SPOILER FREE
Se
o primeiro livro foi ruim, talvez de propósito ou não, e o segundo foi
uma lição aprendida a duras e longas penas sobre relacionamentos
abusivos e como treinar para ser uma High Fae guerreira, o terceiro
livro, Corte de Asas e Ruína é a guerra!
No terceiro livro
da saga Corte de Espinhos e Rosas, Sarah J. Maas leva Feyre de volta
para a Corte da Primavera, mas dessa vez ela está preparada para lidar
com a situação e sabe exatamente o que ela quer. E isso é só o que
antecede a grande guerra contra Hybern. E a guerra toma conta de todo o
livro, no final das contas, intercalado com romance e sexo, claro.
Se
o segundo livro é sobre Feyre descobrir o que é legal para ela e se
aperfeiçoar, o terceiro é a hora de colocar as mãos na massa, num grande
épico cheio de lutas, sacrifícios, traições e revelações! Sarah J. Maas
vem mostrar como pode ser eclética, com cenas apoteóticas de batalhas.
Porque um romance young adult não precisa ser focado apenas nos
relacionamentos amorosos, claro que não. Apesar deles abundarem ao longo
de todo o livro e serem o provável motivo de muito leitor continuar a
série.
A autora resolve abraçar algumas pautas feministas
ao longo da narrativa, aproveitando para fazer os próprios personagens
questionarem o que acontece no seu mundo, que por sinal é bastante
machista, caso você ainda não tenha percebido nos livros anteriores. Não
só questionarem mas também tomarem ações para mudar o que eles
acreditam ser injusto. É bem interessante, porém nem sempre Sarah
acertar na dose.
Como experiência de leitura, apesar de ser
maior que o segundo, achei que Corte de Asas e Ruína é mais rápido e
objetivo de ler, e cansa menos. Talvez por conta das batalhas e de todo o
clima de intriga entre as cortes do mundo High Fae, que dificulta muito
parar no meio da leitura. Confesso que foram 6 dias tensos, pensando
nos próximos minutos livres que eu teria para continuar a ler. Excelente
sinal para qualquer livro.
Mas o livro não é perfeito.
Independentemente das tentativas feministas e de representatividade de
algumas minorias, Sarah J. Maas insiste em algumas coisas que me
incomodam, mas que fazem parte da avassaladora maioria dos livros young
adult. Tanto em Corte de Espinhos e Rosas quanto em Trono de Vidro ela
insiste na questão de ter um mate (não sei como traduziram esse termo),
que é equivalente a ideia da alma gêmea. Gente, coisa do século passado
isso, por favor. E todo o mundo precisa ter um, para que esse exagero?
Ninguém existe sozinho. Os que não possuem mates são todos maus na
história, sério. Eu entendo a questão dos hormônios, a galera quer ler
sobre casais, ok, mas vamos colocar limite?
Além disso, preciso dizer que o final não me agradou. Depois de tanto esforço para ser diferente no universo atual de young adult, Sarah J. Maas caiu no clichê logo no finalzinho da corrida. Uma pena! E ainda por cima num clichê tão cheio de água com açúcar que meus olhos quase caíram de tanto revirar. Receito o uso de insulina literária para a leitura desse final.
E para que deixar um final tão aberto? Mais 50 páginas (o que são mais 50 páginas depois de 700?) e ela podia terminar a série ali. Mas não. Ela precisava escrever mais um livro. O livro seguinte, Corte de Gelo e Estrelas, que saiu agora em maio desse ano, é tão pequeno perto dos demais (tem menos de 300 páginas) que você fica se perguntando para que ele serve. Além dela ganhar uma grana extra, claro.
Além disso, preciso dizer que o final não me agradou. Depois de tanto esforço para ser diferente no universo atual de young adult, Sarah J. Maas caiu no clichê logo no finalzinho da corrida. Uma pena! E ainda por cima num clichê tão cheio de água com açúcar que meus olhos quase caíram de tanto revirar. Receito o uso de insulina literária para a leitura desse final.
E para que deixar um final tão aberto? Mais 50 páginas (o que são mais 50 páginas depois de 700?) e ela podia terminar a série ali. Mas não. Ela precisava escrever mais um livro. O livro seguinte, Corte de Gelo e Estrelas, que saiu agora em maio desse ano, é tão pequeno perto dos demais (tem menos de 300 páginas) que você fica se perguntando para que ele serve. Além dela ganhar uma grana extra, claro.
Independente
do que vai acontecer no quarto livro, Sarah J. Maas já avisou que o
quinto livro vai ser um spin-off, isto é, a série em si acaba no quarto
livro. Graças aos deuses, de série longa dela já basta Trono de Vidro.
Não entendo essa necessidade de fazer essas séries de livros que não
terminam nunca.
A questão no final das contas é que a série
é bem interessante para aqueles que ainda não percebem a necessidade do
feminismo, e de como algumas questões sociais que ainda temos muito
forte hoje em dia precisam ser mudadas. Mas, se você já está numa fase
mais desconstruída, os livros não parecem grandes coisas.
Tudo depende do que você achou do primeiro livro, quanto mais você gostou dele mais você precisa ler os seguintes.
Tudo depende do que você achou do primeiro livro, quanto mais você gostou dele mais você precisa ler os seguintes.
Nota 8.
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