Espaço para eu escrever sobre o que eu leio... Com espaço também para falar sobre autores que eu gosto e que eu não gosto... porque falar dos outros é fácil!!!
Pesquisar este blog
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Through the Door
SPOILER FREE
Então... estou numa onda de ler o máximo possível de livros escritos por mulheres porque, bem, é necessário esse tipo de exercício na nossa sociedade. Daí que há uns anos atrás eu comprei a trilogia "The Thin Veil" da Jodi McIsaac e como quero fazer número de livros lidos esse ano, achei que era boa ideia, já que estou meio adiantada com a leitura dos temas do desafio literário (exceto o tema de junho, porque, cara, escolhi muito mal o livro e ele tá emperrado).
Agora já não sei se foi uma boa ideia, nem pegar esses livros para ler nem ter pago a mixaria que paguei por eles.
Veja o meu ponto de vista de compradora: o livro tem temática de mitologia celta (o que eu amo), fala de pessoas com poderes/bruxas/druidas (o que eu adoro), a personagem principal é uma mulher (temática possivelmente feminista!) e foi escrito por uma mulher (que era o meu objetivo!).
Agora veja o resultado: a temática mitológica é celta só nos nomes, a história em si é extremamente bizarra, uma mistura esquisita de seres mágicos com poderes (que são referidos às vezes como deuses às vezes como fadas) que não morrem (são basicamente vampiros nesse sentido), a não ser que sejam mortos (definitivamente vampiros, só que pegam sol e morrem de qualquer coisa e não só estaca, fogo, etc), só podem ter filhos entre si (esquece os vampiros e os deuses, pois os primeiros não podem ter filhos (ouviu, Twilight!) e os segundos podem ter com seres humanos) e que vieram de outra dimensão (é sério). E veja bem, essa é a parte boa da história.
As bruxas/druidas: são humanos que estudam magia e por isso "ganham" poderes mágicos. Mas não são os druidas que você, que conhece alguma coisa de história celta ou da religião antiga conhece, não, são os "druidas de verdade" (porque precisava ofender de alguma forma a galera que segue essa religião, claro).
A parte que poderia ser feminista: pois é... não é nada feminista. Pelo contrário. Talvez seja o livro mais machista que li esse ano, pior do que "Love, Rosie". As personagens femininas são meros capachos dos homens, o tempo todo. A personagem principal aguenta preconceitos bizarros por ser "humana" e mesmo assim continua junto com a família do cara que a abandonou. É muito louco! Ninguém conta nada pra ela (supostamente para aumentar o drama e a tensão no enredo) e ela aceita e fica na boa com todo o mundo. Já mencionei por aqui que detesto enredos baseados na falta de informação proposital? Detesto com todas as forças.
A relação da Cedar (a personagem principal) com a filha e com a mãe é algo... primeiro dá a entender que ela evita a filha porque lembra o namorado que a abandonou grávida, depois a menina é a vida dela. O namorado é um desgraçado que a abandonou sem nem deixar um bilhete, mas ela perdoa num piscar de olhos e tudo volta a ser como era antes. Oi? Como assim??? A mãe parece ser uma pessoa muito legal, ajuda muito e tal, mas daí ela não era nada disso, mentiu a vida inteira pra filha e fica escondendo informação e reclama das decisões desinformadas que a filha toma (vai reclamar como se não conta nada pra ela???).
Enfim, é um desastre.
Nenhum dos personagens é particularmente gostável (exceto o Felix e a Jane, que mal aparecem), a história é uma bagunça e as reações e relações entre os personagens não faz sentido. Mas o mundo que a autora criou com os seres mágicos de nomes celtas é legal, merecia um enredo mais interessante e divertido. Tinha o potencial para ser "Throne of Glass", mas é "Twilight".
Nota 5.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião/crítica/comentário: