Espaço para eu escrever sobre o que eu leio... Com espaço também para falar sobre autores que eu gosto e que eu não gosto... porque falar dos outros é fácil!!!
Pesquisar este blog
terça-feira, 5 de julho de 2016
Purple hibiscus - Hibisco roxo
SPOILER FREE
Depois de passar um mês inteiro do Desafio Literário lendo apenas autoras mulheres, resolvi tentar aumentar minha estatística de leitura de livros escritos por mulheres. E como deixar de fora a maravilhosa Chimananda Ngozi Adichie? A autora do fantástico discurso "We should all be feminists" (que aliás, foi lançado em português, de nada ;-) ).
Em particular, esse foi o livro dela que estava na minha wish list e entrou em promoção sabe lá quando e, por isso, até o momento, era o único de Adichie no meu kindle. (aquele projeto de esvaziar o pobre coitado parece ser um caso perdido, quanto mais eu leio mais livro tem!)
Com relação a "Hibisco Roxo" não vou aliviar não, o livro é realmente pesado. Mas é o tipo de história pesada que não só precisa ser contada como também precisa ser lida. A história violenta da adolescente Kambili tem muitos elementos que são comuns com histórias demais pelo mundo, não só na África. E além disso, funciona não apenas como reflexão, mas também como uma forma de desenvolver a empatia do leitor, não só por pessoas que estavam e estão no papel de Kambili, mas também para entender que muitas vezes a maldade e a violência podem nascer de um desejo de bondade. É o lance do explica mas não justifica, que precisa de alguma forma ser pelo menos reconhecido para que mudanças reais possam de fato acontecer.
O livro trata da história da adolescente de 15 anos Kambili, cujo mundo é limitado pelos altos muros e as árvores de pluméria da casa dos seus pais. Ela vive à sombra do seu pai, rico e católico, que apesar de generoso e politicamente ativo, é extremamente repressivo e religiosamente fanático em casa. Quando a Nigéria sofre o golpe militar, o pai de Kambili a manda junto com o seu irmão para ficar com uma tia, uma professora universitária cuja casa é barulhenta e cheia de risadas.
Foi um livro duro de ler, mas que me prendeu de uma forma incrível, eu tinha dificuldade em parar a leitura no meio, precisava continuar de alguma forma, e li como uma louca até o final. Aliás, que coisa mais linda o fechamento desse livro, não só surpreendente mas também tão cheio de significado, e sem cair na armadilha de um final fechado. Nada disso, o fim é cheio de oportunidades, coisa de grandes autores.
É simplesmente uma obra prima.
Nota 10.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião/crítica/comentário: