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quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Inheritance
SPOILER FREE
E mais de 2 anos depois de ter o início da série (apesar do livro ter chegado lá em casa no início do ano, o desafio literário me manteve ocupada até agora), finalmente li o último livro do Christopher Paolini! Foi meio estranho, pois como fazia muito tempo desde que li os livros anteriores, havia muita coisa que eu já não me lembrava direito... mas conforme a história foi andando e o autor foi mencionando o passado de Eragon, as coisas ficaram melhores nesse sentido.
Agora, o autor me deixou chateada, eu sei que gostei do terceiro livro, mas juro que dessa vez, conforme fui lembrando o que aconteceu anteriormente e juntando com tudo o que aconteceu nesse quarto volume, não pude deixar de achar que Paolini estava me enrolando. É um excesso de informação e detalhes que, sério, duvido da sua real importância para a narrativa. Diversas vezes me peguei pensando "que saco, por que a história não anda???". E depois que a história acaba, o livro ainda tem umas 100 páginas!!!! Pura enrolação!
O clímax da história começa na metade do livro! E enrola, enrola, enrola... ainda bem que durante esse mês eu tirei folgas de Inheritance para ler as Graphic Novels do desafio literário.
Agora a parte positiva: o autor sabe descrever batalhas! Todas (e são muitas, acredite) são muito boas e bem descritas, realmente eletrizante! Valeu a pena a enrolação entre elas só para passar pelas emoções dos confrontos! Além disso, o mundo criado por Paolini é muito interessante, a forma como Alagaësia foi criada, as raças foram dominando o seu espaço, e o jeito como funciona a magia é muito interessante e bem montado! A parte das línguas que ele criou é interessante, mas para mim não chamou tanta atenção, gosto mais da mitologia da coisa mesmo.
Anteriormente eu comparei o trabalho do autor com Senhor dos Anéis, e a comparação é válida (inclusive na lenga lenga, excesso de detalhes e até em músicas - apesar de não ter músicas nesse livro), mas no final acho que ele resolveu se inspirar em História Sem Fim II ou III (não lembro qual deles tem o final parecido com o do livro). Eu juro que esperava algo mais interessante ou elaborado, e não algo como: sério, do jeito que a coisa tá indo eles não vão conseguir, mas aí na última hora alguém tem uma ideia brilhante (e bizarra e meio plágio de filme) que resolve o problema. Não gostei da solução do autor, mas isso é culpa dele mesmo, que tanto alongou a história que deixou os seus personagens sem saída. Sabe o problema de tornar os seus personagens tão "overpower" que a coisa ou perde a graça ou você tem que apelar muito pra conseguir resolver o enredo? Paolini apelou feio.
Mesmo assim, o saldo do livro (e da saga) é positivo, pois apesar de todos os defeitos, a leitura é agradável (na maior parte do tempo) e dinâmica (na maior parte do tempo). Temos que levar em consideração também a idade do autor, pois fazer o que ele fez antes dos 30 não é para qualquer um. O rapaz tem talento.
Acho que vale a pena continuar acompanhando o trabalho dele, tem muito a melhorar, mas ele está num bom caminho.
Nota 8 para Inheritance e para a saga como um todo.
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