SPOILER FREE
Aproveitando o último respiro de março, com o tema do Desafio Literário Popoca de autores orientais, resolvi ler algo um tanto quanto diferente, por mais que o livro tenha feito tanto sucesso que virou filme em 2018. Dessa vez apostei num autor de Cingapura.
Cingapura é uma ilhota ao sul da Malásia, e é uma versão mais chique e mais rica do país asiático, que, por acaso, visitei ano passado (super recomendo aliás). Também é uma versão mais chinesa e mais ocidentalizada que o país muçulmano vizinho. O autor Kevin Kwan retrata a porção mais rica de um país bastante rico, não é a toa que o nome do livro ficou Crazy Rich Asians, com a tradução Asiáticos Podres de Ricos em português.
O estilo de vida das famílias retratadas não deixa nada a desejar às famílias reais europeias, sultões e grandes magnatas. E isso tanto do lado de quantidade de dinheiro quanto do lado de esnobismo. Mas, como em qualquer lugar do mundo, existem as pessoas legais e as pessoas letais.
Esse primeiro volume do que veio a se tornar uma trilogia por causa do estrondoso sucesso, acompanha a história de Rachel, uma americana de origem chinesa criada nos EUA desde bebê, que é convidada pelo namorado Nick Young a conhecer sua família em Cingapura. O que ela nem desconfia é que Nick faz parte de uma das famílias mais ricas e influentes do país. Claro também que a família Young é pega de surpresa com uma namorada que ninguém sabia que existia e por isso todos assumem que ela é uma alpinista social atrás da fortuna da família.
A história é retratada sob diversos pontos de vista diferentes, o que torna a leitura bastante interessante, pois o leitor acompanha a trama de todos os lados e é apresentado a muitas opiniões divergentes. E isso tudo imerso numa cultura extremamente rica, diversificada e interessante. O texto, por exemplo, é recheado de expressões de origens chinesas e malaias, de vários idiomas distintos, além de ser apresentado a muitas explicações da riquíssima culinária local (que não recomendo para quem não gosta de pimenta e temperos fortes).
Apesar das tramas diabólicas, a leitura é leve e a história é extremamente divertida. Mal se sente que o livro tem mais de 500 páginas (o que me deixou surpresa quando descobri). É muito claro que a razão do sucesso do autor está nas suas belíssimas construções de personagens, aliado a um senso de humor original e o tempero asiático que o torna exótico, mas facilmente relacionável.
Para tempos de quarentena é uma excelente leitura!
Nota 9.
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