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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Tia Júlia e o escrevinhador



SPOILER FREE

Essa resenha está saindo quase um mês atrasada, mas fazer o quê? É a vida que nos atropela de vez em quando.

A ideia era que esse livro também faria parte do desafio literário de setembro, quando o tema era "livro publicado no ano do seu nascimento", e na pesquisa que eu fiz ano passado ele apareceu. Mas alas, descobri depois de lê-lo que ele tinha sido publicado alguns anos antes, e que, provavelmente, ele surgiu na minha pesquisa com a data de publicação no Brasil, não no Peru.

Confusões à parte, gostei demais de "Tia Julia e o escrevinhador", e foi uma deliciosa surpresa por diversas razões. A primeira razão é que o livro é simplesmente sensacional (a nota 10, lá embaixo, está aí pra provar), e eu não esperava por isso porque, há muitos anos atrás, eu tentei lê-lo e simplesmente não consegui. Talvez seja uma questão de (matur)idade ou fase de vida (idade), ou, até mesmo, o fato de que quando ganhei/herdei o exemplar do meu pai eu era adolescente e, obviamente, achava que qualquer coisa que meus pais achassem bom certamente não o era (idade de novo!).

Independentemente da razão do insucesso da primeira leitura, a segunda leitura (e segunda razão de surpresa) me trouxe justamente essa lembrança da adolescência, pois o exemplar que tenho até hoje é justamente o herdado do meu pai, com direito a uma dedicatória fofa (para os padrões de amizade dele) de dois grandes amigos, sendo que todos os três (os amigos e o meu pai) já faleceram, mas deixaram memórias que simplesmente combinam com o enredo de "Tia Julia". Nada como ler memórias que lembram outras memórias (sim, o livro é autobiográfico para quem não sabe, como eu não sabia!).

Voltando à resenha em si, confesso que eu nunca tinha lido nada do Mario Vargas Llosa. E como tenho um certo déficit com relação a leituras latino americanas, foi extremamente positivo eu ter simplesmente amado "Tia Julia", com sua história surreal e entrecortada por pedaços de novelas simplesmente sensacionais, pois agora tenho incentivo para ler ainda mais obras do sul do equador. "Tia Julia" é um dos livros que me faz pensar como às vezes é necessário que o autor viva coisas fora do comum para que possa ter estímulo para escrever. Mas também me faz questionar o quanto daquela loucura realmente aconteceu ou foi fruto da imaginação. Ou talvez seja apenas uma questão de equilibrar os dois?

Livro bom é assim, faz você ficar matutando...

Nota 10!

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