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terça-feira, 6 de abril de 2010

Como falar dos livros que não lemos

Esse foi um livro que me fisgou pelo título, passei por ele numa livraria e parei imediatamente para dar uma olhada. Obviamente saí com ele debaixo do braço, pois como um professor de literatura francês pode escrever sobre a não-leitura? Fiquei intrigadíssima.

Antes mesmo de começar a lê-lo comentei sobre ele com algumas pessoas, que ficaram horrorizadas com a ideia, o que achei bastante divertido. Até eu mesma olhava a matéria com preconceito, mas a curiosidade era maior e resolvi ler o livro, dando uma chance para essa história de não-leitura.

Me surpreendi. Primeiro porque o livro é praticamente sobre filosofia, segundo porque descobri tabus que estavam na minha frente e que eu nunca tinha percebido ou pensado ativamente sobre eles, e terceiro, porque me descobri como não-leitora.

Recomendo muitíssimo a qualquer um, tanto para os que gostam de ler e o têm como hábito, pois certamente aprofunda o entendimento e o relacionamento com os livros, quanto para os que não gostam, pois certamente dará algumas justificativas interessantes para não ler mais nada.

Mas voltando ao livro de Pierre Bayard, ele é muito interessante, não só porque fala de coisas pouco comuns (ele cita outros autores que já trataram do tema, então não é novidade), mas porque ele organiza bem as ideias em torno de assunto tão polêmico, chegando a defender a não-leitura (sem preconceitos pessoal, é preciso primeiro entender o que é a não-leitura para entender o que o autor realmente defende). Não só ele introduz conceitos interessantíssimos, como dá exemplos muito próximos para facilitar a compreensão, usando filmes, livros e ensaios, alguns até bem conhecidos.

Em alguns momentos eu achei o livro meio árido, um pouco complicado demais, principalmente no final, quando ele junta todos os conceitos previamente expostos para fazer a sua defesa, mas tenho certeza de que isso foi devido a uma limitação minha (ou porque eu gosto de ler no metrô, e por isso fica tudo meio picadinho, o que dificulta leituras mais complexas mesmo).

Para quem leu o livro, respondo: não, não me fez voltar atrás ou repensar meu vício, eu gosto de ler!

Vai para a lista de livros recomendados.

Nota 9,5

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