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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Wild Children



SPOILER FREE

Ainda na minha cruzada pessoal para esvaziar o meu kindle, resolvi ler outro livro do autor da série "please, don't tell my parents I'm a supervillain". Dessa vez, Richard Roberts traz um novo mundo, até bem parecido com o nosso em alguns aspectos religiosos, onde crianças podem sofrer uma espécie de transformação onde elas ganham características físicas de diferentes animais, essas crianças são chamadas de "wild chindren" (crianças selvagens).

A premissa é que os animais que as crianças se transformam seriam manifestações físicas dos traços mais fortes de suas personalidades, porém, não se sabe exatamente o porquê, nem sempre as coisas acontecem exatamente da forma que deveriam.

O livro é dividido em diferentes capítulos, onde cada capítulo é narrado por uma wild child diferente, contanto a sua experiência de transmutação e de vida como uma wild child, com direito aos preconceitos envolvidos no processo e mudanças na sua rotina. Porém, conforme as personagens vão sendo apresentadas, elas muitas vezes reaparecem nos capítulos subsequentes, dando uma ideia melhor de como o mundo onde existem wild children funciona, e também da história da sociedade onde elas vivem, especialmente de como os adultos lidam com elas.

De forma geral, esse livro é mais bem escrito do que "please, don't tell my parents", e a capacidade imaginativa do autor é absurda, é pura fantasia. O mundo das crianças selvagens é lindo e ao mesmo tempo perigoso, suas histórias são poéticas e às vezes trágicas, como se o autor pegasse diversas características do mundo real e simplesmente as tornasse mais fortes e incluísse elementos fantásticos que dão um colorido extra único.

Outro fator interessante é que o livro é infanto-juvenil, mas não fica poupando o leitor, o que eu, pessoalmente, acho fantástico.

O único "defeito" desse livro, para mim, é o final. Eu esperava algo mais apoteótico, que desse de alguma forma uma sensação de finalização para as personagens que acompanhei ao longo do livro, então o final me deixou chupando o dedo. O que, definitivamente, não invalidou todo o prazer que senti ao longo da leitura. Valeu a pena cada uma das das quinhentas páginas.

Nota 8,5!

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