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sábado, 31 de outubro de 2020

The Witches - As Bruxas


 

 SPOILER FREE

Aproveitando o finalzinho do mês para fechar com tudo o Desafio Literário Popoca de outubro, com o tema livros com protagonistas crianças com um dos clássicos da literatura infantil: As Bruxas!

O livro é de Roald Dahl, um aclamado autor inglês que escreveu diversos clássicos que muitos acham que são só filmes, entre eles A Fantástica Fábrica de Chocolate, Matilda e As Bruxas!


Esse ano foi a vez de As Bruxas ganharem um remake em Hollywood. O primeiro filme, de 1990, contava com ninguém menos que Angelica Huston no papel da grande bruxona má e participação especial do Mister Bean, quer dizer, do Rowan Atkinson. E ela protagoniza uma das melhor cena de todos os tempos com uma bruxa. 


O remake saiu direto no HBO Max no dia 22 de outubro por motivos de pandemia. E dessa vez temos Anne Hathaway no papel da bruxona, Octavia Spencer no papel da vó fofa e Stanley Tucci.

 

O filme de 1990 é mais próximo do texto original numa maior quantidade de aspectos, com passagens inteiras tiradas exatamente como no livro. Além de ser mais interessante de forma geral. O remake, infelizmente deixa a desejar perto do original, apesar das boas atuações e da excelente adaptação para o interior norte americano e com um protagonista negro. Que ideia linda desse roteiro, que teve participação do Guilherme del Toro.

Mas, nenhum dos dois se compara ao livro! Roald Dahl é o precursor de Neil Gaiman em termos de histórias infantis com uma boa dose de terror, vide os filmes originais de As Bruxas e Fantástica Fábrica de Chocolate, e seus livros. O autor inglês não disfarça as maldades e por vezes usa de requintes de crueldade em seus enredos.

Isso tanto é verdade que as primeiras adaptações dos seus livros para o cinema tiveram os seus finais modificados para ficarem um tanto quanto mais açucarados. Talvez porque os pais acabam indo junto ao cinema, mas nem sempre leem junto os livros com filhos. Mas seu texto é uma delícia de ler, mesmo com esses aspectos pouco convencionais, ou, na verdade, justamente por causa deles. 

Para aqueles que conseguiram nunca ouvir falar de As Bruxas, o livro, publicado em 1983 com ilustrações de Quentin Blake, em mais uma colaboração com o autor, acompanha a história de um menino de sete anos, sem nome definido, que passou a morar com a avó, uma grande conhecedora de bruxas. Aliás, as descrições originais das bruxas são maravilhosas, ponto pra Roald! Apesar da avó ser da Noruega, os dois se mudam para a Inglaterra, e após alguns problemas vão parar num hotel de luxo, onde, por acaso, está sendo realizada a grande convenção das bruxas do país.

Não é à toa que é um clássico, é uma leitura divertida para todas as idades! E vale a pena ler o livro e assistir aos dois filmes, nada mais maravilhoso para comemorar o Halloween!

Nota 10!

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O Príncipe e a Costureira - The Prince and the Dressmaker


 

 SPOILER FREE

Peguei essa Graphic Novel para ler por motivos de pandemia, e o fato de que é uma unanimidade em termos de agradar os leitores. Pensa num conto de fadas, em que a princesa é Drag Queen, e você tem o maravilhoso e premiado O Príncipe e a Costureira

Publicado no Brasil pela Darkside, numa edição de capa dura com direito a adesivos fofos, o livro ganhou diversos prêmios internacionais em 2018, 2019 e 2020. A autora e ilustradora Jen Wang, é americana, filha de imigrantes de Taiwan, e esse foi o seu primeiro trabalho solo. Mas que trabalho! A Universal Studios adquiriu os direitos de O Príncipe e a Costureira ainda em 2018, e no início de 2020 foi anunciado que Kristen Anderson-Lopez e Bobby Lopez, a dupla por trás das trilhas sonoras de Frozen, Coco e Frozen 2, se juntarão à dramaturga Amy Herzog e ao produtor Marc Platt para fazer o filme.

E como descrever a beleza que é a história imaginada por Jen Wang? A costureira Frances tem como sonho trabalhar apenas com suas próprias criações e ter seu talento reconhecido em Paris. E numa tentativa de satisfazer uma cliente complicada, acaba chamando atenção do Príncipe Sebastian, da Bélgica, que tem como segredo o fato de que gosta de usar vestidos. Os dois se unem e nasce a fabulosa Lady Crystallia que causa alvoroço nas festas de Paris.


É uma Graphic Novel ousada para young adult, feita para quebrar diversos paradigmas, e lindamente ilustrada! Eu não sabia que precisava dela, mas todos precisam de uma história como essa. Fiquei muito feliz de saber que vai virar filme. Quero ir na estreia! E se for animação, torço para que mantenham o traço da Jen Wang, que acertou em cheio.

Nota 10!


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

A Princesa Salva a si Mesma neste Livro - The Princess Saves Herself in this One


 

SPOILER FREE

Quem me acompanha sabe que eu tenho um fraco por poesia, e eu gosto de muitas coisas diferentes dentro desse universo encantador, porém um pouco abandonado. Desde poesia clássica até as coisas contemporâneas mais doidas.

Por conta desse espírito eu não podia deixar de ler a sensação da internet, assim como Rupi Kaur, Amanda Lovelace, que ainda por cima tem livros com títulos tão maravilhosos e sugestivos como: A Princesa Salva a si Mesma neste Livro; A bruxa não vai para a fogueira nesse livro; A voz da sereia volta nesse livro.

Confesso que foi irresistível.

Mas fiquei decepcionada.

Não é que o texto de Amanda seja exatamente ruim, ele só é
um tanto
quanto
repetitivo
um tanto
quanto
óbvio
e ela
acredita
do fundo do seu coração
que poesia
é colocar
uma palavra
em cada
linha.
Às vezes
    ela
        incrementa
            um
                pouco.
Para variar.

E pronto! Vocês já têm uma boa ideia do trabalho de Amanda. A diferença é a temática, que ela trabalha o abuso de mulheres e meninas pelo machismo de suas famílias e namorados. É uma boa temática, está até em voga. Mas, sua poesia não tem profundidade para trazer nada de novo ao assunto.

Eu entendo o seu sucesso. Acho que faz sentido numa época de TLDR ("longo demais, não li" para os desavisados), ainda mais considerando que Amanda Lovelace fez sua fama no Instagram. Mas tem muita coisa melhor, num estilo até parecido, sendo feito hoje em dia.

Nota 7.

The Dark Lord Clementine

 


SPOILER FREE

E finalmente chegou um dos meus meses favoritos do ano, Outubro, mês do Halloween! Tudo bem que o tema do Desafio Literário Popoca desse ano para esse mês não fala disso, e sim de livros com crianças como protagonistas. Mas uma coisa certamente não impede a outra!

Por isso escolhi como leitura para esse mês o fofíssimo The Dark Lord Clementine, da autora norte americana Sarah Jean Horwitz, infelizmente ainda sem tradução para o português. Como o livro foi lançado em 2019, pode ser apenas uma questão de tempo e eu torço para que logo chegue ao Brasil.

O livro, como diz o título, traz a história de Clementine Morcerous, filha de um Dark Lord que está doente, e apesar de ter apenas 12 anos, ela começa a ter que realizar cada vez mais tarefas para manter o grande castelo da família e a sua posição como Dark Lord da região. Como se pode imaginar, o título de Dark Lord para ser mantido precisa incluir aterrorizar a população local, cuidar da plantação de maçãs envenenadas, animais exóticos, como pesadelos, e lidar com a maldição que tem afetado o seu pai Elithor.

O livro é especialmente divertido justamente pelo caráter anti-herói da família Morcerous, que tem um ar que lembra um pouco a Família Adams, se eles fossem retratados como poderosos em uma época medieval. Mas isso é só a superfície da história, que na verdade fala sobre relacionamentos de família, entrada na adolescência e auto descoberta.

Posso dizer com alguma convicção que é um dos livros mais fofos que li em 2020, e a ambientação me agradou muitíssimo. Sei que teria se tornado um dos meus livros favoritos se eu tivesse lido quando criança, ainda mais porque era muito raro encontrar uma protagonista menina com todo o poder de Clementine. Vale frisar que ela não é uma princesa, sua herança é para se tornar mesmo a próxima Dark Lord, sem ninguém acima dela.

Infelizmente o livro tem alguns clichês, mas eu entendo que ele é voltado para o público infantojuvenil e que, por isso, algumas coisas podem ser um tanto quanto inescapáveis. Não chega a atrapalhar a leitura, porém, deixa com o ar de que poderia ser ainda melhor.

Nota 9.