SPOILER FREE
Depois
de um primeiro livro morno, beirando ao ruim, Sarah J. Maas resolveu
pagar todos os seus pecados e acertar todos os problemas no segundo
livro. E no processo conseguiu reverter completamente a minha percepção
dessa série.
Em resumo: depois de sobreviver,
numa forçação do sentido da palavra, aos testes de Amarantha, Feyre
retorna à Corte da Primavera com o amor da sua vida. Mas coisas começam a
acontecer e ela passa a perceber que o seu conto de fadas não é lá
essas grandes coisas e a se perguntar se é isso mesmo que ela quer para a
sua nova vida (literalmente).
Sarah J. Maas resolveu, não
sei por questões de pegar a galera do amor-romântico-possessivo pelo pé,
ou se por questões de mas você já reparou que a história que você
escreveu é machista?, que estava na hora de apontar tintim por tintim
todos os problemas do relacionamento abusivo do primeiro livro. E isso
ela faz extensamente. Por mais de 600 páginas de livro. É muito defeito
para apontar e corrigir, gente.
Tudo bem que ela incluiu aí
no meio todo o treinamento de Feyre para se tornar uma guerreira e
dominar as magias que ela ganhou no final do primeiro livro. E isso tudo
inclui uma quantidade difícil de enumerar de clímaces (precisei
pesquisar esse plural) e uma lição bastante completa e abrangente de
como um relacionamento legal deve ser.
Pessoas, em especial
os homens héteros, leiam esse livro para aprender como devem tratar
suas parceiras, por favor. Inclui instruções na cama.
Mulheres hétero, de nada.
Preciso
dizer que o segundo livro acaba fazendo valer a leitura do primeiro,
por todos os seus pontos positivos. Ele me fez me apaixonar tanto pelos
personagens que agora eu estou com medo de que a Sarah os mate nos
livros seguintes. Preciso de mais Feyre, Rhysand, Mor, Azriel, Cassian e
Amren na minha vida de leitora. Toda a dinâmica que ela conseguiu
construir para eles é muito divertida de ler.
Mas nem tudo
são rosas. O livro é longo demais, detalhado demais, tudo demais. É
tanta coisa que acontece que o resumo que eu pude usar aqui é ridículo
de pequeno. Pode ser viciante e gostoso de ler, mas cansa. Me senti numa
maratona de leitura!
E Sarah ainda comete um pecado
capital para mim: o livro termina num gancho. Um gancho daqueles bem
ruins de você ler e não ter o livro seguinte para começar assim que
virar a última página. Maldade pura.
Problemas à parte,
Sarah J. Maas subiu de novo no meu conceito e eu recomendo muitíssimo a
leitura dos dois primeiros livros de Corte de Espinhos e Rosas. Vale o
esforço e o gancho, mas já deixe o volume seguinte a postos.
Nota 9.
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