas, em compensação, na minha memória a Morgana era espetacular, e na releitura já não a achei tão especial assim. Confesso que em alguns momentos fiquei sem paciência com alguns personagens e achei que algumas situações foram alongadas talvez um pouco demais da conta ao longo das obras, mas no final a leitura continuou agradável. E eu continuo indicando os livros para qualquer um que se interesse pelas lendas arthurianas e por paganismo. Só não indico como fonte histórica de nada, pois além da mitologia arthuriana, que obviamente é apenas um mito, tem gente que acredita que a parte sobre o paganismo e a forma de culto da deusa e dos druidas e a relação das mulheres na sociedade na época (século V d.C. para os distraídos) esteja bem descrita nesse livro, e infelizmente isso não é verdade.

Outra coisa que achei interessante foi ver que alguns personagens presentes na Trilogia do Rei Arthur do autor Bernard Cornwell também estão presentes aqui, mas eu simplesmente não me lembrava deles nas Brumas de Avalon, talvez seja uma questão de importância que cada autor tenha dado para eles, talvez minha memória é que tenha falhado. De qualquer forma, achei interessante ver esses personagens sendo descritos de formas tão diversas, mas ainda assim mantendo a linha central do mito arthuriano. Agora fiquei com vontade de reler a obra do historiador inglês e fazer uma comparação mais rica entre os pontos de vista de cada autor. Quem sabe, se der tempo nos próximos meses de Desafios Literários? Dezembro é um mês de tema livre!

Nota 9,5 para a série, porque como li um volume único, fica um pouco complicado de dar notas separadas para cada livro.

Um comentário:

  1. Esses livros também têm um valor sentimental forte pra mim. Faz tempo que estou querendo relê-los, mas uma ou outra coisa passa na frente... Morgana nunca foi pra mim tão espetacular quanto muita gente quer ver na série, mas acho que ela é uma personagem feminina muito real, muito humana e isso é que a faz ser tão interessante.

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