Pesquisar este blog

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Destined to dance: a novel about Martha Graham


SPOILER FREE

Então... esse foi um dos poucos livros na minha vida que fiquei com muita, muita vontade de não terminar de ler. Foi uma luta ir até o final, e eu só fiz isso por dois motivos: 1- a Martha Graham é uma figura histórica importantíssima na dança, 2- se é para falar mal é para falar mal com propriedade.

"Destined to dance" supostamente é um romance histórico sobre a vida da bailarina Martha Graham, uma das pioneiras do que chamamos hoje de dança moderna. Mas o livro já começa fazendo escolhas duvidosas. Veja bem, Martha Graham só veio a falecer em 1991 , o que quer dizer que tem muita gente ainda viva que conheceu e conviveu com ela, fora toda a documentação abundante sobre a sua vida que é de razoável fácil acesso, além das diversas biografias e uma autobiografia já lançadas no mercado, logo um romance histórico precisaria ser feito com muito cuidado.

E já na primeira página a coisa desanda: o livro é escrito em primeira pessoa. Pessoalmente achei de arrogância incrível querer fazer um romance em primeira pessoa sobre uma personalidade com uma autobiografia lançada, mas tudo bem. Só que não para aí. Além de ser em primeira pessoa, o romance se passa no Hades (espécie de purgatório da mitologia grega), onde Martha vai fazer uma revisão da sua vida, numa espécie de auto julgamento. Duplamente arrogante na minha opinião, mas ainda podia ter salvação.

Mas não, o livro é escrito de uma forma absurdamente superficial, parece até um resumo escolar da vida da bailarina e coreógrafa, correndo para listar uma quantidade enorme de informações que não seriam relevantes num romance, só que em primeira pessoa. O que ficou especialmente bizarro, visto que até menções a críticas de jornais e de revistas aos espetáculos da Martha o livro tem. Mal escrito é um elogio.

Quando a tortura termina, a autora pelo menos se dá ao trabalho de mencionar suas fontes, que é a melhor parte do livro. Aliás, confesso que não entendi a preocupação da autora em mencionar o que é verdade ou não é no seu trabalho, visto que apenas os pouquíssimos diálogos e um personagem bizarro no final da história é que são inventados. No mais, tudo é baseado em fatos reais, e apesar de estar em primeira pessoa, é tudo tão pouco aprofundado e corrido que a autora não chegou a correr risco de fazer a bailarina se auto julgar. Afinal, listar trabalhos, relacionamentos, colegas bailarinos, viagens e prêmios não quer dizer nada, fora os relacionamentos é um curriculum, ou um artigo da Wikipedia.

Mais vale ler qualquer biografia já publicada da bailarina.

Nota 2, pela listagem de fontes no final.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião/crítica/comentário: