Este livro é um depoimento sobre uma iniciação vivida nos dias de hoje no Ocidente e sobre o caminho que conduz a uma sabedoria, a uma plenitude, a uma harmonia que todos buscamos em nós mesmos e à nossa volta.
Num bonito e frio dia de inverno, tive a sorte de encontrar um Mestre de Obras do século XX, um desses homens que continuam a transmitir um ritual e os valores iniciáticos.
Quando esse homem de estatura média, ombros largos e cabelos prateados se aproximou de mim, compreendi que a minha vida iria se transformar. Eu contemplava, havia mais de uma hora, uma série de esculturas gravadas num dos pórticos da catedral de Metz, convencido de que a busca que me levara até aquele loca não havia sido em vão. As imagens representadas na pedra eram um relato extraordinário, oferecido aos olhos de todos. Contudo, ninguém tivera a ideia de lê-lo e eu mesmo estava perplexo.
SPOILER FREE
Mais um livro do Carnaval! Fazia muito tempo que eu não lia nada do Christian Jacq, um escritor francês que também é egiptólogo. Normalmente eu leio os seus romances históricos faraônicos, que são deliciosos, mas esse eu encontrei certo dia numa livraria (que não me lembro mais qual foi) e não resisti simplesmente porque trata dos símbolos encontrados numa catedral medieval. E eu adoro simbologia!
De certa forma, esse livro me lembrou muito o livro sufi "A conferência dos pássaros", só que menos poético, já que não há uma história, uma narrativa, que sirva de alegoria para o Caminho. As explicações são bem mais diretas, as alegorias ficam a cargo dos símbolos utilizados no portal da catedral para cada "grau de sabedoria" e dos mitos e histórias que são mencionados conforme a conversa entre o autor e a figura do Mestre de Obras vai se desdobrando.
De forma geral, o que me incomoda nesse tipo de livro é a total ausência de figuras ou alegorias ou símbolos femininos, o que eu considero muito bizarro, visto que o ser humano (estou sendo totalmente genérica aqui de propósito) possui traços masculinos e femininos que precisam ser equilibrados e trabalhados, ninguém pode esquecer nenhum dos dois lados dessa balança. Podemos argumentar que alguns dos símbolos apresentados tem conexão com o feminino, sim, mas a jornada em si parece ser exclusivamente masculina, no sentido em que parece ter sido pensada unicamente para um homem estereotipado, e um homem sem família.
Não deixa de ser bonito e informativo. O trabalho com símbolos é riquíssimo e cheio de ensinamentos valiosos, mas penso que para sermos mais completos precisamos ir além do que é apresentado aqui. Isso é uma birra pessoal minha com caminhos onde só existe um deus e ele é visto como uma figura masculina, sempre me incomodou.
Mas certamente vale a leitura. Christian Jacq sempre nos traz textos deliciosos de ler.
Nota 9.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião/crítica/comentário: