SPOILER FREE
Como boa leitora compulsiva que sou, mal terminei o segundo livro da série Mercy Thompson, da autora americana Patricia Briggs, e já entrei de cara no terceiro, Beijo do Ferro, como saiu na editora portuguesa Saída de Emergência.
Se no primeiro volume, O Apelo da Lua, conhecemos melhor como funcionam os lobisomens no mundo criado pela autora, no segundo volume, Vínculo de Sangue, conhecemos os vampiros, no livro seguinte era esperado sermos melhor apresentados aos fae. Os fae não são uma novidade, o mentor de mecânica de Mercy, Zee, que aparece logo no primeiro livro, é apresentado como um tipo de fae, um gremlin, um dos poucos tipos de fae que consegue lidar bem com ferro.
Então, dessa vez, é Zee que pede ajuda a Mercedes, e quando ela se envolve na investigação de assassinatos na reserva de faes da região onde ela mora, ela acaba sendo também a única interessada em ajudar Zee quando ele é preso injustamente. Novamente, temos a nossa protagonista, a menos poderosa entre todos os envolvidos, tentando fazer o que ela acha certo e, claro, ela se dá sempre mal, de uma forma ou de outra.
Além do drama do mentor preso, o clima na matilha local de lobisomens está estranho. Para tentar proteger Mercy, o alfa do grupo, Adam, decretou que ela era a sua parceira, mas, ela nunca aceitou a posição. Para piorar a situação, ela está morando com um ex-namorado, Samuel, que depois de abandonar a matilha mais importante do país, resolveu ir morar com ela, numa tentativa de reconquista-la, o que deixa tudo mais confuso.
O terceiro volume da série é mais um mistério do que um livro de ação, com Mercy tentando investigar os assassinatos para limpar o nome de Zee, mas outras tramas, que começaram nos livros anteriores, tem um peso interessante que torna o enredo mais complexo. Mesmo assim, o clímax do livro é pura adrenalina, com uma reviravolta que eu confesso que não esperava. Não sei o quão necessário era ter alguns acontecimentos, que podem gerar gatilho em alguns leitores, mas, deixa a personagem ainda mais interessante, e leva a algumas discussões importantes. O resultado no final das contas me agradou.
A única coisa que realmente me deixa insatisfeita com a série da Patricia Briggs é a falta de personagens femininas que não odeiem a protagonista. É um detalhe que acho triste, e que não vejo nenhum objetivo para ser assim, é só chato e deixa algumas situações bem mais machistas do que o necessário, considerando que Mercy sabe que vive em construções sociais machistas e reclama disso com alguma frequência.
Para quem curte séries de fantasia, recomendo muito Mercy Thompson, com apenas o aviso de gatilho de violência sexual nesse volume.
Nota 9.
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