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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Kabir Cem Poemas



Por que me procuras tão longe, amigo,
Se estou sempre contigo?  

Não no templo ou na mesquita,
Não no Kailasa ou na Kaaba.   

Não no ritual ou na cerimônia,
Não no ioga ou na renúncia.  

Busca-me e me encontrarás.
Tua procura só durará um instante.  

Kabir diz: Escuta, meu irmão! 
Ele é a respiração da respiração.

SPOILER FREE

Mais um livro de poesia (estão todos acabando! Mas tenho outros para começar!), dessa vez um poeta de nome sugestivamente árabe, mas na verdade indiano, que mistura o misticismo hindu com o sufi. Coisas que a Índia nos traz...

Esse livro em particular, publicado por uma editora voltada para assuntos mais esotéricos, traz uma versão para o português do livro traduzido pelo escritor indiano Rabindranath Tagore, de uma seleção de cem poemas do poeta-místico Kabir, para o inglês em 1915 (este é domínio público e se encontra na internet). A versão, criada com direito a inúmeras notas de rodapé riquíssimas, é do José Tadeu Arantes, que me pareceu fazer um bom trabalho, visto que meu livro terminou lotado de marcações de poesias maravilhosas.

Antes de esbarrar com esse livro durante as compras para o Natal eu confesso que desconhecia o poeta, que me lembrou muito, mas muito mesmo, o maravilhoso Rumi. Logo, não havia como não gostar de sua poesia, que é realmente tocante para quem curte o poeta sufi persa. Com o extra de trazer diversas referências a linhas hinduístas, das quais tenho um pouco mais de conhecimento após a leitura desse livro. As notas de rodapé ajudaram muito nesse sentido, fora o prefácio e o pósfácio, que também são muito enriquecedores.

Pena que são apenas cem poemas, e não existem outras obras de Kabir em português (que eu tenha encontrado). Espero que estudiosos como Arantes remediem esse problema.

Nota 10.

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