SPOILER FREE
Depois de cinco livros torcendo para que pelo menos o final da história fosse satisfatório, finalmente cheguei no último livro da série The Beginner's Guide to Necromancy.
Confesso que quando peguei o sexto livro, eu já não tinha muitas esperanças da história acabar aqui, e fiquei muito, mas muito feliz, de descobrir que sim. Apesar de que ainda será lançada uma novela com um epílogo mais caprichado, e que Hailey Edwards já iniciou uma nova série que continua onde essa termina, mas com foco em outras personagens. Vou tentar não focar na nova série, porque ela já me irritou antes mesmo de eu ler, o que na verdade não pretendo fazer.
Depois de tudo o que aconteceu até esse momento em The Beginner's Guide to Necromancy, o final foi acima da média da série, mas não necessariamente ele é satisfatório. O básico dos problemas realmente foram finalizados, e aquele ar de felizes para sempre não é exatamente ruim, nem é longe do que eu esperava, para ser sincera.
O problema não é nem o fim, mas toda a construção para chegar ali e as coisas fazerem sentido. A série como um todo tem diversos problemas e enrolações que não têm como não influenciar no final, mesmo com um final mais bem escrito.
Um dos problemas é que a sociedade dos necromantes é descrita como matriarcal, e a isso se soma o fato de que a religião deles é centrada numa deusa (não vou tecer comentários sobre a escolha dessa deusa). A ideia em si é muito legal, e certamente torna a leitura interessante. Porém, se a autora não martelasse a descrição da sociedade como matriarcal, essa informação jamais seria óbvia, porque as personagens não se comportam como se vivessem numa sociedade matriarcal.
E é esse tipo de problema que assola a série como um todo. Por exemplo, o nível de poder que pode ser utilizado pelos necromantes parece oscilar ao longo da narrativa, e o poder relativo dos vampiros também. Em diversos momentos eu fiquei me perguntando porque os necromantes ainda eram supremos nessa sociedade se os vampiros me pareciam tão mais poderosos. Esse é o tipo de questionamento que acaba por desmontar o mundo onde a história se passa, e daí vem o poder da autora na narrativa, que se utiliza de descrições sumárias para afirmar coisas que não transparecem no enredo.
No fundo é uma pena, porque as ideias são muito boas, mas a realização deixa muito a desejar.
Nota 7 para o sexto livro e 5 para a série.
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