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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

47 Ronins


SPOILER FREE

Mais um livro de promoção da Amazon... estou reparando que essa é uma constante atualmente na minha vida. O lado positivo é que isso significa que o livro custou menos de 5 reais e ainda por cima não ocupa espaço na estante. Reminiscências à parte, li o livro às pressas por conta do filme, que estreou semana passada nos cinemas daqui, e de quebra cumpri uma das metas de um dos desafios literários de fevereiro, que era ler um romance histórico.

Mas voltando ao filme, só para dizer que fiz algum comentário a respeito: evitem, a não ser que você curta filmes estilo sessão da tarde, se esse for o caso, divirta-se. Acho que é a primeira vez desde que comprei um broche com os dizeres "never judge a book by its movie" (nunca julgue um livro por seu filme) que essas palavras fazem um sentido tão literal na minha experiência cinematográfica. O enredo do filme é bem diferente da história "original" (diferente ao ponto do personagem principal do filme não existir no livro), e claro que as modificações, sem nenhuma exceção, pioraram sensivelmente a trama.

Dito isso, posso falar com a consciência limpa sobre o livro.

A versão que comprei foi escrita por um americano estudioso da cultura japonesa, e tem um prefácio muitíssimo interessante de um historiador, que sinaliza ao leitor as distorções e premissas históricas utilizadas nas diversas versões desse fato histórico. Ah, sim, porque a história é real! Os tais 47 ronins realmente existiram, e sua sangrenta história de vingança e honra foi documentada em inúmeras peças e, mais tarde, filmes no Japão. Digamos que eles seriam o equivalente ao nosso Zumbi dos Palmares, em termos de ícones que tiveram a sua história contada e recontada tantas vezes que em alguns momentos virou puramente ficção. Então, o prefácio serve para você localizar dentro da história apresentada no livro o que é fato real, o que é inventado (por falta de provas históricas) e o que é mentira, ou melhor, licença poética para tornar a história mais interessante.

A história trata de um bando de ronins (samurais sem um mestre para servir) que chegou nessa posição vergonhosa por conta da morte de seu antigo mestre, que cometeu um crime, cuja pena era capital, por conta de desavenças com o mestre de cerimônias do xogum. A partir de então o grupo se une para formular uma estratégia de vingança contra o mestre de cerimônias. Vale mencionar que a vingança nesses casos fazia parte do código de honra dos samurais, claro, por isso eles foram considerados heróis.

O autor escreveu então uma versão dessa história épica voltada aos ocidentais, para que nós tivéssemos acesso a essa narrativa fantástica, e ele conseguiu fazer isso respeitando a cultura japonesa de uma forma que me deixou alegremente surpresa. Não tenho certeza se John Allyn já tinha alguma outra coisa publicada, ou se publicou algo depois, mas seu estilo é bem certinho e tranquilo, não chega a trazer mais brilhantismo ao livro (cujo enredo é muito bom, mas não é de sua autoria, claro), mas definitivamente é um ponto positivo.

Nota 8,5.

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