SPOILER FREE
E o tema do Desafio Literário Popoca para fevereiro é livros que falem de quarentena! O que faz todo sentido, considerando que continuamos, em teoria, tendo que cumprir distanciamento social durante a pandemia em 2021... e foi assim que decidi pegar um livro lançado em maio de 2020 em Portugal, falando sobre a quarentena de 2020 em Lisboa.
Regras de isolamento é um livro de textos curtos e com fotografias feito pelo casal Djaimilia Pereira de Almeida e Humberto Brito. A escritora Djaimilia começou a ser conhecida no Brasil por conta do livro Luanda, Lisboa, paraíso, e, apesar de ter vivido a maior parte da sua vida em Portugal, é nascida em Angola. Ela é casada com o fotógrafo português Humberto Brito, e juntos, eles fizeram essa coletânea de escritos (a maioria de Djaimilia, mas alguns de Humberto) e de fotos que ambos produziram no primeiro lockdown de Lisboa.
Foi meu primeiro livro de Djaimilia, e posso dizer que apreciei muito seus textos, que apesar de serem sobre a quarentena, acabam sempre evocando outros temas profundos e humanos, como família e ancestralidade. Os textos de Humberto, apesar de terem um estilo bem diferente do da esposa, me surpreenderam, pois tratam da filosofia por trás da fotografia.
De todos os textos de Regras de isolamento, só teve um que não curti, justamente o que me pareceu mais desconexo com a temática do livro. Todos os demais foram uma delícia de ler, apesar da carga do tema, e do fato que, pelo menos eu, continuo cumprindo quarentena. As fotos são bônus, pois são muito bonitas e complementam bem os escritos.
Fiquei surpresa com a velocidade que conseguiram publicar um livro desses. Mal entramos em 2021 e o livro já foi lançado há quase um ano! Quando eu digo que o home office faz as pessoas serem mais produtivas é desse tipo de coisa que estou falando. A rapidez para esse lançamento me surpreende, por mais que, originalmente, a maioria dos textos de Regras de isolamento terem sido publicados em revistas e outras publicações no início de 2020, ainda é um grande feito ele ter sido lançado em maio. É um tanto quanto assustador na verdade.
Certamente o livro serve como um belo cartão de visitas para Djaimilia, eu já comecei a caçar suas obras, se ela conseguiu produzir essas belezas tão rápido e num período tão conturbado, fiquei imaginando a qualidade da sua prosa "normal". Preciso ler mais dela, fato. E se eu encontrar algum artigo do Humberto por aí, certamente pararei para ler também.
Nota 9,5 por causa do único texto no meio que não curti.
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