Pesquisar este blog

sábado, 26 de fevereiro de 2022

The Apocalypse of Elena Mendoza



SPOILER FREE

Continuando o Desafio Literário Popoca de fevereiro de 2022, com o tema livro com uma capa ou muito colorida ou um livro que foi comprado porque a capa era bonita, escolhi um livro que não só tem uma capa lindona (tanto a versão original dela quanto a nova), como tem um título super interessante, O apocalipse de Elena Mendoza (em tradução minha, porque nada do autor Shaun David Hutchinson foi traduzido até hoje para o português).

Dessa vez, o autor nos traz a história de Elena Mendoza, nascida de uma mãe virgem (e cientificamente comprovado como único caso de partenogênese da história), e que certo dia, colocada diante de uma situação inesperada, descobre que tem o poder da cura. Porém, cada vez que ela usa esse poder coisas terríveis acontecem.

Eu já conhecia o trabalho de Shaun David Hutchinson do livro The five stages of Andrew Brawley, e como amei, fui com convicção de que esse também seria bom. Adoro estar certa. O apocalipse de Elena Mendoza tem momentos tensos e de ação, mas a história não é sobre isso, é sobre o que cada um acredita estar certo, o poder de escolha individual, também conhecido como livre arbítrio, e ter empatia pela humanidade de todas as pessoas, independentemente de escolhas ruins ou más mesmo.

Por ser um livro sobre escolhas, e com uma protagonista com a escolha mais difícil a ser feita, o enredo é um tanto quanto lento, porque todo o drama gira entorno de como Elena vai escolher, e ela no fundo não quer fazer uma escolha. Mas, no caminho temos situações muito interessantes e um dos poucos livros que a maioria dos personagens não são héteros e onde isso não é o tema central da história que eu já li, o que é muito bom para variar. 

Shaun escreve muito bem, e sua voz para Elena convence e engaja o leitor no problema em questão, escolher quem deve ser salvo e como num apocalipse. E apesar do tema pesado e complexo em termos de como lidar com a fé das pessoas, Shaun não só faz escolhas interessantes e fora do padrão (inclusive em termos religiosos), como ele consegue trazer humor para a narrativa.

É um livro que vale tanto pela capa quanto pelo conteúdo.

Nota 9.

Broken (in the best possible way)

 


SPOILER FREE 

Para o Desafio Literário Popoca de fevereiro de 2022 o tema é livro com uma capa ou muito colorida ou um livro que foi comprado porque a capa era bonita. Esse caso é uma mistura de motivos. Particularmente, amo a capa de Broken pintada pelo artista Omar Rayyan, e teria pensado em comprar esse livro só por causa dela. Só que eu adoro o trabalho da autora Jenny Lawson, e teria comprado o livro independente da capa. Mas, claro, uma capa com a autora pintada segurando um monstro fofo é simplesmente irresistível e um bônus.

Jenny Lawson é uma figura interessante, seu blog me proporciona bons momentos semanais, e eu já li os dois outros livros dela, Alucinadamente Feliz e Vamos fingir que isso nunca aconteceu, e amei os dois. Não havia a menor chance de eu deixar Broken passar sem ler. 

A autora sofre de diversos distúrbios mentais e problemas de saúde, incluindo depressão, ansiedade e uma doença autoimune. Mas, ela consegue escrever sobre isso com uma honestidade bem humorada e sarcástica que não só torna a leitura agradável, mas também ajuda a entender melhor as suas questões e tornar o leitor mais empático com outras pessoas que possam ter problemas parecidos. Melhor tipo de literatura, né?

Entretanto, Broken foi escrito durante a pandemia, e eu confesso que acompanhei o processo no blog da Jenny, e não foi fácil. Atribuo a isso a minha sensação ao ler Broken, que foi diferente dos livros anteriores dela. Minha percepção é que a autora não estava nos seus melhores momentos, e, bem, por questões de prazo e da vida, ela fez o que dava para terminar o livro, mas, o resultado final não é o seu melhor trabalho. 

O livro tem bons momentos, assim como os volumes anteriores, é quase que uma coleção de causos e pensamentos da autora, e alguns dos capítulos são brilhantes. Porém, na média, Broken não é tão bom. Vale a leitura, claro, mas se você nunca leu nada dela eu indicaria os dois outros livros.

Mas, esse tem a capa mais bonita, sem a menor dúvida. Pena que como foi lançado em 2021, ainda não tem tradução para o português.

Nota 8.