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segunda-feira, 27 de março de 2017

Show your work!

    When I have the privilege of talking to my readers, the most common questions they ask me are about self-promotion. How do I get my stuff out there? How do I get noticed? How do I find an audience? How did you do it?
    I hate talking about self-promotion. Comedian Steve Martin famously dodges these questions with the advice, "Be so good they can't ignore you." If you just focus on getting really good, Martin says, people will come to you. I happen to agree: You don't really find an audience to your work; they find you. But it's not enough to be good. In order to be found, you have to be findable. I think there's an easy way of putting your work out there and making it discoverable while you're focused on getting really good at what you do.
SPOILER FREE

Mais um livro na tentativa vã e aparentemente fútil de ler o que tem na minha biblioteca do kindle (nem falo mais no aparelho, até porque o pobre bateu as botas no início do ano, uma tristeza). Mas como mencionei no post anterior, tenho lido no celular a noite (pelo motivo de ser mais leve - no sentido literal) e tenho dado preferência a livros curtos e leves - no sentido figurado, e como eu já tinha lido e adorado o grande best-seller desse autor, "Roube como um artista", o que rendeu a inclusão na minha wishlist e posterior compra em promoção deste título, "Show your work" estava na minha biblioteca.

O trabalho de Austin Kleon, além de interessante do ponto de vista das ideias e do trabalho visual que ele realiza ao longo do texto, pode ser considerado de utilidade pública. Talvez porque eu simplesmente concorde com o que ele defende, mas eu prefiro achar que é porque ele tem razão e realmente mostra essas ideias com bons argumentos.

Dessa vez, ele vem mostrar que no mundo "internético" em que vivemos o que não falta é formas de mostrar o seu trabalho e se autopromover (no bom sentido!). E o divertido é que eu já me peguei fazendo diversas dessas coisas, e já cansei de dizer pra outros artistas fazerem também. E aí, eu assumo a culpa, o meu problema pessoal é a falta de constância em realizar essas autopromoções ou partilhas. A única coisa que realmente consigo manter constante é esse blog aqui de leitura :-)

Mas, sem mais delongas, o livro trata de forma muito leve, divertida, cheia de imagens e citações interessantes desses 10 pontos aqui (tradução livre minha):

1.   You don't have to be a genius / Você não precisa ser um gênio
2.   Think process, not product / Pense no processo, não no produto
3.   Share something small every day / Compartilhe algo pequeno todos os dias
4.   Open up your cabinet of curiosities / Mostre a sua coleção de curiosidades
5.   Tell good stories / Conte boas histórias
6.   Teach what you know / Ensine o que você sabe
7.   Don't turn into human spam / Não vire um spam humano
8.   Learn to take a punch / Aprenda a levar socos
9.   Sell out / Esgotado
10. Stick around / Mantenha-se presente

Infelizmente esse livro do Austin ainda não foi traduzido para o português, mas é fácil encontrar o livro em inglês nas livrarias e em e-books. Super recomendo.

Nota 10!

Howl's Moving Castle - O Castelo Animado

   In the land of Ingary, where such things as seven-league boots and cloaks of invisibility really exist, it is quite a misfortune to be born the eldest of three. Everyone knows you are the one who will fail first, and worst, if the three of you set to seek your fortunes.
   Sophie Hatter was the eldest of three sisters. She was not even the child of a poor woodcutter, which might have given her some chance of success! Her parents were well to do and kept a ladies' hat shop in the prosperous town of Market Chipping. True, her own mother died when Sophie was two years old and her sister Lettie was one year old, and their father married his youngest shop assistant, a pretty blonde girl called Fanny. Fanny shortly gave birth to the third sister, Martha. This ought to have made Sophie and Lettie into Ugly Sisters, but in fact all three girls grew up very pretty indeed, thought Lettie was the one everyone said was more beautiful. Fanny treated all three girls with the same kindness and did not favor Martha in the least.
 
SPOILER FREE

Mais um livro no tema "que teve alguma adaptação" para o desafio literário de março, dessa vez para desenho animado pelo mestre japonês Miyazaki. O original foi escrito pela britânica Diana Wynne Jones, famosa por outras séries além dessa, que tem 3 livros, como Chrestomanci (que eu ainda vou ler, está na lista).

A escolha foi meio aleatória, porque o meu kindle virou um tijolo e ainda não peguei outro (estou o usando o do maridão de vez em quando, mas o dele tem acesso limitado à minha biblioteca por motivos ainda não identificados), e como tenho usado o celular para ler antes de dormir, topei com ele no meio da minha biblioteca virtual enquanto procurava algo que não fosse nem longo nem pesado para ler à noite.

E foi uma agradável surpresa! Para um livro publicado em 1986 a personagem principal Sophie é extremamente independente e feminista. Mas isso em termos de época, ela não é nenhuma Celaena, vamos deixar isso bem claro. O romance no livro não é o que eu diria sensacional, mas foge de uma grande parte dos problemas dos relacionamentos de livros young adult e não deixa, de alguma forma, de ser fofo. E vamos lembrar que essa é uma autora mulher quebrando padrões de gênero escrevendo fantasia, e que fantasia!

Falei do relacionamento, mas esse definitivamente não é o foco do livro (ponto positivo!), o que não pode ser dito com a mesma veemência do filme de Miyazaki (ah, os japoneses...). O livro trata muito mais de como superar limites (às vezes autoimpostos) e vencer obstáculos, tanto reais quanto imaginários, o que o torna muito mais interessante. Toda a questão dos relacionamentos familiares, entre Sophie, suas irmãs e a madrasta, de amizades feitas e desfeitas (gente, o que é o Calcifer? que personagem mais delícia), tudo compõe um livro simplesmente bonito e cheio de simbolismos.

Pena que a adaptação japonesa perca parte desses simbolismos e relacionamentos, em parte por conta da necessidade de adaptar a história para menos de 2h de filme, em parte por uma questão cultural, porque o filme é muito japonês mesmo. De todos os personagens, talvez o que sofreu menos modificações tenha sido o demônio Calcifer, porque outros simplesmente foram misturados, estilo três em um. E olha que o filme ficou legal! Perdeu muito da questão do empoderamento da personagem principal (na minha opinião), mas, como eu disse, é uma questão cultural mesmo, no Japão até as personagens femininas empoderadas são assim de uma forma diferente do que estamos vendo surgir no ocidente (isso as personagens que eu conheço).

Agora é esperar o segundo livro da série entrar em promoção para poder comprar e ler!

Nota 9.

terça-feira, 14 de março de 2017

O diabo veste Prada

The light hadn't even turn green at the intersection of 17th and Broadway before an army of overconfident yellow cabs roared past the tiny deathtrap I was attempting to navigate around the city streets. Clutch, gas, shift (neutral to first? Or first to second?), release clutch, I repeated over and over in my head, the mantra offering little comfort and even less direction amid the screeching midday traffic. The little car bucked wildly twice before it lurched forward through the intersection. My heart flip-flopped in my chest. Without warning, the lurching evened out and I began to pick up speed. Lots of speed. I glanced down to confirm visually that I was only in second gear, but the rear end of the cab loomed so large in the windshield that I could do nothing but jam my foot on the brake pedal so hard that my heel snapped off. Shit! Another pair of seven-hundred-dollar shoes sacrificed to my complete and utter lack of grace under pressure: this clocked in as my third such breakage this month. It was almost a relief when the car stalled (I'd obviously forgotten to press the clutch when attemting to brake for my life).

SPOILER FREE

E chegamos no tema do Desafio Literário de março! Livros que tiveram alguma adaptação. Sei que na minha lista eu havia planejado outros livros, mas eu estava com vontade de ler algo mais leve e lembrei de "O diabo veste Prada", afinal como esquecer Meryl Streep?

E ao ler a obra original me deparei com um caso raríssimo em que o filme é melhor do que o livro. Fator Meryl Streep à parte (mas que, claro, contribui muito), o maior problema para mim está na narradora/personagem principal. É uma das protagonistas mais chatas que já vi, chata e imatura. A moça é tão sem noção que tive até simpatia pela Miranda Priestly, deve ser terrível você ter uma assistente que detesta o próprio trabalho e o local onde trabalha e o produto gerado pelo próprio trabalho.

A Andrea é tão antipática que ela só consegue fazer uma amizade na tal revista Runaway. Uma. E é por escolha, porque ela passa o livro inteiro menosprezando ou julgando todos os seus colegas de trabalho e depois não entende porque ninguém quis manter contato. Digamos que ela não é um bom exemplo de networking.

É o tipo de livro em que você passa a leitura inteira tendo uma aula sobre o que evitar na vida e como não se comportar nessas situações. Nem o relacionamento amoroso se safa. O namorado da Andrea é outro chato, metido a superior, que acha que está sempre certo e fica querendo dar lição nos outros. Acho que na verdade nenhum personagem nessa história se safa. São todos chatos.

Se a qualidade da escrita fosse memorável talvez o livro como um todo fosse interessante. Mas não é o caso.

E eu ainda descobri que o livro tem uma continuação, o que eu nem imaginava. E, não, não pretendo nem chegar perto para ler.

Nota 3.

domingo, 5 de março de 2017

A Viagem Iniciática


   Este livro é um depoimento sobre uma iniciação vivida nos dias de hoje no Ocidente e sobre o caminho que conduz a uma sabedoria, a uma plenitude, a uma harmonia que todos buscamos em nós mesmos e à nossa volta.
   Num bonito e frio dia de inverno, tive a sorte de encontrar um Mestre de Obras do século XX, um desses homens que continuam a transmitir um ritual e os valores iniciáticos.
  Quando esse homem de estatura média, ombros largos e cabelos prateados se aproximou de mim, compreendi que a minha vida iria se transformar. Eu contemplava, havia mais de uma hora, uma série de esculturas gravadas num dos pórticos da catedral de Metz, convencido de que a busca que me levara até aquele loca não havia sido em vão. As imagens representadas na pedra eram um relato extraordinário, oferecido aos olhos de todos. Contudo, ninguém tivera a ideia de lê-lo e eu mesmo estava perplexo.

SPOILER FREE

Mais um livro do Carnaval! Fazia muito tempo que eu não lia nada do Christian Jacq, um escritor francês que também é egiptólogo. Normalmente eu leio os seus romances históricos faraônicos, que são deliciosos, mas esse eu encontrei certo dia numa livraria (que não me lembro mais qual foi) e não resisti simplesmente porque trata dos símbolos encontrados numa catedral medieval. E eu adoro simbologia!

De certa forma, esse livro me lembrou muito o livro sufi "A conferência dos pássaros", só que menos poético, já que não há uma história, uma narrativa, que sirva de alegoria para o Caminho. As explicações são bem mais diretas, as alegorias ficam a cargo dos símbolos utilizados no portal da catedral para cada "grau de sabedoria" e dos mitos e histórias que são mencionados conforme a conversa entre o autor e a figura do Mestre de Obras vai se desdobrando.

De forma geral, o que me incomoda nesse tipo de livro é a total ausência de figuras ou alegorias ou símbolos femininos, o que eu considero muito bizarro, visto que o ser humano (estou sendo totalmente genérica aqui de propósito) possui traços masculinos e femininos que precisam ser equilibrados e trabalhados, ninguém pode esquecer nenhum dos dois lados dessa balança. Podemos argumentar que alguns dos símbolos apresentados tem conexão com o feminino, sim, mas a jornada em si parece ser exclusivamente masculina, no sentido em que parece ter sido pensada unicamente para um homem estereotipado, e um homem sem família.

Não deixa de ser bonito e informativo. O trabalho com símbolos é riquíssimo e cheio de ensinamentos valiosos, mas penso que para sermos mais completos precisamos ir além do que é apresentado aqui. Isso é uma birra pessoal minha com caminhos onde só existe um deus e ele é visto como uma figura masculina, sempre me incomodou.

Mas certamente vale a leitura. Christian Jacq sempre nos traz textos deliciosos de ler.

Nota 9.

Batman: O Cavaleiro das Trevas - Edição Definitiva




SPOILER FREE

Mais um livro para o tema de fevereiro do Desafio Literário, que, lembrando, é um livro que tenha sido um marco no seu gênero. E aí, estava eu em casa durante o Carnaval, olhando a estante de Graphic Novels, procurando uma para ler e lembrei que "O Cavaleiro das Trevas" foi um marco, se não no gênero das Graphic Novels (o que acho que é), certamente na forma como o Batman foi retratado a partir da sua publicação.

Escrito pelo doidinho do Frank Miller, a edição definitiva da Panini (que tem mais de uma edição definitiva com capas diferentes, diga-se de passagem) vem com os dois volumes, ou melhor, as duas séries publicados com mais de 10 anos de distância uma da outra e um prefácio bacaninha do próprio autor. O problema, na minha opinião, está na diferença de qualidade entre esses dois volumes.

Enquanto o "Cavaleiro das Trevas" original é realmente sensacional e marcou toda uma geração de quadrinhos e de filmes de heróis, com uma qualidade gráfica excepcional e uma nova Robin maravilhosa, a segunda série morreu muito longe da praia. A diferença é tão brutal e gritante que é difícil aceitar que as duas histórias são do mesmo autor.

Para exemplificar o que eu quero dizer em termos de imagem:

A série original de 1986:

A versão feminina e maravilhosa de Robin!
Essa imagem é linda! Toda a composição é bonita!
Gente, o Coringa passando batom, tem coisa melhor do que isso?
Agora a segunda série publicada depois de 2000:
É tanta coisa complicada que nem sei por onde começar: a roupa da "gatinha"? A posição absolutamente bizarra e desnecessária? A escolha feia de cores e desenho?

Eu só acho que essa é a roupa mais feia da Mulher Maravilha que existe. Fora todo o resto.
Agora, em termos de enredo, a segunda série tem tantos problemas e escolhas ruins que eu nem sei por onde começar ou como abordar sem dar spoilers. A minha sensação é que o autor estava numa fase ruim e cheia de ódio de tudo e de todos e resolveu colocar tudo pra fora de qualquer jeito. E quando eu digo de qualquer jeito eu quero dizer que parece que o trabalho foi feito nas coxas, uma coisa mal feita mesmo. Não sei como deixaram isso ser publicado.

Como faz? Nota 9,5 para o Volume 1 e nota 2 para o Volume 2. A média não faz jus a nenhum dos trabalhos.

A dica é ler só o primeiro e deixa o segundo cair no esquecimento. Não perca o seu tempo.


sexta-feira, 3 de março de 2017

Dreamcatcher - O apanhador de sonhos

   It became their motto, and Jonesy couldn't for the life of him remember witch of them started saying it first. Payback's a bitch, that was his. Fuck me Freddy and half a dozen even more colorful obscenities originated with Beaver. Henry was the one who taught them to say What goes around comes around, it was the kind of Zen shit Henry liked, even when they were kids. SSDD though; what about SSDD? Whose brainstorm had that been?
   Didn't matter. What mattered was that they believed the first half of it when they were a quartet and all of it when they were five and then the second half of it when they were a quartet again.
   When it was just the four of them again, the days got darker. There were more fuck-me-Freddy days. They knew it, but not why. They knew they were caught, but not exactly how. And all this long before the lights in the sky. Before McCarthy and Becky Shue.
   SSDD: Sometimes it's just what you say. And sometimes you believe in nothing but darkness. And then how do you go along?



 SPOILER FREE

Para variar estou atrasada nas resenhas... esse livro foi do tema do Desafio Literário de Fevereiro, onde a ideia era ler um marco de um gênero. Como eu já havia mencionado no meu planejamento de leituras do ano, resolvi ler qualquer coisa do Stephen King porque ele em si é um marco do gênero de terror.

Por uma razão de: achei esse primeiro entre os livros dele no meu Kindle (o que vou considerar como um quase sorteio, uma aleatoridade que está prevista no Desafio desse ano e que em teoria vale mais pontos, mas quem está contando? eu só conto livros) resolvi ler Dreamcatcher - O apanhador de sonhos na edição brasileira.

Apesar de um amigo meu ter comentado que esse volume não era o melhor do Stephen King (o que é verdade, ele não está no mesmo nível de um "Iluminado"), eu gostei muito do livro. Com um quê de ficção científica com direito a invasores alienígenas, Dreamcatcher não é uma história típica do Stephen, mas não é menos divertido por conta disso, até porque mesmo nesse caso o autor não conseguiu escapar completamente do seu gênero e do seu gosto pelo inexplicável que pode ser espiritual.

De quebra, um dos personagens importantes da história é especial! O que achei uma evolução nos livros de King (ainda não tinha encontrado personagens assim nos livros que li dele, então desculpem se deixei algum exemplo de fora). E esse fato não reduz em nada a quantidade de palavrões no texto, fiquem avisados.

Se Dreamcatcher tem um defeito é ser um tanto quanto longo, aproximadamente 900 páginas, o que deixam algumas passagens um pouco longas demais, apesar de que a mudança de ponto de vista da narrativa entre os diversos personagens suavize muito a sensação (e é um ponto positivo). Mas mesmo assim a leitura fica por vezes cansativa. Além, claro, de demorar para terminar. Não é a toa que a resenha acabou saindo no mês seguinte, mesmo não atrasando tanto assim para sair (quase uma semana).

Somando prós e contras, nota 9!

The Illustrious Jade Egg



SPOILER FREE

Esse é um livro tão curtinho que é quase um folheto sobre o uso do Jade Egg, mas extremamente informativo e tranquilo de ler. Imagine um guia rápido com as informações mais importantes que você precisa manter em mãos, é isso.

Para os curiosos (todos, imagino), o Jade Egg é uma prática milenar oriental ligada ao Taoísmo, que consiste no uso de uma gema feita de Jade no formato de um ovo (muito óbvia essa parte) para exercícios e meditações femininas para a saúde do sistema reprodutor feminino. Vale ressaltar que a autora, Saida, foi muito cuidadosa na linguagem que ela utiliza, de forma que o texto é amigável aos LGBTs, o que me surpreendeu positivamente, pois já cansei de ler textos de linhagens espirituais que poderiam não ser preconceituosas, mas que são até o último fio de cabelo.

Eu curti tanto o livro/folheto que fui catar mais livros escritos pela autora e já estou lendo outro, bem mais abrangente no assunto, que consegui encontrar na Amazon.

Nota 10

Leitores interessados no assunto, favor tratar inbox comigo, pois tenho indicações de contatos para esse trabalho no Brasil.