SPOILER FREE
Preciso começar dizendo que eu adoro Clarice Lispector. A Hora da Estrela é um livro maravilhoso e inesquecível. Além disso, a brasileira nascida na Ucrânia está no rol dos autores clássicos e mais importantes do século XX por mérito, porque ela é mesmo fantástica.
Dito isso, é também preciso apontar que Um Sopro de Vida (Pulsações) é um livro póstumo, organizado para publicação por outra pessoa que não Clarice. Apesar de Clarice estar doente na época que escreveu esse livro, sua doença, um câncer de ovário, só foi descoberto mais tarde e quando já era inoperável. E ele tem cara de exatamente isso.
O livro é uma espécie de literatura experimental, onde temos uma não-conversa entre um autor e uma personagem criada por ele. Parece uma grande busca interna psicológica do porquê os autores precisam de personagens e o que elas significam. Aqui o autor não tem nome, mas a personagem tem, Angela.
É estranho porque o livro não possui uma linha narrativa, e não tem exatamente nem início e nem fim, é só uma grande catarse. Eu não conseguiria dar spoiler nem se quisesse.
Foi um dos livros mais difíceis e chatos que já li na minha vida. Pronto falei.
Tem belíssimas citações, é verdade, mas também me pareceu um exercício muito sem sentido sobre o sentido da escrita. Pura masturbação mental que não me levou a lugar nenhum. Espero em breve ler algo da autora que limpe esse ranço da minha mente.
Nota 3.
Essas coisas acontecem, infelizmente... Talvez nem fosse algo que ela planejasse publicar, não sem revisões, não sem sentido... Essas obras póstumas costumam ser uma faca de dois gumes.
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