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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Retrospectiva 2017

Estamos no apagar das luzes do ano, então estou tentando fechar um post de retrospectiva do ano a tempo, levando em consideração que tem livros terminando ainda esse ano no momento que estou escrevendo, o objetivo ainda não está cumprido! Mas os deuses da literatura são poderosos e hão de me ajudar!

Vamos a algumas estatísticas interessantes:

Total de Livros Lidos: 78
Total de páginas lidas: 20.675
Livro mais curto: Invasão: um conto urbano - 5 páginas
Livro mais longo: The Prize - 929 páginas
Média de página por livro: 265 páginas
Total de livros de poesia: 22
Livros brasileiros: 3
Livros de não-ficção: 20
Livros de contos: 4
Livros de vencedores do Nobel: 6
Livros escritos por mulheres: 45

Retrospectiva:

O ano de 2017 começou extremamente auspicioso, primeiro comecei o ano meio doente (o que não é auspicioso, mas releva), então eu precisava de livros que me fizessem me sentir bem, logo, abri o ano só com gente boa: William Blake - The Marriage of Heaven and Hell, Valter Hugo Mãe - Homens imprudentemente poéticos e Ondjaki - E se amanhã o medo. Apostei em alguns nomes desconhecidos para mim, como Randa Ghazi - Sonhando a palestina, que me emocionou muitíssimo e Muriel Barbery - A elegância do ouriço, que já entrou na minha wish-list para eu ler outras obras da autora francesa. Ainda em janeiro, li a fabulosa Amélie Nothomb - Le sabotage amoureaux, Ismail Kadaré - Uma questão de Loucura e Nikki Giovanni - Bicycles. E consegui finalizar alguns livros iniciados no final de 2016, como Um amor feliz - Wislawa Szymborska, Cem Poemas - Kabir e Poemas - Adonis, sendo que esse último eu comecei a ler quase na virada para 2017.

Janeiro foi um mês extremamente produtivo, com todo o tempo que passei em casa de licença médica e de férias. E eu digo isso porque ainda terminei nesse mês mais livros bacanas: Weird Things Customers Say in Bookshops (volumes 1 e 2) - Jen Campbell e Fountain and Tomb - Naguib Mahfouz.

Difícil de manter a qualidade depois de tantos livros, então primeiro dei uns azares, com Natural Year - Jane Alexander, que deixou um tanto a desejar, Ariel - Sylvia Plath, que detestei, e os medianos Dreamcartcher - Stephen King e Batman: O cavaleiro das trevas - Frank Miller. Entremeado a eles, para manter a força, consegui coisas boas como: Poemas - Wislawa Szymborska (virei fã de carteirinha, quero ler pra sempre), The Ilustrious Jade Egg - Saida Desilets (muito informativo, me animou a ler outro livro da autora, que espero continuar a ler no ano que vem), Há Prendisajens com o Xão - Ondjaki e A viagem iniciática - Christian Jacq.

A partir desse ponto a coisa virou meio montanha russa, primeiro com o péssimo O diabo veste Prada - Lauren Weisberg, o que me surpreendeu, pois gosto muito do filme, seguido do fofíssimo Howl's Moving Castle - Diana Wynne Jones, que eu curti tanto que ainda li esse ano suas duas continuações (vamos chegar lá), do muito bacana e leve Show your work! - Austin Kleon, e novamente outro ruinzinho, Petrobras: uma história de orgulho e vergonha - Roberta Paduan.

Esse momento montanha russa atingiu até as leituras de poesia, pois consegui ler Neruda - Teus pés toco na sombra e outros poemas inéditos e Jacques Prévert - Paroles, dois gigantes da poesia, junto com 2 livros meio méh, o Poemas da Antologia Palatina - José Paulo Paes, que não me animou, e o péssimo-nunca-mais-leio-nada-da-autora A teus pés - Cristina Cesar.

Aí entrei numa fase de literatura italiana, pois uma amiga emprestou o seu kindle para eu ler os livros da Elena Ferrante. O que me deixou meio abismada, primeiro porque me emprestaram um kindle, o que achei sensacional, eu não tenho maturidade pra isso, segundo porque Elena Ferrante é maravilhosa e amei tudo: A amiga genial, História do novo sobrenome, História de quem foge e de quem fica e, por fim, The Story of the Lost Child. Sim, o último livro eu li em inglês, minha amiga justificou o caso com "em inglês lançou primeiro", e eu não ia reclamar.

Claro que simultaneamente eu li outras coisas que foram bem interessantes, como: The tiny book of tiny stories 2 - Joseph Gordon-Levitt (só a organização!), Hemingway didn't say that - Garson O'Toole, que fez um estudo muito interessante sobre citações de internet, Fortunately the milk - Neil Gaiman (não tem como errar, tudo dele é interessante de ler), A maze me: poems for girls - Naomi Shihab Nye, que não foi lá essas coisas mas deu para aproveitar, Feminist Fight Club - Jessica Bennett, título bem autoexplicativo e leitura sensacional.

Confesso que foi uma fase um tanto de livros visuais, depois do primeiro volume de Tiny Stories e do livro do Neil Gaiman ainda li outros, como Lost in translation - Ella Frances Sanders, Adulthood is a myth - Sarah Andersen, o terceiro volume de The tiny book of tiny stories e Milk and honey - Rupi Kaur.

E dessa forma fui me preparando para o meu primeiro grande desafio do ano, lendo mais um livro do Neil Gaiman - Trigger Warning, dessa vez de contos, a ficção científica sensacional Sleeping giants - Sylvain Neuvel (que foi objeto de uma confusão de gênero da minha parte) e o livro fast-food-que-faz-mal-pra-saúde Beautiful Mistake - Vi Keeland. Então consegui estar pronta para encarar as quase mil páginas de The Prize - Daniel Yergin, ganhador do Pulitzer e quase bíblia de quem estuda história e geopolítica do petróleo.

Depois disso, fiquei um tempo desintoxicando, então li um monte de coisas leves, como A hidden witch - Debora Geary (rainha dos livros onde tudo é cor de rosa e céu de brigadeiro), os dois últimos volumes da série Trono de Vidro, Empire of Storms e Tower of Dawn, o leve 13 dates - Matt Dunn, e pra dizer que nem tudo foi suave, li a autobiografia maravilhosa do bailarino Kenny Pearl, The Dance Gods, e da americana de origem chinesa Amy Chua, Battle Hymn of the Tiger Mother, terminei os livros de poesia do Rûmi, Poemas de Rûmi, T.S.Eliot, Collected Poems 1909-1962, e Mia Couto, Poemas Escolhidos.

Paralelamente a isso, li o monstro Tails of Wonder and Imagination, um livro de contos que tem a proeza de ter 500 páginas. Mas gatos. Não tem como reclamar de gatos.


Então me senti bem o suficiente para o segundo desafio do ano: Orientalismo de Edward Said. Que, obviamente, foi seguido de uma segunda desintoxicação, com os surpreendentes Witches of New York - Ami McKay e The ghostwriter - Alessandra Torre. Como eu estava no ritmo dos contos ainda li o Once upon a curse, que não chegou aos pés dos gatos, claro.

Daí investi em algumas leituras garantidas, como a continuação de Castelo Animado, Castle in the air - Diana Wynne Jones e Spark Joy - Marie Kondo. Então tomei coragem e arrisquei com Invasão: um conto urbano, de um amigo meu, The Simple Sabbat - M. Flora Peterson, que não me deixou tão satisfeita e a surpresa A house in Fez - Suzanna Clarke, que me surpreendeu por não ser da Suzana Clarke e mesmo assim ser bom. Sim, isso mesmo, só leia com atenção.

Daí o ano já foi acabando e eu corri para terminar mais alguns livros de poesia, Poemas do Brasil - Elizabeth Bishop, O gueto/O eco da minha mãe - Tamara Kamenszain, Instante - Wislawa Szymborska (meu terceiro livro dela desse ano, puro amor) e Um útero é do tamanho de um punho. Consegui terminar antes do que eu esperava o livro quase sobre estatística Everybody lies - Seth Stephens-Davidowitz e por isso consegui ainda encaixar nos últimos dias do ano House of many ways - Diana Wynne Jones, o último da série do Castelo Animado, uma Agatha Christie - The murder at the vicarage, o interessante Dusk or Dark or Dawn or Day - Seanan McGuire, mais uma autobiografia, dessa vez da princesa Leia, The Princess Diarist - Carrie Fisher, o cheio de raiva Superman is an arab - Joumanna Haddad e, por fim, o super acadêmico Before they were belly dancers - Kathleen W. Fraser.

No mais, esse ano eu segui meio mais ou menos o Desafio Literário Corujesco, pois consegui fazer todos os temas do ano, porém, não consegui fazer nos meses previstos, o que não me deixa tão triste porque não li menos livros por causa disso.

Agora, a pedidos de amigos, os melhores do ano! Não vai ter top 5 ou listinha, não consigo, tem muito livro bom pra isso, mas dá para fazer umas concessões!

Melhores autores de poesia do ano: Wislawa Szymborska, Ondjaki, William Blake, Kabir e Mia Couto
Melhor livro de contos do ano: empate entre Fountain and Tomb, Trigger Warning e Tails of wonder and imagination
Melhor autobiografia: The dance gods - Kenny Pearl
Melhor não ficção: Spark Joy - Marie Kondo e Before they were belly dancers - Kathleen W. Fraser
Melhor HQ: Adulthood is a myth
Melhores livros romance: toda a série Napolitana da Elena Ferrante, Homens imprudentemente poéticos do Valter Hugo Mãe, A elegância do ouriço da Muriel Barbery, a trilogia de Castelo Animado da Dianna Wynne Jones, Sleeping Giants do Sylvain Neuvel e Le Sabotage amoureaux da Amélie Nothomb, com menção honrosa para The Whitches of New York de Ami McKay e The Ghostwriter da Alessandra Torre.

Que 2018 seja ainda melhor!

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